LIZ (ROSA) NARRANDO. — Hoje é sábado. — Ele resmungou. — E o que que tem? — Dia de sábado posso dormir até tarde, não tem aula. — Não senhor mocinho, pode ir levantando. — Falo mexendo na sua barriguinha fazendo cócegas nele e em seguida vou abrir a cortina do quarto e puxando a sua coberta. — Por favor, tia Rosa. — Ele pede manhoso. Eu fico de joelhos e aproximo-me dele, passo a mão no seu rosto e beijo a sua testinha. — Vamos levantar meu amor, escovar os dentes, tirar esse pijama e tomar um bom café da manhã. — Ahhh tabom vai. — Ele levanta bravo batendo o pé e segue para o banheiro. Ajudei ele a escovar os dentes, escolhi uma roupa mais fresquinha, afinal hoje o sol estava muito quente, penteei o seu cabelo e descemos. Quando chegamos na mesa do café da manhã, a Sra. Blanca e Nicolas já estavam sentados tomando café. — Bom dia. — Falo e ninguém responde. — Dá bom dia para o seu pai e a vovó Lucas. — Cochicho. — Bom dia. — Ele fala acanhado e a Bl
LIZ (ROSA) NARRANDO. — Só mais uma colherzinha e está ótimo. — Falo tentando fazer com que ele coma tudo. — Eu comi bem não comi tia? - Ai gente, como pode ser tão lindo e ninguém aqui parar para da atenção a ele. — Comeu sim meu amor, você está de parabéns. — Então eu vou poder ir na piscina? - Ele me olha com esses olhos pequenos, mas bem expressivos que não tem como negar nada. — Vai sim, só vamos esperar um pouco para você não passar mal. Ele estava ansioso e se fosse eu no lugar também estaria. Levei-o para o quarto, troquei a sua roupa, em seguida peguei uma toalha e nós descemos. A área da piscina era linda, eu não consigo entender o fato de ter um área dessa e a criança não poder brincar. Isso não entra na minha cabeça. — Tia você vai entrar comigo né? — Ele diz enquanto eu coloco a boia. — Não meu amor, a tia não tem um biquíni para usar, eu vou me sentar aqui no raso e ficar te olhando pode ser? — Não tia, entra comigo, por favor. — Ei Rosa, eu
LIZ (ROSA) NARRANDO. Quando voltei para o quarto, o Lucas estava dormindo. Confesso que achei melhor, assim ele dorme e quem sabe ao acordar esqueceu do que aconteceu. Passo a mã na sua cabeça. — Tadinho, a piscina te cansou não é meu amor. — Falo e cubro ele com a coberta. Bom, agora não tinha muito o que fazer a não ser ficar aqui velando o sono dele, sento-me no sofá ao lado da cama e como os dois pedaços de bolo que eu trouxe, coloco o prato na mesinha, encosto a minha cabeça no sofá estava bem cansada e acabo pegando no sono. — MÃE. — Lucas grita e eu acordo assustada. Ele estava sentado na cama chorando, me aproximo e acolho em meus braços. beijo a sua cabeça e encosto ela em meu peito. — O que foi meu amor? o que assustou você? — Sonhei com a mamãe. Ele coloca uma mão nos olhos coçando. Eu não queria entrar em detalhes com ele sobre esse assunto, eu podia apenas o confortar e foi exatamente isso o que eu fiz. Embalei ele nos meus braços e fiquei ali fa
LIZ (ROSA) NARRANDO. Estava impaciente com a espera, fui tomar água e molhei toda a minha blusa. — Pronto? — Sim, eu só preciso trocar a blusa que me molhei. Pode me esperar no carro. — No carro? — Sim, leva ele para o carro que eu chego. Ele pegou o Lucas no colo todo sem jeito, o Lucas colocou as mãos no seu pescoço e deitou a sua cabeça no seu ombro. O Nicolas realmente estava muito perdido. Notava-se que ele não parecia ter vinculo paterno com o filho, afinal ser pai, não é uma questão só de DNA, ser pai envolve laços fraternos fortes, e acho que isso falta neles. Desci as escadas correndo, com a bolsa do Lucas na mão. Fui até o meu quarto, coloquei uma blusa de frio, ténis velho que eu tinha e fui para o carro. O Nicolas tinha acabado de colocar o Lucas no banco do carro, ele deu a volta entrou e eu entrei ao lado no banco do passageiro. Aquele carro tinha o cheiro dele, era um perfume amaderado, ele colocou uma música baixinha e deu partindo, onde
NICOLAS NARRANDO O sentimento que carrego dentro de mim é de culpa, sim isso mesmo, pois eu não consigo olhar para o meu filho e não sentir remorso por ele não ter a mãe presente. Afinal a vida que levo me trouxe até aqui. Devido as minhas inimizades ela pagou o preço muito alto por mim. E isso trouxe até agora danos irreparáveis no meu relacionamento com o meu filho. Eu não conseguia aceitar o fim que ela teve, ela foi a mulher que eu, mais amei e o Lucas foi a pessoa que ela mas amou, porém, eu não queria apenas o Lucas, eu queria os dois na minha vida. Eu queria a família tão sonhada que idealizamos, porque o nosso amor era isso nos últimos meses NÓS 3. E então por esse motivo eu nunca consigui seguir em frente, nunca consigo me perdoar, os pesadelos do dia em que a perdi me assombram e o pior é que o Lucas também sofre com pesadelos, e ele é so uma criança. O último pedido de Manu era que eu cuidasse do Lucas, só que não é isso que eu venho fazendo, e todas as vez
THALES NARRANDO. Já faz dois dias que a Liz sumiu, sumiu mesmo, não consigo achar um rastro dela, como uma pessoa pode sumir assim, sem dinheiro, sem nada? Novamente eu andei a cidade inteira e nada, também coloquei os meus seguranças para procurarem, mas a resposta é sempre a mesma, nenhum sinal dela. E isso está elevando o meu estresse. — Merda, aonde a porra dessa menina se meteu! — Grito e bato as mãos na mesa. Hoje estou no cassino, Royal Machine, o maior de Los Angeles. São 19:00 da noite e a casa começa a encher agora. — Eu preciso relaxar, estou nervoso demais. — Falo e passo as mãos na cabeça. Pego um copo de whisky e viro de uma vez só, quer saber de uma coisa hoje eu vou curtir, vou desestressar. — Rogério, hoje eu vou fazer uma festinha, trás as putas e o pó. — Falo e ele confirma com a cabeça abrindo a porta. Logo em seguida ele volta com três meninas, algumas garrafas de bebida e a droga. — Meninas, venham aqui, eu quero ver como vocês es
THALES NARRANDO. Quando chego em casa, abro a porta e entro. Eu me sinto tonto, então vou tentar equilibrar-me e acabo esbarrando num vaso de flores que fica na entrada da sala. — Porra. — Grito irritado, porque sabia que se a minha mãe estivesse acordada ia encher a minha paciência. Isso é tudo culpa daquela desgraçada da Liz, se ela estivesse aqui, isso não estaria acontecendo. As luzes do andar de cima se acendem e a mamãe desce as escadas de camisola. — O que está acontecendo aqui Thales? — Não é nada. - Lá vem sermão, ja vi tudo. — Como não? Você está bêbado? será possível que isso vai ser todo dia agora? — E se eu estiver mamãe? Qual o problema hei? Afinal sou vacinado e maior de idade. — Thales pelo amor de Deus, você vai me matar de tanto desgosto. — Não irei te matar de desgosto mamãe, fica tranquila, cade o papai? Aposto que está dormindo o sono dos Deuses. — O seu pai está viajando, vai para o seu quarto, toma um banho filho por favor, já está tard
LIZ (ROSA) NARRANDO. A noite com o Lucas foi bem complicada, eu mal dormi, a febre não cessava e por esse motivo ele não conseguiu dormir. Quando o sol estava raiando, ele conseguiu pegar no sono e eu acabei cochilando no sofá. O Lucas respirou fundo e eu acabei acordando assustada pensando que algo tinha acontecido, mas ele estava dormindo, resolvo descer para tomar um café, ajeitando o meu cabelo em frente ao espelho e vejo que as minhas olheiras estão gritando. Quando coloco o primeiro pé na escada, vejo a porta da frente fechar e pela enorme janela pude ver o Nicolas sair. Como pode, ele nem se quer foi ver o próprio filho, o menino doente. Não consigo entender como pode isso. — Bom dia. — Falo ao entrar na cozinha e ver a Josy na beirada do fogão. — Bom dia, como está o menino Lucas? — Ele não está muito bem Josy, ontem levamos ele no hospital.. — Levamos? — Ela me interrompe. — Sim, o senhor Nicolas e eu. — O senhor Nicolas? Ele nunca levou o men