Entro no último quarto vazio, ouvindo a porta se fechar.
– É virgem mermo? – Gael pergunta.
Inspiro profundamente assentindo, me virando para ele.
– Responde – diz sério.
– ...sim, senhor – digo com a voz trêmula.
Ele dá um meio sorriso.
– Não sou tão velho assim, pra me chamar de senhor. Me chama de Gael – diz com os olhos fixos em mim – Tá nervosa?
Assinto novamente.
– Tô.
– Não vou fazer nada que não vá querer – Sustento seu olhar esperançosa.
– ...posso ir então?
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Acordo assustada, depois de ter dormido o que pareceu longas horas. Às camas estavam vazias e o dia já havia amanhecido, o que indicava claramente que estava atrasada, para o que fosse fazer naquele dia. Levanto ainda sonolenta, passando ás mãos no rosto antes de sair do quarto com minha escova de dente. Saindo do terceiro andar, noto algumas meninas limpando o segundo andar e outras limpando os demais cômodos. O café da manhã ainda estava sobre a mesa da cozinha, o que era mais uma vez estranho. Lidiane entra na cozinha com suas roupas sujas.– Por quê você não me acordou? – pergunto.&nb
Sentada nos pés da cama, encarava a porta, ansiosa para ver Gael entrar por ela. Ouço passos no corredor, que me faz arrumar a postura. A porta abre e não é exatamente Gael que para na minha frente.– Pelo jeito aqui não é o banheiro – O amigo de Gael ri, aparentemente bêbado – Ainda bem que não atrapalhei nenhuma foda – Ele leva a latinha de cerveja para a boca, tomando um gole, estendendo na minha direção – Bebe. Já bebi demais – pego a latinha hesitante, vendo ele deitar ao meu lado – Tu tá esperando alguém? Balanço a cabeça assentindo.– Estou – Encaro a latinha com a cerveja quase no
No dia seguinte, o que só se comentava na casa era o surto de Kauane e suspeitas de quem o havia rasgado. Não seria uma tarefa fácil descobrir, já que Kauane não se dava bem com muitas garotas e era mais odiada do que amada. Sentada no sofá perto da televisão, assistia a novela, notando algumas delas entrando e saindo da casa.– Maria – diz Jô do outro lado do cômodo, a olho no mesmo instante – Vem aqui – Meu coração acelera rapidamente, a medida que levanto e me aproximo dela, a seguindo até seu quarto que, por sinal era bem arrumado. Ela fecha a porta, pegando um celular em cima da cama.– Vou deixar você falar com sua m&at
Já estava no quarto pronta para dormir, quando Lidiane entra.– Já vai dormir?– Tô cansada de ficar sentada na sala.– Vamos sair? Olho para ela no mesmo instante.– Sair?– É. Tá tendo um baile aqui na favela – Ela nota minha expressão confusa e continua – É umas festa com muita gente. Meus olhos vagam pelo chão, avaliando a possibilidade de ir.– E a Jô vai...deixar? Ela dá de ombros.– Você não tem cliente e eu já terminei por hoje. Sorrio.–
Marco faz questão de ter certeza de que iríamos para a casa da Jô.– Vou tirar a camisa – murmuro quando ele para diante da casa vermelha.– Depois me dá – diz indo embora. Entro na casa, ouvindo Lidiane trancar a porta.– Por quê fez aquilo? E o que estava fazendo com a correntinha dele? – pergunta nervosa.– Encontrei a correntinha e queria devolver.– Você encontrou? Nem transou com ele ontem.– Estava aqui na sala! – digo rapidamente – Só queria entregar pra ele. Lidiane balança a cabeça incrédula, levando as mãos para a cintura.– N&atil
– Ele está esperando você no quarto – Lidiane continua mau humorada. Passo as mãos no cabelo, saindo do quarto. Não estava esperando ver Gael tão cedo. Não achava que quisesse me ver... Diminuo os passos quando começo a me dar conta que talvez quisesse terminar o que havia apenas começado. Engulo em seco, antes de abrir a única porta fechada do corredor, o encontrando em pé no meio do quarto. Fecho a porta atrás da mim, ao entrar no quarto.– Queria falar comigo? – pergunto baixo.– Por quê tu tava usando as roupas da Marcela? Franzo o cenho levemente.–  
Acordo primeiro do que as meninas.Do lado de fora no quarto, podia ouvir as demais conversando baixo e andando pelo corredor.Mais um dia.Desço da minha cama, vendo Lidiane virada para a parede.Kauane dormia com todo o corpo coberto, até a cabeça e Katiane nem estava coberta, deitada de barriga para cima.Entro no banheiro, me adiantando em fazer xixi e em seguida escovar os dentes.Ao abrir a porta, me assusto quando me deparo com uma menina bem magra, com os olhos vermelhos arregalados.– Tem como ficar no meu lugar lá na cozinha hoje? – pergunta rapidamente, puxando o ar com força pelas narinas – Tenho que dar uma saída.– Tá...bom – digo devagar, a olhando com atenção. Ela se afasta, entrando no terceiro quarto ao lado do banheiro.
– Sabe cozinhar? – Jô pergunta, pouco tempo depois do café da manhã, quando termino de limpar a cozinha. Colocando uma sacola grande de carne sobre a pia.– Sei.– Faz alguns bifes para o almoço e janta. O restante da carne você congela.Não era um bicho de sete cabeças para mim retalhar carne.Aprendi vendo mainha. Ela se sempre se sentava nos fundos de casa, com uma bacia grande no meio das pernas. Ali, retalhava a carne com espessuras finas e me dava para pendurar no varal.E ainda tínhamos que vigiar, pra nenhum bicho comer.Fazíamos isso por que não tínhamos geladeira e pra carne não estragar.Faço os bifes, como Jô queria, deixando numa bacia pequena. Coloco todos os temperos que encontro na geladeira e tempero a