HEITOR NARRANDO. — Como assim atacaram o carro dela? — Gritei no celular. — Parece que fizeram para assustar, podiam ter pego ela mas não fizeram isso. — Liga para o Gabriel, diz para ele que está na hora dele agir, manda ele levar todos para a boate nova que abriu próximo ao galpão do Dimitri e manda a Paula arrumar um jeito de ficar com o Thomas, eu vou dar um susto nele também. — Pode deixar comigo chefe. — Fala para o Gabriel que se ele não fizer o que estou mandando, eu mato a família dele. O Thomas vai saber que eu também estou bem mais próximo do que ele imagina. — Respondo e desligo. — Mudança de planos, direto para casa. Eu já sabia que tinha dedo da Lívia, só que para os meus planos saírem como eu planejo, ela precisa pensar que não desconfiamos dela. — Mariana, você está bem? Algum tiro acertou você? — Heitor, foi assustador, eu achei que realmente fossemos morrer. — Está tudo bem, já acabou, você está bem. Ela acabou surtando co
MARIANA NARRANDO. Não consigo mensurar a dor que eu estou sentindo nesse momento, segurar pela primeira vez nos braços e ela está praticamente sem vida. — Heitor, faz alguma coisa, estamos perdendo ela. — Me desespero. — Eu queria muito fazer alguma coisa Mari, só que está fora do meu alcance. — Ele fala chorando. — Não posso perder a única coisa que eu tenho na minha vida, eu não aceito isso. As maquinas começaram a apitar, os batimentos dela estava caindo, a Doutora se aproximou, olhou para os aparelhos e disse: — Ela está indo embora. Eu comecei a chorar desesperadamente. — Me.. me, me deixa pegar ela no colo, preciso me despedir da minha filha. — Heitor pediu. Eu então afirmei com a cabeça, a doutora pegou o corpinho da Pérola dos meus braços e colocou sobre os braços do Heitor. Ele não sabia nem como pegar, ela era tão frágil, tão pequena. O coração dela já tinha parado de bater, a Doutora confirmou a hora morte, tirou os aparelhos dela e nos
HEITOR NARRANDO. A perda de um filho é uma ferida que não cicatriza, é para toda a vida – essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Agora vamos, a nossa menina está esperando a nossa despedida. — Ela falou e eu dei um beijo em sua mão. Independente do que ela fale, o sentimento de culpa não iria sair do meu peito. A sensação que eu tenho é que eu poderia ter feito muito mais. Quando entramos dentro da sala, aquele caixão pequenininho e branco já estava lá. O meu pai e o Enrico estavam sentados ao lado, de cabeça baixa e quando me viram se levantaram. — Filho, eu sinto muito. — O meu pai fala. Eu não conseguia falar, muito menos ter qualquer tipo de reação, mesmo eu ainda sentindo raiva do meu pai, esse não é o momento. O Enrico ainda tinha alguns machucados no rosto por conta do sequestro, eu me aproximei do caixão e passei a mão sobre
HEITOR NARRANDO. Eu só buscava uma coisa agora, a cabeça do Thomas!— Eu quero todos atrás dele, quero todas as informações dele, quero saber cada passo que ele der, eu quero o Thomas morto. — Eu ordenei para os meus homens no galpão.— Coloquem homens infiltrados lá dentro, falem com os que estão lá dentro, não vou admitir nenhuma falha.Eu não queria espaço livre na minha mente para pensar na morta da Pérola, eu irei matar o Thomas e casar com a Mariana.— Heitor, olha quem está aqui. — O meu pai fala ao bater na porta da minha sala.Eu levanto a cabeça e vejo o Rodrigo.— Que bom te ver Rodrigo, como você está? — Falo.— Primeiramente quero desejar meus sentimentos pela Pérola.— Muito obrigado Rodrigo.— E sim estou bem e pronto para voltar ao meu emprego.— A Mariana adora você, vai ser ótimo você voltar nesse momento tão difícil.— Fico feliz por isso senhor Heitor, obrigado por todo o apoio nesse momento difícil para mim também, eu e a minha família somos muito gratos por toda
HEITOR NARRANDO— São os relatórios financeiros da empresa — Ela disse com a voz um pouco trémula.— Jura? Disso eu sei, eu te liguei e você não atendeu porque?— Desculpe, eu não vi. Realmente estava meio ocupada.— Carolina, você estava ao telefone quando entrei aqui, e você vem me dizer que não viu a ligação? A quem você quer enganar? acha que eu tenho cara de idiota?. - Olho furioso.— Calma Heitor, eu posso explicar. - Lá vem ela com as desculpas sem sentido, mas vamos lá escutar o que ela tem a dizer a seu favor.Eu me aproximei dela, segurei firme no seu braço.— Você está mentindo para mim caralho? que merda é essa? O que você está escondendo de mim?— Na, não.. — Ela gaguejou e aquilo só prova que ela esconde algo.— Então fala Carolina, por que está havendo diferença nos lucros da empresa? por um acaso eu estou falindo e não fui avisado? Não me tome como um incompetente, porque isso eu não sou mesmo.— Preciso analisar Heitor, foi os dados que recebi, por favor me solta, est
HEITOR NARRANDO. Essa noite eu tirei pequenos cochilos, cada vez que a Mariana se mexia na cama, eu acordava. Eu estou atordoado, meu coração está sem paz e parece que na minha mente só se passava uma coisa: VINGANÇA CONTRA O THOMAS! Até nos cochilos que eu tirei, eu sonhava matando ele. Vi o sol nascer, a Mariana estava deitada sobre o meu braço, mesmo com o peso do corpo dela eu não quis me mexer e fazer com que ela acordasse. Não sei como vai ser os dias dela daqui pra frente, eu sei que ela precisa de mim, o problema é que eu não consigo me abrir quando passo por esses momentos. Desde a morte da minha mãe fiquei desse jeito, é algo dentro de mim, eu gosto da solidão quando tenho um problema. A Mariana coçou os olhos e sentou na cama assustada. — Ei, está tudo bem. — Tentei acalma-lá. — Tive um pesadelo, — Com quem? — Thomas. Ela ainda estava chateada, pude perceber pelo seu tom de voz. — Esse homem não vai ser mais um problema para você, eu vou
HEITOR NARRANDO. Confesso que parecia que eu estava vivendo em uma bolha, o meu corpo estava ali, mas a minha mente não. A minha mente ainda estava no pedido de separação da Mariana, e olha que isso aconteceu a três dias. Ela não sai do quarto, mal esta comendo e não fala comigo. Terminei de amarrar o meu sapato, sai do quarto e parei em frente a porta dela, coloquei o meu ouvido na porta e ouvi o choro dela. Coloquei a mão na maçaneta para abrir a porta, mas estava trancada. — Mariana, sou eu, abre a porta.. — Sai daqui Heitor, eu quero ficar sozinha. — Abre a porta, me deixa conversar com você. — Não temos nada para conversar, vai trabalhar que é o melhor que você faz. — Mari, abre.. — Vai embora... — Ela chorou. Eu sentei na porta e fiquei ali, ouvindo o choro dela, com o coração apertado. Eu sei que errei, sei das minhas falhas, só que é o meu jeito de reagir com as perdas que tenho na vida, da mesma forma que ela precisa me entender, eu também e
HEITOR NARRANDO. — Eu estou de olho em você, nas suas ligações, antes que eu perca a paciência com você Livia, me fala aonde está a Mariana. Ela começou a chorar e eu já entendi, ela tinha feito algo para ajudar nesse sequestro. — Fala vagabunda, cade a sua irmã? — Eu disse e apertei o pescoço dela. Livia ficou vermelha, quanto mais ela se debatia e tentava tirar a minha mão do seu pescoço, mais eu apertava ela. — Fala. — Eu disse entre os dentes. — Tudo bem Heitor, eu falo. — Ela respondeu com dificuldade. Eu soltei o pescoço dela e ela caiu no chão tossindo. — Eu realmente ajudei o Thomas, mais foi tudo porque ele estava me ameaçando. — Isso não justifica o que você fez caralho, ela é a sua irmã, você tinha todos os motivos para me falar e eu ajudar. — Me perdoa Heitor, me perdoa por favor, eu tive medo. — Ela se rastejou e segurou na minha perna. — Perdão? Você quer perdão Livia? Olha tudo o que você fez para a sua irmã, ela pode estar mort