– Não se mexe – diz Lidiane, algum tempo depois, passando um batom vermelho nos meus lábios.
Estava me sentindo estranha em um vestido rosa– claro de bojo.
Quase que não serviu e era justo demais.
– O que você passou no seu cabelo? – questiona quando tenta arrumar.
Dou de ombros.
– Só lavei com água.
– Não usou condicionador?
– Nem shampoo – Lidiane para por um instante, me olhando, antes de voltar a tentar arrumar meu cabelo.
– Você trouxe shampoo e condicionador? – pergunta baixo.
Nego com a cabeça. Havia me acostumado em n&ati
– Maria – Lidiane chama, me sacudindo – Acorda. Tiro a coberta de cima da cabeça, olhando para Lidiane parada em frente da cama. Seus olhos se arregala um pouco ao se fixar em mim.– Caramba! – diz Katiane, se colocando nas costas de Lidiane – Bateram em você com vontade.– Melhor você levantar, se não quiser que a Jô arranque você daí – diz Kauane entrando no quarto, indo em direção do seu guarda– roupa. Lidiane faz um gesto com a cabeça para que levantasse. Obedeço, sentindo meu corpo doer de uma vez.– Vou comprar shampoo e...sabonete
Entro no último quarto vazio, ouvindo a porta se fechar.– É virgem mermo? – Gael pergunta. Inspiro profundamente assentindo, me virando para ele.– Responde – diz sério.– ...sim, senhor – digo com a voz trêmula. Ele dá um meio sorriso.– Não sou tão velho assim, pra me chamar de senhor. Me chama de Gael – diz com os olhos fixos em mim – Tá nervosa? Assinto novamente.– Tô.– Não vou fazer nada que não vá querer – Sustento seu olhar esperançosa.– ...posso ir então? &n
Acordo assustada, depois de ter dormido o que pareceu longas horas. Às camas estavam vazias e o dia já havia amanhecido, o que indicava claramente que estava atrasada, para o que fosse fazer naquele dia. Levanto ainda sonolenta, passando ás mãos no rosto antes de sair do quarto com minha escova de dente. Saindo do terceiro andar, noto algumas meninas limpando o segundo andar e outras limpando os demais cômodos. O café da manhã ainda estava sobre a mesa da cozinha, o que era mais uma vez estranho. Lidiane entra na cozinha com suas roupas sujas.– Por quê você não me acordou? – pergunto.&nb
Sentada nos pés da cama, encarava a porta, ansiosa para ver Gael entrar por ela. Ouço passos no corredor, que me faz arrumar a postura. A porta abre e não é exatamente Gael que para na minha frente.– Pelo jeito aqui não é o banheiro – O amigo de Gael ri, aparentemente bêbado – Ainda bem que não atrapalhei nenhuma foda – Ele leva a latinha de cerveja para a boca, tomando um gole, estendendo na minha direção – Bebe. Já bebi demais – pego a latinha hesitante, vendo ele deitar ao meu lado – Tu tá esperando alguém? Balanço a cabeça assentindo.– Estou – Encaro a latinha com a cerveja quase no
No dia seguinte, o que só se comentava na casa era o surto de Kauane e suspeitas de quem o havia rasgado. Não seria uma tarefa fácil descobrir, já que Kauane não se dava bem com muitas garotas e era mais odiada do que amada. Sentada no sofá perto da televisão, assistia a novela, notando algumas delas entrando e saindo da casa.– Maria – diz Jô do outro lado do cômodo, a olho no mesmo instante – Vem aqui – Meu coração acelera rapidamente, a medida que levanto e me aproximo dela, a seguindo até seu quarto que, por sinal era bem arrumado. Ela fecha a porta, pegando um celular em cima da cama.– Vou deixar você falar com sua m&at
Já estava no quarto pronta para dormir, quando Lidiane entra.– Já vai dormir?– Tô cansada de ficar sentada na sala.– Vamos sair? Olho para ela no mesmo instante.– Sair?– É. Tá tendo um baile aqui na favela – Ela nota minha expressão confusa e continua – É umas festa com muita gente. Meus olhos vagam pelo chão, avaliando a possibilidade de ir.– E a Jô vai...deixar? Ela dá de ombros.– Você não tem cliente e eu já terminei por hoje. Sorrio.–
Marco faz questão de ter certeza de que iríamos para a casa da Jô.– Vou tirar a camisa – murmuro quando ele para diante da casa vermelha.– Depois me dá – diz indo embora. Entro na casa, ouvindo Lidiane trancar a porta.– Por quê fez aquilo? E o que estava fazendo com a correntinha dele? – pergunta nervosa.– Encontrei a correntinha e queria devolver.– Você encontrou? Nem transou com ele ontem.– Estava aqui na sala! – digo rapidamente – Só queria entregar pra ele. Lidiane balança a cabeça incrédula, levando as mãos para a cintura.– N&atil
– Ele está esperando você no quarto – Lidiane continua mau humorada. Passo as mãos no cabelo, saindo do quarto. Não estava esperando ver Gael tão cedo. Não achava que quisesse me ver... Diminuo os passos quando começo a me dar conta que talvez quisesse terminar o que havia apenas começado. Engulo em seco, antes de abrir a única porta fechada do corredor, o encontrando em pé no meio do quarto. Fecho a porta atrás da mim, ao entrar no quarto.– Queria falar comigo? – pergunto baixo.– Por quê tu tava usando as roupas da Marcela? Franzo o cenho levemente.–