Natasha
A chuva tamborilava na janela do quarto. As lágrimas vieram junto com um sorriso. As palavras dele e ele ali, me envolvendo ternamente com seus braços. O cuidado presente ali me passava à sensação que tudo daria certo, era questão de tempo.
—Me espere que eu já volto.
Alguns minutos depois Gregory voltava com uma agulha. Ele espetou a grande bolha tirando o líquido com cuidado que tinha se formado dentro dela.
—Pronto.
Eu lhe dei um abraço rápido e me afastando sorri para o homem maravilhoso que me olhava com grande amor nos olhos.
Os trovões cortavam o céu bem ao longe deixando o cenário ainda mais apaixonante. A luz amena do quarto colaborava muito para o romantismo.
—Te amo... — Eu fechei olhos ao sentir os lábios de Gregory em meu pescoço.
— Eu tamb&eac
NatashaQuatro semanas se passaram desde aquele terrível dia que deu tudo errado na cozinha, ainda tinha a marca da queimadura no meu pé. Aos poucos Gregory foi me ensinando os truques culinários. Com suas lições, percebi que tudo era questão de jeito, noção e bom senso.E claro, anotei tudo.Para minha surpresa, até que aprendi rápido. Hoje eu não morria mais de fome. Sabia fazer um arroz soltinho, purê de batatas, omelete, macarronada e com a carne moída aprendi fazer molho à bolonhesa, além de não me atrapalhar mais em fazer uso da frigideira para fritar as coisas.E achei interessante que tudo que aprendia na cozinha, abria o horizonte para fazer outros tipos de pratos, como se uma coisa levasse a outra.Quanto a trabalho, estava desanimada. Tinha feito três entrevistas e em todas elas, fui reconhec
Duas semanas depois... Os dias se passaram lentamente. Eu me sentia muito solitária. Gregory estava dedicando todo o seu tempo estudando piano. Os finais de semanas ele trabalhava, e quando tinha folga era toda voltada para os ensaios. Gregory sempre se mostrou um companheiro calmo, observador e inteligente. Seu amor era expressado com palavras e carinho, que me deixavam segura e confiante. Um amante generoso e sensível. Se não fosse pelo seu tempo tão escasso, com certeza eu estaria mais feliz. Eu estava fazendo um café na cozinha quando a campainha soou. Hoje era aniversário de mamãe, eu ia à tarde visita-la. Eu tinha combinado com ela às seis horas. Será que eu tinha ouvido errado? Era muito cedo para Roger me pegar... Ao olhar pelo olho mágico, fiquei surpresa em ver Henry e Raquel. Desde que me casei com Gregory, as pessoas tinham sumido de nossas vidas. Apenas o pai de Raquel, dias atrás veio n
GregoryArnold Bertolini se aproximou de mim com uma aura de hostilidade em volta dele. Se ele queria que isso me embaraçasse, de alguma maneira, ele errou em pensar que eu me intimidaria.—Podemos bancar os civilizados na frente todos, mas quero que saiba que esse casamento aconteceu a meu contragosto. Eu não consigo assimilar o que minha filha viu em você. Mas acredito que é questão de tempo, e ela abrirá os olhos.—Senhor Bertolini, desculpe-me, mas não vou discutir com o senhor. Não adianta me fazer ameaças vazias.—Ameaças vazias? É nítido que minha filha não está feliz.Eu estreitei meus olhos.—Ela te disse isso? —Questionei, sem acreditar que Natasha tivesse dito.Arnold rangeu os dentes.—Não, mas eu conheço minha menina como ninguém. Eu
“Ser profundamente amado por alguém nos dá força; amar alguém profundamente nos dá coragem”. LaoTséGregoryCom olhos ardendo pela falta de sono, e os nervos à flor da pele fiquei parado observando a mulher que amo dormir. Sempre a vi como uma mulher determinada e forte, mas ela parecia tão frágil agora...Fechei os olhos com tristeza pensando no meu tempo escasso. Senti uma pontada no coração, uma dor quase física me dando conta que dou migalhas para a mulher que é a minha vida.Meu coração estava pequeno dentro do peito me acusando do quanto eu estou em falta com ela. Eu me dividia como marido, funcionário e pianista. Divisões de tempo injustas. Seu pudesse, meu maior tempo seria como marido, depois os ensaios e por último o trabalho. Mas não funcionava assim,eu trabalhava
Gregory —Estou indo, Rafael. —Eu disse para o gerente do restaurante. —Até amanhã. Rafael apenas acenou com a cabeça e eu não via a hora de sair daquele lugar, na calçada esperei para atravessar a rua e ir em direção ao meu carro que estava estacionado do outro lado dela. Antes de atravessar, ouvi um grito assustado, eu virei a cabeça, foi quando vi uma mulher sendo levada para um beco por um dos caras do clube dos motociclistas que tinha a mão num aperto forte em volta do seu pescoço. Fiquei momentaneamente sem saber o que fazer. Se eu chamasse a polícia, levaria muito tempo para eles chegarem. Aquela minha indecisão acabou quando ouvi novamente ela gritar. Sem pensar em nada, fui em direção ao beco. O merda estava lá, com a calça abaixada, pronto a estuprá-la. Senti uma mistura de raiva e adrenalina. —Seu pedaço de merda, larga ela. A garota me olhou horrorizada, seus olhos brilhavam com as lágrimas. El
GregoryÀ tarde, deitado na cama enquanto Natasha fazia café na cozinha, o som estava ligado reproduzindo Mozart - Yeol Eum Son. Eu abria e fechava minha mão, tentando me acostumar com o repuxado que ficou na pele conforme eu a movimentava.Tinha combinado de me reunir depois do almoço com o maestro para um pequeno ensaio. Eu me sentia confiante, eu tinha a plena certeza que amanhã eu estaria bem.A imagem de minha mãe surgiu na minha frente com saudade....Suspirei.Ela tinha falecido após um súbito enfarto quando eu era ainda bem jovem. Tão jovem...Eu gostaria tanto que ela estivesse viva para assistir minha apresentação, e se orgulhar de mim... engraçado que o mesmo sentimento eu não tinha pelo meu pai. A verdade era uma só, eu me importava com quem realmente sempre acreditou em mim. E minha mãe sempre me dizia: "um d
Sábado, dia da apresentação....NatashaNo dia seguinte, acordamos cedo, quando eu ia sair da cama, Gregory me puxou para os seus braços, quando sua boca veio ávida, sem qualquer perda de tempo, eu me surpreendi. Nunca imaginei que no dia da sua apresentação, Gregory teria cabeça para me querer em seus braços. Agora, não tinha mais nada além de nossos corpos unidos, e o contato da sua ereção com a umidade do meu corpo. Foi tudo o que precisávamos para não deixarmos nem um segundo passar.Mais tarde, Gregory me ajudou com o almoço, quando eu recusei, ele explicou que precisava ficar ativo para não ficar nervoso.Fizemos uma comida bem leve, arroz branco, frango grelhado e salada.Comemos num clima descontraído, mesmo agitados com esse dia cheio de expectativas.&mda
GregoryEu entrei no apartamento silenciosamente. Me sentia mentalmente esgotado, mas não via a hora de ver Natasha, abraça-la, no refúgio do nosso quarto.Seu pudesse, teria saído antes, mas precisava agir com profissionalismo. Depois que Natasha saiu, muitos repórteres de outros jornais quiseram me entrevistar e eu precisei saber lidar com isso.Agora era esperar o parecer dos críticos, que tinham critérios rigorosos. Se tudo desse certo e se eles realmente tivessem gostado, nós poderíamos sonhar com uma casa maior num bairro melhor. Soltei o ar feliz e sorri com a possibilidade de dar conforto a Natasha.Eu avistei Natasha deitada de bruços, o luar iluminava sua pele, uma deusa prateada. Sorri com ternura e tirando as roupas me dirigi ao banheiro com a imagem dela na minha mente. Entrei debaixo do jato de água quente. O jato sempre falhava, mas d