Adrien— Professor, você está simplesmente comestível essa manhã. — Melanie comentou de uma forma irreverente e maliciosa e me lançou um sorriso cheio de insinuações. Perdi toda a minha pose na mesma hora e senti o meu rosto queimar.— Que tal… focarmos… em nossa aula? — gaguejei e meio sem graça, puxei a respiração para tentar me recompor. Não culpo a minha aluna, se alguém da direção da faculdade me pagasse vestido assim, seria capaz de ser suspenso.Ah, l'amour! L'amour! L'amour!— Então professor, qual é a finalidade da fantasia? — Herbert perguntou e eu despertei dos meus devaneios. Tenho feito muito isso desde que ela surgiu na minha frente. Então algo me chamou a atenção. Eu inclinei a cabeça levemente para um lado e depois para o outro, olhando a Melanie praticamente debruçada em sua cadeira e uma bunda bem redonda, vestida em um jeans apertado, empinado de uma forma oferecida demais para o meu gosto. Ela não vê que isso é ridículo demais até mesmo para ela? Balancei a cabeça,
Kelly Alguns dias...— Olha vocês, estão tão lindos! — disse emocionada quando vi o casal de gêmeos do tio Petrus e da tia Simone na chama de vídeo. Todos estavam reunidos na sala dos meus pais, para fazer essa chamada. A Carolina com o seu namorado e a Naty com o dela. E pensar que papai e tio Oliver quase enfartaram quando as meninas apresentaram os meninos em um churrasco em família. E não pensem que foi tão fácil quanto foi comigo e o Felipe. Yan e Noah sabem o preço que pagaram com esses dois. Mas agora está tudo bem e o namoro deles já tem quase seis meses. Quantos aos gêmeos, isso sim, foi uma grande surpresa para todos, inclusive para os pais que estavam começando a organizar as suas vidas. Dimitri e Ives vieram de uma forma inesperada e prematura e se tornaram o xodó de todos na família. Cinco anos depois, tio Petrus e tia Simone conseguiram se firmar com a agência de segurança que tanto queriam e depois de tudo o que aconteceu, estou feliz que finalmente eles conseguiram ve
Kelly— Café au lait, s’il vous plaît! — pedi assim que me aproximei do balcão. Uma moça, usando um tipo de uniforme marrom escuro, com a logo da loja me sorriu.— Vous voulez un autre chose? — Ela perguntou me fazendo olhar com gana para o balcão de prateleiras de vidro, que exibia lindas tortas, alguns croissants de vários sabores e rosquinhas que chegavam a dá água na boca. Acima do balcão havia alguns cestos de pães, de vários formatos e tamanhos, além de uma enorme e redonda bomboniere, exibindo alguns macarrones coloridos. O cheiro era convidativo e atraente. Puxei a respiração sem saber ao certo o que pedir.— Deux beignets, s'il vous plait! — Conclui o meu pedido.— Oui. — Eu assenti e escolhi uma mesa perto de uma das janelas, e enquanto aguardava o meu pedido, peguei o meu celular e enviei uma mensagem para Marina. Acordada? Fiquei olhando para a tela, aguardando que ela visualizasse e dissesse algo, mas ela não fez. Estou me sentindo especialmente só essa manhã e preciso
Adrien Noite mal dormida é uma merda mesmo! Ter que esperar a Anne chegar de um encontro entre amigos e saber que ela chegou bem e que não causou nenhum acidente por aí, me tirou o sono. A danada sequer voltou para casa e nem se deu ao trabalho de dar um telefonema. Tive que passar o sábado procurando a garota em hospitais, delegacias e nada. Até me lembrar do tal taxista e encontrá-la ainda dormindo em sua cama. É claro que eu perdi a paciência e disse poucas e boas para os dois, além de acertar a cara do infeliz e como recordação de um sábado desastroso, passei o final do sábado com o punho inchado e com uma bela compressa de gelo. A danada preferiu ficar e cuidar do namorado. Mas nem tudo estava perdido. A noite sem sono me fez pensar em algo que eu nunca ousei fazer na minha vida profissional e eu realmente espero que seja mais uma tática e que dessa vez dê certo, porque a última foi um fracasso total. E é exatamente por isso estou em plena segunda feira, com a minha sala de vi
AdrienAs horas seguintes se passaram na maior cozinha para chefs da faculdade, equipada com toda sorte de eletrodomésticos possíveis, fornos e fogões de alta qualidade, além de enormes balcões de aço e utensílios de vários tamanhos e funções. Os alunos participantes foram separados por bancadas e todos tinham liberdade de pegar os ingredientes que quisessem. O tempo todo eu estava apreensivo, olhando disfarçadamente para uma Kelly empenhada em fazer a sua parte. Confesso que a minha preocupação não era que ela chegasse ao tal buffet e sim a minha ilha particular. Egoísmo da minha parte? É, eu sei que sim, mas não consigo evitar. O sinal tocou, avisando que o tempo dos alunos havia acabado e todos se afastam das suas bancadas como foram orientados. E agora eles são chamados um a um para apresentar os seus deliciosos projetos, enquanto os jurados e inclusive eu, anotamos em algumas fichas a pontuação de cada um deles. Meu peito inflou ao saber que a minha aluna alvo passou com mérito e
KellConfesso que estou pensando muito no conselho da minha amiga e que passei algum tempo observando alguns homens nas ruas de Paris e até mesmo na faculdade. Eu simplesmente não tive coragem de fazer uma abordagem ou de puxar um assunto ou uma conversa agradável, nada desse tipo. E agradeci aos céus a providência do professor Adrien em abrir o tal concurso. Isso tirou um pouco o meu foco em relação ao assunto "deixa rolar". A primeira fase do jogo eu tirei de letra. Aprendi com o melhor a degustar os alimentos desde cedo, a sentir e diferenciar os seus sabores e apreciar os seus aromas. Portanto, antes de sentir aquela massa adocicada e macia em minha língua, eu senti o seu aroma e já de início pude sentir o cheiro delicado da baunilha, junto ao cacau e em seguida a refrescância da hortelã, o leve amargor do açúcar mascavo e por fim o delicioso creme de avelã. Sorri satisfeita ao ver o meu nome no quadro de avisos no dia seguinte.A segunda fase não foi a mais fácil, mas também não
Kell— Acho que sim — sibilei e feito uma idiota e comecei a rir. O meu professor pareceu ainda mais confuso com a minha reação e ele finalmente me pôs de pé.— Está tudo bem? — indagou perdido em confusão.— Eu só... precisava de um pouco de açúcar — falei e percebi que estava tendo uma crise de risos, porque eu simplesmente não conseguia parar de rir. O meu professor sorriu, parecia admirado com algo.— Você fica linda assim, Kelly! — comentou me fazendo parar as risadas, mas o meu sorriso por incrível que pareça, não se apagou. _ Deveria sorrir mais, e olha se eu soubesse que te dar um banho de açúcar faria isso, eu teria derramado um pacote inteiro em cima de você _ confessou mais descontraído, divertido até. Então eu olhei para o meu vestido simples de algodão branco e depois para a xícara quebrada no chão e voltei o meu olhar para o meu professor, que engoliu o seu sorriso e que agora parecia constrangido. Sorri, porque não queria estragar isso, seja lá o que fosse.— O senhor t
KellOk, acho que estou exagerando só um pouquinho. Será que ele vai perceber? Perguntei-me quando girei o meu corpo diante do espelho, de um lado para o outro, para ver o vestido de viscose curto, de saia levemente rodada e passei a mão no decote simples em meu colo. Os cabelos quase cor de mel estão soltos, dando vida aos cachos largos nas pontas e eu aproximei um pouco o rosto do espelho, para observar a maquiagem leve que fiz. “Um jantar entre amigos.” Pensei. É claro que ele não vai notar. Sorri e depois de conferir mais uma vez o meu visual no espelho, eu saí do quarto e fui direto para a minha cozinha, que nesse momento aguardava por minha organização. Peguei uma pequena travessa de vidro embaixo do balcão e comecei a organizar alguns cupcakes de forma alinhada, e na sequência pus uma porção considerável do chantilly que preparei a algumas horas e deixei na geladeira e para finalizar, pus uma cereja no topo de cada bolinho, e voilá, estava pronto. Corri para o quarto e calcei u