Quando fores meu; não me deixes ir.
Quando fores meu; não me deixes ir.
Por: Jean C.
Um encontro inesperado.

Stella Rudford ajustou os óculos e olhou seu reflexo no espelho do pequeno banheiro da cafeteria. Seu coração batia forte, e uma mistura de emoção e nervosismo percorria seu corpo.

Hoje não era um dia qualquer; hoje era o início de sua missão mais arriscada como jornalista. A redação do jornal onde trabalhava estava há meses atrás de Vincent Landon, um magnata cuja fortuna e poder eram tão imensos quanto seus segredos.

Acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes obscuros circulavam em torno de seu nome, mas ninguém havia conseguido obter provas contundentes.

A missão de Stella era clara: infiltrar-se em seu império como sua nova secretária pessoal, descobrir a verdade e revelá-la internacionalmente.

Stella saiu do banheiro e caminhou em direção à entrada do arranha-céu que dominava o horizonte da cidade.

O imponente edifício do Bank Landon refletia o sol da manhã, e cada passo que dava em sua direção parecia ressoar com o eco de sua determinação.

—Senhorita Rudford? —perguntou o segurança ao vê-la se aproximar—. Estão esperando a senhora no 15º andar.

Ela assentiu e entrou no elevador, sentindo que as portas metálicas fechavam não só o elevador, mas também sua antiga vida de jornalista de escritório.

Ao chegar ao 15º andar, um corredor silencioso e elegantemente decorado a conduziu a um grande escritório onde a assistente pessoal de Vincent, uma mulher chamada Tera, a esperava com um sorriso profissional.

—Bem-vinda, Stella —disse Tera—. O senhor Landon a verá agora.

Tera a guiou por um par de portas duplas de madeira maciça que se abriram para revelar um escritório impressionante.

Vincent Landon estava sentado atrás de sua mesa, olhando seu tablet. Era um homem alto, de cabelos escuros e olhar penetrante, com uma presença que impunha respeito e autoridade.

—Senhorita Rudford, é um prazer conhecê-la —disse, levantando a cabeça para encará-la—. Revisei seu currículo e sua experiência é impressionante. Mas aqui, não buscamos apenas habilidades, buscamos lealdade e discrição.

Stella assentiu, ocultando seu nervosismo. Sabia que precisava ganhar sua confiança sem levantar suspeitas.

—Entendo, senhor Landon. Estou aqui para dar o meu melhor e aprender com os melhores.

Vincent a observou por um momento que pareceu eterno, avaliando cada palavra e cada gesto.

Finalmente, um leve sorriso apareceu em seu rosto.

—Bem, então vamos começar. Tera lhe mostrará suas tarefas e apresentará a equipe —disse voltando ao seu tablet.

Stella saiu cheia de nervos ocultos, pois não poderia ser descoberta, já que isso significaria o fim de sua carreira como jornalista iniciante.

—O senhor Landon é muito exigente, suas secretárias não demoram a pedir demissão, sua agenda é muito rigorosa e deve ser seguida à risca —explicava Tera com gentileza.

Stella engoliu em seco antes de responder. O que isso significava?

—Além disso, o senhor Landon busca pessoas discretas. E se você não for, estará em apuros; se revelar detalhes de trabalho ou de sua vida privada, você é um peixe morto e será comida para ele —disse Tera mais uma vez, continuando.

Stella desejou naquele momento correr, não esperava que fosse tão difícil conseguir uma reportagem sobre seu novo chefe.

—Algo mais que eu deva saber? —perguntou com a voz trêmula.

—Sim, nada do que você vê deve ser comentado. Neste prédio, o que acontece aqui, aqui fica.

Stella ficou pasma por alguns instantes, e, como jornalista, pensava que as coisas ditas sobre Vincent Landon eram verdadeiras.

Era um homem que lavava dinheiro, corrupto e envolvido em crimes ocultos?

Depois de percorrer toda a empresa, ao final do dia, um pouco exausta, pensava em ir embora. No entanto, quando pensava em entrar no elevador, Tera se dirigiu a ela com urgência.

—Seu chefe quer vê-la agora. Ainda bem que a encontrei a tempo —disse com desespero.

Stella, um pouco nervosa, caminhou até o escritório de seu novo chefe, ainda com a sensação de que poderia ser descoberta e, ao mesmo tempo, aniquilada.

—Sim, senhor! —disse assim que abriu a porta.

—Logo pela manhã, envie um buquê de flores vermelhas com chocolates brancos. Por favor, faça isso; enviei o endereço para seu e-mail —disse sem levantar os olhos dos papéis.

—Sim, senhor! —respondeu sem acrescentar mais nada.

Stella ficou por alguns instantes olhando para seu chefe, observando o que a mesa permitia ver. Enquanto suas mãos se moviam, Stella pôde ver que uma delas tinha uma tatuagem.

Ela se perguntava como um homem como ele poderia ter uma tatuagem no corpo.

—O que faz aí parada, Stella? Pode ir —disse ele, interrompendo seus pensamentos.

Quando Stella saiu do escritório, entrou em seu carro, um automóvel que não era novo, mas que servia para se locomover a outros lugares.

Assim que se sentou, pegou seu caderno de anotações e começou a escrever as coisas que mais lhe causavam confusão.

—Conseguirei o que ninguém pôde. Vou conquistar essa promoção —disse a si mesma com altas expectativas.

Na manhã seguinte, ao chegar ao escritório, como uma boa trabalhadora, a primeira coisa que fez foi verificar seu e-mail e enviar o pedido de Vincent.

“Quem seria ela?”, se perguntava.

—Se está se perguntando para quem envia essas flores, é para sua noiva, Valencia. Ela está fora do país por negócios —disse Tera animada.

—Noiva? Mas ele nunca falou dela em público —respondeu, confusa.

—Já lhe disse que tudo o que se fala aqui, aqui fica.

O telefone da mesa de Stella tocou, interrompendo a conversa confusa. Rapidamente, ela atendeu, desligou e se dirigiu à sala de Vincent.

Ao ir um pouco apressada, abriu a porta rapidamente e fez seu corpo chocar-se com o de Vincent, que a segurou a tempo, em seus braços.

Vincent olhou para os olhos azuis claros de Stella, que tinha um rosto impecável e covinhas que apareciam ao sorrir.

—Desculpe, senhor. Às vezes posso ser desajeitada —disse, inconscientemente mordendo o lábio.

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