Por fim, o dia do meu casamento chegou. Meu pai o realizou na grande área externa, perto do jardim de nossa casa.
Longe dos olhares da mídia. Secretamente. Ninguém da alta sociedade ficou sabendo, apenas Francisco.
Vergonha de Gregory?
Provavelmente.
E outra coisa, era claro que ele não tinha o porquê festejar. Talvez na cabeça dele, ele ainda tinha a ideia que meu casamento não fosse durar muito. Então, ele convidou poucas pessoas. Familiares mais chegados e da parte de Gregory só o Dr. Jonas e Raquel foram. Francisco não foi ao meu casamento.
Entrei de braços dados com meu pai com um sorriso radiante no rosto. Caminhamos juntos pelo tapete vermelho até o altar. Gregory me esperava debaixo de um lindo pergolado de madeira em forma de capela e enfeitado de flores.
Ele estava lindamente vestido com um fraque preto, camisa branca, gravata e colete cinza. Eu esco
A nossa festa de casamento foi atípica: Tiramos poucas fotos, e não teve a dança dos noivos. Ela era a cara do casamento onde os pais estavam dando uma festa contrariados, totalmente em descordo com a união.Mas tudo bem!O importante era a realização do sonho de me casar com Gregory, o homem que eu amava.Logo fomos para o carro, onde Roger nos esperava. Lembro-me que um dia antes, quando vi a pequena mala de Gregory, eu sorri, ele entendendo meu olhar, me disse sorrindo: "Eu sou um homem. Alguns pares de jeans, algumas camisetas, shorts e eu estou bem. São as mulheres que carregam cada peça de roupa que possuem, para uma viagem de fim de semana." Eu ri ao pensar nisso...Meu pai com certeza, não quis passar vergonha com o carro de Gregory. Por isso ele liberou Roger para nos levar até a nossa casa de praia em Portsmouth, onde passaríamos a nossa lua de mel. Ele voltaria d
GregoryEu acordei no Domingo de manhã com o coração pesado, sabendo que nossa vida estava para mudar radicalmente.Chegamos em Londres, à tarde. Depois de passar dias maravilhosos em uma casa grande, cercado de verde e dias ensolarados na praia, o apartamento parecia pior, horrível para mim. Preocupado, eu encarei o rosto de Natasha por alguns segundos. Queria sentir sua reação agora que estaríamos encarando nossa realidade.O sorriso que ela me deu, desfez a minha preocupação.—Vou desfazer as nossas malas. Por que não aproveita para fazer um café? —Ela me disse me abraçando e me beijando.— Ótima ideia. —Eu disse, mostrando uma empolgação que eu não sentia.NatashaIncontáveis frascos de perfumes exclusivos e
Meu celular tocou. Corri em direção ao quarto e o atendi.—Bom dia.Meu coração se agitou no peito.—Gregory!—Não posso falar por muito tempo, liguei para saber como está se saindo. Já está pensando em pegar sua mala e sair correndo?Eu ri.—Claro que não! Que ideia. Eu estou bancando a dona de casa, e sonhando em te ajudar financeiramente, conseguindo um emprego.—Não consigo imaginá-lo como dona de casa. Acho que sua imagem cercada por aquele luxo todo colaborou para isso. Espero que consiga o emprego. Sei que não está sendo fácil. — Vou sobreviver.—Está certo. Hoje eu levarei o jantar, não precisa se preocupar em fazê-lo.Eu olhei para o céu e agradeci a Deus.—Ótimo. Te amo.—Eu também, você
No dia seguinte, acordei tarde. Nem tinha visto Gregory sair. Pensando nas cenas da noite anterior, sorri na penumbra me sentindo feliz. A imagem dele, tão lindo e viril me levando a loucura, me fez apertar o travesseiro dele à procura de seu cheiro. Aspirei com prazer o cheirinho do homem da minha vida.Depois de brigar com os registros do chuveiro regulando o frio e o quente tomei banho. Vesti uma calça jeans, uma camiseta rosa com desenhos abstratos pretos e calcei os tênis.Arrumei a cama, abri todas as janelas e depois de tomar um café puro com bolachas salgadas, peguei algumas libras e saí para comprar jornal na banca que eu tinha avistado da janela do nosso quarto.Quando alcancei à calçada, fitei tudo ao meu redor. O bairro me pareceu melhor do que aquele dia que fugi de casa.Na banca, peguei o jornal e um livro de receitas. O senhor rechonchudo, que deveria ser o dono, fixou seus olhos
NatashaA chuva tamborilava na janela do quarto. As lágrimas vieram junto com um sorriso. As palavras dele e ele ali, me envolvendo ternamente com seus braços. O cuidado presente ali me passava à sensação que tudo daria certo, era questão de tempo.—Me espere que eu já volto.Alguns minutos depois Gregory voltava com uma agulha. Ele espetou a grande bolha tirando o líquido com cuidado que tinha se formado dentro dela.—Pronto.Eu lhe dei um abraço rápido e me afastando sorri para o homem maravilhoso que me olhava com grande amor nos olhos.Os trovões cortavam o céu bem ao longe deixando o cenário ainda mais apaixonante. A luz amena do quarto colaborava muito para o romantismo.—Te amo... — Eu fechei olhos ao sentir os lábios de Gregory em meu pescoço.— Eu tamb&eac
NatashaQuatro semanas se passaram desde aquele terrível dia que deu tudo errado na cozinha, ainda tinha a marca da queimadura no meu pé. Aos poucos Gregory foi me ensinando os truques culinários. Com suas lições, percebi que tudo era questão de jeito, noção e bom senso.E claro, anotei tudo.Para minha surpresa, até que aprendi rápido. Hoje eu não morria mais de fome. Sabia fazer um arroz soltinho, purê de batatas, omelete, macarronada e com a carne moída aprendi fazer molho à bolonhesa, além de não me atrapalhar mais em fazer uso da frigideira para fritar as coisas.E achei interessante que tudo que aprendia na cozinha, abria o horizonte para fazer outros tipos de pratos, como se uma coisa levasse a outra.Quanto a trabalho, estava desanimada. Tinha feito três entrevistas e em todas elas, fui reconhec
Duas semanas depois... Os dias se passaram lentamente. Eu me sentia muito solitária. Gregory estava dedicando todo o seu tempo estudando piano. Os finais de semanas ele trabalhava, e quando tinha folga era toda voltada para os ensaios. Gregory sempre se mostrou um companheiro calmo, observador e inteligente. Seu amor era expressado com palavras e carinho, que me deixavam segura e confiante. Um amante generoso e sensível. Se não fosse pelo seu tempo tão escasso, com certeza eu estaria mais feliz. Eu estava fazendo um café na cozinha quando a campainha soou. Hoje era aniversário de mamãe, eu ia à tarde visita-la. Eu tinha combinado com ela às seis horas. Será que eu tinha ouvido errado? Era muito cedo para Roger me pegar... Ao olhar pelo olho mágico, fiquei surpresa em ver Henry e Raquel. Desde que me casei com Gregory, as pessoas tinham sumido de nossas vidas. Apenas o pai de Raquel, dias atrás veio n
GregoryArnold Bertolini se aproximou de mim com uma aura de hostilidade em volta dele. Se ele queria que isso me embaraçasse, de alguma maneira, ele errou em pensar que eu me intimidaria.—Podemos bancar os civilizados na frente todos, mas quero que saiba que esse casamento aconteceu a meu contragosto. Eu não consigo assimilar o que minha filha viu em você. Mas acredito que é questão de tempo, e ela abrirá os olhos.—Senhor Bertolini, desculpe-me, mas não vou discutir com o senhor. Não adianta me fazer ameaças vazias.—Ameaças vazias? É nítido que minha filha não está feliz.Eu estreitei meus olhos.—Ela te disse isso? —Questionei, sem acreditar que Natasha tivesse dito.Arnold rangeu os dentes.—Não, mas eu conheço minha menina como ninguém. Eu