Gregory
Arnold Bertolini se aproximou de mim com uma aura de hostilidade em volta dele. Se ele queria que isso me embaraçasse, de alguma maneira, ele errou em pensar que eu me intimidaria.
—Podemos bancar os civilizados na frente todos, mas quero que saiba que esse casamento aconteceu a meu contragosto. Eu não consigo assimilar o que minha filha viu em você. Mas acredito que é questão de tempo, e ela abrirá os olhos.
—Senhor Bertolini, desculpe-me, mas não vou discutir com o senhor. Não adianta me fazer ameaças vazias.
—Ameaças vazias? É nítido que minha filha não está feliz.
Eu estreitei meus olhos.
—Ela te disse isso? —Questionei, sem acreditar que Natasha tivesse dito.
Arnold rangeu os dentes.
—Não, mas eu conheço minha menina como ninguém. Eu
“Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem”. LaoTséGregoryCom olhos ardendo pela falta de sono, e os nervos à flor da pele fiquei parado observando a mulher que amo dormir. Sempre a vi como uma mulher determinada e forte, mas ela parecia tão frágil agora...Fechei os olhos com tristeza pensando no meu tempo escasso. Senti uma pontada no coração, uma dor quase física me dando conta que dou migalhas para a mulher que é a minha vida.Meu coração estava pequeno dentro do peito me acusando do quanto eu estou em falta com ela. Eu me dividia como marido, funcionário e pianista. Divisões de tempo injustas. Seu pudesse, meu maior tempo seria como marido, depois os ensaios e por último o trabalho. Mas não funcionava assim,eu trabalhava
Gregory —Estou indo, Rafael. —Eu disse para o gerente do restaurante. —Até amanhã. Rafael apenas acenou com a cabeça e eu não via a hora de sair daquele lugar, na calçada esperei para atravessar a rua e ir em direção ao meu carro que estava estacionado do outro lado dela. Antes de atravessar, ouvi um grito assustado, eu virei a cabeça, foi quando vi uma mulher sendo levada para um beco por um dos caras do clube dos motociclistas que tinha a mão num aperto forte em volta do seu pescoço. Fiquei momentaneamente sem saber o que fazer. Se eu chamasse a polícia, levaria muito tempo para eles chegarem. Aquela minha indecisão acabou quando ouvi novamente ela gritar. Sem pensar em nada, fui em direção ao beco. O merda estava lá, com a calça abaixada, pronto a estuprá-la. Senti uma mistura de raiva e adrenalina. —Seu pedaço de merda, larga ela. A garota me olhou horrorizada, seus olhos brilhavam com as lágrimas. El
GregoryÀ tarde, deitado na cama enquanto Natasha fazia café na cozinha, o som estava ligado reproduzindo Mozart - Yeol Eum Son. Eu abria e fechava minha mão, tentando me acostumar com o repuxado que ficou na pele conforme eu a movimentava.Tinha combinado de me reunir depois do almoço com o maestro para um pequeno ensaio. Eu me sentia confiante, eu tinha a plena certeza que amanhã eu estaria bem.A imagem de minha mãe surgiu na minha frente com saudade....Suspirei.Ela tinha falecido após um súbito enfarto quando eu era ainda bem jovem. Tão jovem...Eu gostaria tanto que ela estivesse viva para assistir minha apresentação, e se orgulhar de mim... engraçado que o mesmo sentimento eu não tinha pelo meu pai. A verdade era uma só, eu me importava com quem realmente sempre acreditou em mim. E minha mãe sempre me dizia: "um d
Sábado, dia da apresentação....NatashaNo dia seguinte, acordamos cedo, quando eu ia sair da cama, Gregory me puxou para os seus braços, quando sua boca veio ávida, sem qualquer perda de tempo, eu me surpreendi. Nunca imaginei que no dia da sua apresentação, Gregory teria cabeça para me querer em seus braços. Agora, não tinha mais nada além de nossos corpos unidos, e o contato da sua ereção com a umidade do meu corpo. Foi tudo o que precisávamos para não deixarmos nem um segundo passar.Mais tarde, Gregory me ajudou com o almoço, quando eu recusei, ele explicou que precisava ficar ativo para não ficar nervoso.Fizemos uma comida bem leve, arroz branco, frango grelhado e salada.Comemos num clima descontraído, mesmo agitados com esse dia cheio de expectativas.&mda
GregoryEu entrei no apartamento silenciosamente. Me sentia mentalmente esgotado, mas não via a hora de ver Natasha, abraça-la, no refúgio do nosso quarto.Seu pudesse, teria saído antes, mas precisava agir com profissionalismo. Depois que Natasha saiu, muitos repórteres de outros jornais quiseram me entrevistar e eu precisei saber lidar com isso.Agora era esperar o parecer dos críticos, que tinham critérios rigorosos. Se tudo desse certo e se eles realmente tivessem gostado, nós poderíamos sonhar com uma casa maior num bairro melhor. Soltei o ar feliz e sorri com a possibilidade de dar conforto a Natasha.Eu avistei Natasha deitada de bruços, o luar iluminava sua pele, uma deusa prateada. Sorri com ternura e tirando as roupas me dirigi ao banheiro com a imagem dela na minha mente. Entrei debaixo do jato de água quente. O jato sempre falhava, mas d
GREGORY Colei minha testa na sua e fiquei a olhá-la com meus olhos apaixonados. Natasha sorriu, lágrimas salgaram nossa pele e a beijei na boca e fitei nossa filha em seus braços. Uma linda menina. Vitória, era o nome da nossa filha; Nós não o escolhemos por acaso, era uma homenagem a nossa união, onde ela veio para agregar mais a nossa felicidade. Natasha me olhou emocionada. Seus olhos brilhavam felizes espelhando a alegria dos meus. Tudo estava correndo tão bem, que parecia um sonho e iríamos acordar a qualquer momento. Estávamos morando num bairro melhor, decoramos nosso apartamento com móveis novos, até banheira de hidromassagem tinha em nossa suíte. Para mim, que nunca tive nem uma banheira comum, parecia artigo de luxo.... Eu beije Natasha na testa. —Amor, seus pais estão aí, eu vou sair para eles ficarem à vontade com você... —Que besteira, Gregory. Papai já te considera
— Nunca te vi nas festas de Raquel?— É que somos amigas há pouco tempo.— Entendi. —Ele me encarou sério. —Onde você a conheceu?— Meu pai passou mal, o Senhor Jonas o atendeu. Ela o esperava para irem ao teatro, conversamos e ficamos amigas.Ele me avaliou.— Você é diferente das garotas que eu conheço.Eu ergui minhas sobrancelhas sem entender.—Como? —Perguntei interessada.—Não sei explicar. —Ele correu os olhos azuis pelo meu rosto.—Deve ser porque sou a única aqui que não faz medicina, ou trabalha em um hospital. —Eu disse sorrindo.—Não, não é isso. Você é mais comedida..., mas ainda não é isso.Será que eu aflorava minha condição social?—É natural. Não conheço ningu&eac
Meu coração deu um salto no peito só de pensar em perguntar dele para Raquel. Mas antes de fazê-lo, eu o procurei novamente com os olhos.Surpresa, vi que ele olhava em minha direção. Senti um arrepio na espinha, quando nossos olhos se encontraram. O sangue ferveu nas veias com um nervosismo anormal. Meu Deus, eu não era assim....Com a expressão séria, ele levantou a lata de Coca-Cola que ele segurava, numa saudação. Eu sustentei o olhar dele e lhe dei um leve sorriso, fazendo com que ele sorrisse também.Com dificuldade, voltei minha atenção para Raquel que o olhava também, pois com certeza seguiu o meu olhar.Raquel, torcendo o nariz, virou a cabeça em minha direção.—Nada disso! Ele não é para você.Eu engoli em seco, me sentindo decepcionada com as palavras dela.—Voc&e