HEITOR NARRANDO. A perda de um filho é uma ferida que não cicatriza, é para toda a vida – essa dor terá momentos que se converterá em saudade, mas nunca será menor. Os pais ficam perdidos na sua dor, um vazio inconsolável, um lamento interminável. Agora vamos, a nossa menina está esperando a nossa despedida. — Ela falou e eu dei um beijo em sua mão. Independente do que ela fale, o sentimento de culpa não iria sair do meu peito. A sensação que eu tenho é que eu poderia ter feito muito mais. Quando entramos dentro da sala, aquele caixão pequenininho e branco já estava lá. O meu pai e o Enrico estavam sentados ao lado, de cabeça baixa e quando me viram se levantaram. — Filho, eu sinto muito. — O meu pai fala. Eu não conseguia falar, muito menos ter qualquer tipo de reação, mesmo eu ainda sentindo raiva do meu pai, esse não é o momento. O Enrico ainda tinha alguns machucados no rosto por conta do sequestro, eu me aproximei do caixão e passei a mão sobre
HEITOR NARRANDO. Eu só buscava uma coisa agora, a cabeça do Thomas!— Eu quero todos atrás dele, quero todas as informações dele, quero saber cada passo que ele der, eu quero o Thomas morto. — Eu ordenei para os meus homens no galpão.— Coloquem homens infiltrados lá dentro, falem com os que estão lá dentro, não vou admitir nenhuma falha.Eu não queria espaço livre na minha mente para pensar na morta da Pérola, eu irei matar o Thomas e casar com a Mariana.— Heitor, olha quem está aqui. — O meu pai fala ao bater na porta da minha sala.Eu levanto a cabeça e vejo o Rodrigo.— Que bom te ver Rodrigo, como você está? — Falo.— Primeiramente quero desejar meus sentimentos pela Pérola.— Muito obrigado Rodrigo.— E sim estou bem e pronto para voltar ao meu emprego.— A Mariana adora você, vai ser ótimo você voltar nesse momento tão difícil.— Fico feliz por isso senhor Heitor, obrigado por todo o apoio nesse momento difícil para mim também, eu e a minha família somos muito gratos por toda
HEITOR NARRANDO— São os relatórios financeiros da empresa — Ela disse com a voz um pouco trémula.— Jura? Disso eu sei, eu te liguei e você não atendeu porque?— Desculpe, eu não vi. Realmente estava meio ocupada.— Carolina, você estava ao telefone quando entrei aqui, e você vem me dizer que não viu a ligação? A quem você quer enganar? acha que eu tenho cara de idiota?. - Olho furioso.— Calma Heitor, eu posso explicar. - Lá vem ela com as desculpas sem sentido, mas vamos lá escutar o que ela tem a dizer a seu favor.Eu me aproximei dela, segurei firme no seu braço.— Você está mentindo para mim caralho? que merda é essa? O que você está escondendo de mim?— Na, não.. — Ela gaguejou e aquilo só prova que ela esconde algo.— Então fala Carolina, por que está havendo diferença nos lucros da empresa? por um acaso eu estou falindo e não fui avisado? Não me tome como um incompetente, porque isso eu não sou mesmo.— Preciso analisar Heitor, foi os dados que recebi, por favor me solta, est
HEITOR NARRANDO. Essa noite eu tirei pequenos cochilos, cada vez que a Mariana se mexia na cama, eu acordava. Eu estou atordoado, meu coração está sem paz e parece que na minha mente só se passava uma coisa: VINGANÇA CONTRA O THOMAS! Até nos cochilos que eu tirei, eu sonhava matando ele. Vi o sol nascer, a Mariana estava deitada sobre o meu braço, mesmo com o peso do corpo dela eu não quis me mexer e fazer com que ela acordasse. Não sei como vai ser os dias dela daqui pra frente, eu sei que ela precisa de mim, o problema é que eu não consigo me abrir quando passo por esses momentos. Desde a morte da minha mãe fiquei desse jeito, é algo dentro de mim, eu gosto da solidão quando tenho um problema. A Mariana coçou os olhos e sentou na cama assustada. — Ei, está tudo bem. — Tentei acalma-lá. — Tive um pesadelo, — Com quem? — Thomas. Ela ainda estava chateada, pude perceber pelo seu tom de voz. — Esse homem não vai ser mais um problema para você, eu vou
HEITOR NARRANDO. Confesso que parecia que eu estava vivendo em uma bolha, o meu corpo estava ali, mas a minha mente não. A minha mente ainda estava no pedido de separação da Mariana, e olha que isso aconteceu a três dias. Ela não sai do quarto, mal esta comendo e não fala comigo. Terminei de amarrar o meu sapato, sai do quarto e parei em frente a porta dela, coloquei o meu ouvido na porta e ouvi o choro dela. Coloquei a mão na maçaneta para abrir a porta, mas estava trancada. — Mariana, sou eu, abre a porta.. — Sai daqui Heitor, eu quero ficar sozinha. — Abre a porta, me deixa conversar com você. — Não temos nada para conversar, vai trabalhar que é o melhor que você faz. — Mari, abre.. — Vai embora... — Ela chorou. Eu sentei na porta e fiquei ali, ouvindo o choro dela, com o coração apertado. Eu sei que errei, sei das minhas falhas, só que é o meu jeito de reagir com as perdas que tenho na vida, da mesma forma que ela precisa me entender, eu também e
HEITOR NARRANDO. — Eu estou de olho em você, nas suas ligações, antes que eu perca a paciência com você Livia, me fala aonde está a Mariana. Ela começou a chorar e eu já entendi, ela tinha feito algo para ajudar nesse sequestro. — Fala vagabunda, cade a sua irmã? — Eu disse e apertei o pescoço dela. Livia ficou vermelha, quanto mais ela se debatia e tentava tirar a minha mão do seu pescoço, mais eu apertava ela. — Fala. — Eu disse entre os dentes. — Tudo bem Heitor, eu falo. — Ela respondeu com dificuldade. Eu soltei o pescoço dela e ela caiu no chão tossindo. — Eu realmente ajudei o Thomas, mais foi tudo porque ele estava me ameaçando. — Isso não justifica o que você fez caralho, ela é a sua irmã, você tinha todos os motivos para me falar e eu ajudar. — Me perdoa Heitor, me perdoa por favor, eu tive medo. — Ela se rastejou e segurou na minha perna. — Perdão? Você quer perdão Livia? Olha tudo o que você fez para a sua irmã, ela pode estar mort
HEITOR NARRANDO. ~ início de ligação. ~ — Heitor? — Enrico atendeu. — Preciso de você. — Aonde eu te encontro? — Vou te mandar a localização. — Ok. — Ele respondeu e eu desliguei. ~ fim de ligação. ~ Eu mandei a localização para o Enrico, enfiei o pé no acelerador e fui atrás da Mariana. É claro que eu pensei que poderia ser uma armadilha, mas essa informação é tudo o que eu tenho, eu preciso arriscar. A única igreja com uma praça que tinha, ficava a 28 minutos da nossa casa, eu não quis saber de nenhum tipo de farol ou sinalização que fosse. Eu queria achar a Mariana. Quando cheguei na rua em que ficava a tal praça, comecei a olhar todas as casas abandonadas que tinha ali, os meus olhos eram certeiros, eu precisava ser certeiro e não podia aceitar mais nenhum tipo de erro. Vi o carro Enrico se aproximar do meu, ele parou o dele, desceu e entrou no meu. — E aqui que a Mariana está? — A irmã dela confessou tudo, disse que acha que ela está
HEITOR NARRANDO. Ela tem razão, o seu ego vai ter matar. — Eu disse com a arma apontada para eles. — He,hei,heitor... — Carolina gaguejou. — Que facada nas costas em Carolina, você sempre foi de confiança. — Heitor, calma, não é isso o que você está pensando. — Carolina se desesperou. — Não? Então você está me dizendo que a Mariana esta mentindo? Está dizendo que o que ouvi agora de vocês dois é mentira? — Se você já sabe o caralho do alfabeto todo, porque você fica se fazendo de idiota. — Thomas disse. Eu apontei a arma e atirei no joelho dele. Ele gritou e a Carolina abaixou chorando para ajuda-lo. — Abaixa sua bola para falar comigo. Entra na porra do carro. — Eu disse apontando com a arma. Carolina arrastou ele até o carro, abriu a porta do carro e colocou Thomas dentro. Ele gemia de dor. — Dirige Carolina. — Eu joguei a chave para ela. Eu abri a porta do carro, entrei e coloquei a arma na cabeça dela. — Sem gracinha, se não v