LIZ (ROSA) NARRANDO. Quando voltei para o quarto, o Lucas estava dormindo. Confesso que achei melhor, assim ele dorme e quem sabe ao acordar esqueceu do que aconteceu. Passo a mã na sua cabeça. — Tadinho, a piscina te cansou não é meu amor. — Falo e cubro ele com a coberta. Bom, agora não tinha muito o que fazer a não ser ficar aqui velando o sono dele, sento-me no sofá ao lado da cama e como os dois pedaços de bolo que eu trouxe, coloco o prato na mesinha, encosto a minha cabeça no sofá estava bem cansada e acabo pegando no sono. — MÃE. — Lucas grita e eu acordo assustada. Ele estava sentado na cama chorando, me aproximo e acolho em meus braços. beijo a sua cabeça e encosto ela em meu peito. — O que foi meu amor? o que assustou você? — Sonhei com a mamãe. Ele coloca uma mão nos olhos coçando. Eu não queria entrar em detalhes com ele sobre esse assunto, eu podia apenas o confortar e foi exatamente isso o que eu fiz. Embalei ele nos meus braços e fiquei ali fa
LIZ (ROSA) NARRANDO. Estava impaciente com a espera, fui tomar água e molhei toda a minha blusa. — Pronto? — Sim, eu só preciso trocar a blusa que me molhei. Pode me esperar no carro. — No carro? — Sim, leva ele para o carro que eu chego. Ele pegou o Lucas no colo todo sem jeito, o Lucas colocou as mãos no seu pescoço e deitou a sua cabeça no seu ombro. O Nicolas realmente estava muito perdido. Notava-se que ele não parecia ter vinculo paterno com o filho, afinal ser pai, não é uma questão só de DNA, ser pai envolve laços fraternos fortes, e acho que isso falta neles. Desci as escadas correndo, com a bolsa do Lucas na mão. Fui até o meu quarto, coloquei uma blusa de frio, ténis velho que eu tinha e fui para o carro. O Nicolas tinha acabado de colocar o Lucas no banco do carro, ele deu a volta entrou e eu entrei ao lado no banco do passageiro. Aquele carro tinha o cheiro dele, era um perfume amaderado, ele colocou uma música baixinha e deu partindo, onde
NICOLAS NARRANDO O sentimento que carrego dentro de mim é de culpa, sim isso mesmo, pois eu não consigo olhar para o meu filho e não sentir remorso por ele não ter a mãe presente. Afinal a vida que levo me trouxe até aqui. Devido as minhas inimizades ela pagou o preço muito alto por mim. E isso trouxe até agora danos irreparáveis no meu relacionamento com o meu filho. Eu não conseguia aceitar o fim que ela teve, ela foi a mulher que eu, mais amei e o Lucas foi a pessoa que ela mas amou, porém, eu não queria apenas o Lucas, eu queria os dois na minha vida. Eu queria a família tão sonhada que idealizamos, porque o nosso amor era isso nos últimos meses NÓS 3. E então por esse motivo eu nunca consigui seguir em frente, nunca consigo me perdoar, os pesadelos do dia em que a perdi me assombram e o pior é que o Lucas também sofre com pesadelos, e ele é so uma criança. O último pedido de Manu era que eu cuidasse do Lucas, só que não é isso que eu venho fazendo, e todas as vez
THALES NARRANDO. Já faz dois dias que a Liz sumiu, sumiu mesmo, não consigo achar um rastro dela, como uma pessoa pode sumir assim, sem dinheiro, sem nada? Novamente eu andei a cidade inteira e nada, também coloquei os meus seguranças para procurarem, mas a resposta é sempre a mesma, nenhum sinal dela. E isso está elevando o meu estresse. — Merda, aonde a porra dessa menina se meteu! — Grito e bato as mãos na mesa. Hoje estou no cassino, Royal Machine, o maior de Los Angeles. São 19:00 da noite e a casa começa a encher agora. — Eu preciso relaxar, estou nervoso demais. — Falo e passo as mãos na cabeça. Pego um copo de whisky e viro de uma vez só, quer saber de uma coisa hoje eu vou curtir, vou desestressar. — Rogério, hoje eu vou fazer uma festinha, trás as putas e o pó. — Falo e ele confirma com a cabeça abrindo a porta. Logo em seguida ele volta com três meninas, algumas garrafas de bebida e a droga. — Meninas, venham aqui, eu quero ver como vocês es
THALES NARRANDO. Quando chego em casa, abro a porta e entro. Eu me sinto tonto, então vou tentar equilibrar-me e acabo esbarrando num vaso de flores que fica na entrada da sala. — Porra. — Grito irritado, porque sabia que se a minha mãe estivesse acordada ia encher a minha paciência. Isso é tudo culpa daquela desgraçada da Liz, se ela estivesse aqui, isso não estaria acontecendo. As luzes do andar de cima se acendem e a mamãe desce as escadas de camisola. — O que está acontecendo aqui Thales? — Não é nada. - Lá vem sermão, ja vi tudo. — Como não? Você está bêbado? será possível que isso vai ser todo dia agora? — E se eu estiver mamãe? Qual o problema hei? Afinal sou vacinado e maior de idade. — Thales pelo amor de Deus, você vai me matar de tanto desgosto. — Não irei te matar de desgosto mamãe, fica tranquila, cade o papai? Aposto que está dormindo o sono dos Deuses. — O seu pai está viajando, vai para o seu quarto, toma um banho filho por favor, já está tard
LIZ (ROSA) NARRANDO. A noite com o Lucas foi bem complicada, eu mal dormi, a febre não cessava e por esse motivo ele não conseguiu dormir. Quando o sol estava raiando, ele conseguiu pegar no sono e eu acabei cochilando no sofá. O Lucas respirou fundo e eu acabei acordando assustada pensando que algo tinha acontecido, mas ele estava dormindo, resolvo descer para tomar um café, ajeitando o meu cabelo em frente ao espelho e vejo que as minhas olheiras estão gritando. Quando coloco o primeiro pé na escada, vejo a porta da frente fechar e pela enorme janela pude ver o Nicolas sair. Como pode, ele nem se quer foi ver o próprio filho, o menino doente. Não consigo entender como pode isso. — Bom dia. — Falo ao entrar na cozinha e ver a Josy na beirada do fogão. — Bom dia, como está o menino Lucas? — Ele não está muito bem Josy, ontem levamos ele no hospital.. — Levamos? — Ela me interrompe. — Sim, o senhor Nicolas e eu. — O senhor Nicolas? Ele nunca levou o men
LIZ (ROSA) NARRANDO. Parada em frente ao espelho, amarro o meu cabelo em um rabo de cavalo, coloco um óculos de sol para disfarçar. Coloco o cartão no bolso e saio de casa. Pego um onibus na esquina da casa do Nicolas e me sento no fundo, eu não posso demorar, vou pegar algumas peças de roupas simples mesmo para trabalhar e eu também não posso correr o risco de ser reconhecida por ninguém, com certeza a notícia do meu desaparecimento já estava na boca do povo. Desço próximo ao centro da cidade, onde tem algumas lojas. O que eu queria era simples e objetivo, camisetas brancas e calças jeans. Então nã primeira loja em que eu parei, eu peguei meia dúzia de camisetas brancas, algumas coloridas, paguei e fui embora. Andei mas alguns metros e entrei em uma loja de roupas jeans, peguei algumas calças, shorts e pensei comigo porque não já pegar um par de tênis e algumas calcinhas, não tem nem 40 minutos que estou aqui, então ainda tenho tempo. Entro em uma loja escolho um par de
THALES NARRANDO. — Desgraçada. — Grito ao entrar na minha sala no Royal Cassino. Ela estava ali tão perto, tão próxima e conseguiu fugir. — Não acredito. - Isso me deixa extremamente irritado, porque eu preciso encontrar ela de qualquer forma. Mas agora eu já sei que ela está aqui em Los Angeles, eu só preciso descobrir onde ela está escondida. A minha mente agora está rodando, tentando ligar os fatos e caminhos para achar essa mulher. Cheguei a conclusão de que sozinho não irei conseguir, vou precisar de ajuda e só existe uma pessoa que irá conseguir me ajudar nesse momento. O meu pai, o grande David! Mas preciso ser cauteloso para pedir a sua ajuda, o meu pai não é bobo. Saio da sala batendo a porta, desço as escadas correndo e entro no carro. — Direto para casa. — Ordeno ao Rogério. — Sim, senhor. — Ele responde e liga o carro. Tentarei de todo jeito fazer com que o meu pai me ajude, mas sei que se pedir de forma direta, ele não vai querer porque não