RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA. Eu passei o dia inteiro trancada em meu quarto, perdida nos livros que tinham no escritório do Leonardo. Estava evitando encontrar com Lorenzo ou Rocco. Em alguns momentos, eu me perdia na leitura ao pensar no Leonardo. Será que ele está bem? Ele é teimoso, resolveu ir trabalhar sem que o médico liberasse. Quando a noite chegou, eu desci para a cozinha e comi ali mesmo. Voltei para o meu quarto, tomei um banho e me enrolei na toalha. O pouco de roupa que eu tinha ali, no meio tinha uma camisola que a bruxa da Celina não tinha gostado e eu nunca pensei que fosse usar aquilo. Passei um hidratante pelo corpo, coloquei a camisola sem calcinha, me perfumei, soltei os meus cabelos e parei em frente ao espelho.As minhas mãos passaram pelo meu próprio corpo, eu me olhei e como eu estava me achando bonita, será que algum dia um homem vai me olhar como uma mulher, será que um dia homem vai sentir tesão em mim, será que um dia algum homem vai me amar
LEONARDO RIZZI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA. Destranquei a porta, abri apenas uma fresta e era o Lorenzo. — O que você quer? — perguntei, injuriado. — Quero saber se você está bem. Rocco me disse que você matou o homem que atirou em você. — Está tudo bem, Lorenzo, estou um pouco ocupado agora. — O que você está fazendo? — ele disse, tentando ver pela fresta da porta. — Lorenzo, eu já disse que estou bem. Você quer mais alguma coisa? — Não, boa noite. Eu tranquei a porta e voltei para a cama. Rafaella tinha vestido a sua camisola novamente, o rosto dela estava vermelho de vergonha. — Desculpa por isso. — Não tem problema, é até melhor, a gente ia fazer besteira. — Você acha que íamos fazer besteira? — É apenas um acordo, Leonardo. Não podemos nos envolver, eu tenho o meu propósito e você tem o seu. — Desculpe se ultrapassei o seu limite. — Você não ultrapassou sozinho, eu também te dei liberdade para isso. Um silêncio incômodo pairou entre nós. Rafaella desviou o olha
LEONARDO RIZZI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.Eu estava sentado no canto mais escuro do galpão, olhando para o relógio e tentando ignorar a sensação de inquietação que me consumia. O barulho constante das máquinas e a conversa abafada dos outros membros da máfia eram como um zumbido irritante na minha cabeça. O meu dia estava longe de acabar, e eu já estava cansado.Rocco, se aproximou de mim com um olhar grave.— Leonardo, precisamos conversar. É sobre Rafaella.Meu coração deu um salto, mas mantive a expressão firme.— O que tem ela?— Algumas coisas não estão se encaixando Leo. — Ele começou, inclinando-se para frente.— Temos razões para acreditar que Rafaella pode estar nos traindo.— Outra vez isso, você está louco, Rocco? — Eu disse e senti o sangue subir na cabeça. — Rafaella nunca faria isso.Rocco ergueu as mãos, tentando acalmar a situação.— Eu sei que é difícil de ouvir, mas precisamos considerar todas as possibilidades. A segurança da máfia está em jogo, a su
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA. — Quer acabar com essa noite no meu quarto? — Ele perguntou baixinho no meu ouvido e eu só confirmei com a cabeça.Eu precisava do som da voz dele nos meus ouvidos, ela era capaz de me fazer entrar em combustão espontânea, me fazia pirar e desejar muito mais...Os nossos beijos já foram se intensificando ali mesmo, as mãos dele deslizavam pelo meu corpo que ainda estava vestido. Subimos a escada quase tropeçando um no outro. Eu já entrei no quarto desabotoando a camisa dele e ele tirando a minha camisola.— Você não pode ficar andando assim em casa...— Por que não?— Porque eu não quero os outros olhando para você...Eu não sei qual era o limite que eu estava tentando encontrar. Eu me entregava inteiramente para ele e me deixava levar pelo toque de suas mãos quentes passando em mim.Ele me deitou na cama apenas de calcinha e ele tinha tirado toda a roupa dele.Os dedos do Leonardo estavam dentro de mim brincando com a minha
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.Eu abri os olhos lentamente quando eu ouvi um celular despertando, olhei para o lado e o Leonardo estava pelado na mesma cama que eu...O meu coração disparou ao notar o calor do corpo dele ao meu lado. Ele estava acordado, me observando com um olhar diferente..— Bom dia. — Ele disse suavemente com um sorriso tocando os seus lábiosAquele tom carinhoso me surpreendeu, trazendo um misto de alívio e confusão. Havia algo reconfortante na maneira como ele falava, apesar da situação desconcertante em que eu me encontrava.— Bom dia — Respondi com a minha voz saindo mais hesitante do que eu pretendia.Leonardo se esticou e tirou o lençol da cama, revelando manchas escuras de sangue.Ele parecia tranquilo, quase satisfeito com o que via.— Precisamos disso como prova — Ele explicou dobrando o lençol com precisão.— Para mostrar ao conselho que a consumação do casamento foi feita.Assenti lentamente, tentando processar tudo. Me levantei com cuidado,
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA. ITÁLIA.A frustação do Rocco era nítida, ele trocou algumas palavras com Leonardo e depois disso foi embora. Lorenzo apareceu na sala de jantar, se sentou e começou a comer.— Lorenzo, recebemos o convite de aniversário do Martin.— E daí? Não estou nem um pouco interessado.Leonardo ignorou o comentário e continuou.— Vocês irão ao shopping hoje.— Nem pensar. — Lorenzo retrucou, cruzando os braços de forma desafiadora.— Não vou gastar meu tempo com isso.Leonardo olhou para o Lorenzo e respondeu:— Não é uma opção, Lorenzo. Você vai ao shopping, e Rafaella vai com você.O meu coração acelerou. A última coisa que eu queria era passar mais tempo sozinha com Lorenzo. Desde que Leonardo e eu começamos a nos aproximar, Lorenzo fez questão de me mostrar o quanto me desprezava. Mas sabia que contrariar Leonardo só complicaria mais as coisas.Suspirei e me da cadeira..— Tudo bem Lorenzo, vai ser tão rápido que você nem irá perceber a minha presença.No
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.O dia do aniversário de Martin chegou, mas o clima tenso entre Lorenzo e eu continuava muito estranho. Apesar disso, eu precisava acompanhar Leonardo nesse aniversário. Alguém bateu na porta e em seguida a abriu.— Posso entrar? — Leonardo perguntou.— Sim.Eu estava terminando de passar o batom. Leonardo se sentou na cama e ficou me olhando.— Eu preciso te contar uma coisa. — Ele parecia aflito.— O que aconteceu?— Rafaella, o Martin, ele tem uma aliança com o seu pai também.— Então, você está me dizendo...— Sim, Adam vai estar lá. — Ele me interrompeu.— Não acho uma boa ideia irmos, Leonardo.— Temos que ir. Martin é um ótimo fornecedor e se deixarmos de ir por causa de Adam, vão começar a inventar que estou com medo dele.— Tudo bem... — Eu disse, abaixando a cabeça.— Ei... — Leonardo levantou da cama e se aproximou de mim. — Não precisa se preocupar, não irá acontecer nada.— Fecha o meu vestido, por favor. — Eu pedi, e ele afirmou
LEONARDO RIZZI NARRANDO. ITÁLIA. Quando entramos para o jantar, escolhemos uma mesa afastada de Adam e Celina, na esperança de evitar conflitos ali na festa. Mas Rafaella continuava bebendo. Rafaella estava mais solta, mas também mais instável, e eu não sabia exatamente como lidar com aquilo.Rocco se aproximou de mim enquanto eu observava Rafaella, a sua expressão de preocupação não passando despercebida.— Leonardo, você está vendo isso? — Rocco perguntou com um tom sério.— Isso não é normal. Ela está bebendo demais e pode acabar causando problemas. Você precisa fazer algo.Eu olhei para Rafaella, que estava conversando animadamente com uma mulher, mas seus olhos estavam distantes, a risada forçada. Eu sabia que Rocco estava certo, mas não sabia como acalmar Rafaella.— Eu sei, Rocco. — A minha voz saiu tensa.— Já tentei falar com ela, mas parece que não adiantou. Ela está passando por muita coisa, e eu não sei como ajudar.Rocco me observou com uma expressão de desaprovação.—