Na madrugada, o celular de Matheus tocou. Ele se levantou e se apoiou na cabeceira da cama, acendendo um abajur. Ele olhou para Stella, que também estava acordada, e falou baixinho para o celular: - Mãe, o que aconteceu?A voz da Sra. Gisele soava particularmente calma naquela hora da noite: - Matheus, acho que sua avó não vai aguentar mais! Traga Stella e venha, é hora de dar a última despedida.Matheus ficou em silêncio por cerca de meio minuto antes de, com a voz rouca, dizer: - Estamos indo agora mesmo!Em menos de cinco minutos, eles se vestiram e partiram naquela noite escura.Matheus não dirigia rápido, porque Stella estava grávida.Eles não conversaram. Stella se sentou ao lado dele, olhando silenciosamente para a noite chuvosa lá fora. Ela sabia que era a última noite que poderia acompanhar Noemi.No cruzamento à frente, o sinal estava vermelho, e Matheus parou o carro suavemente.Ele estava aborrecido e queria fumar, mas acabou de colocando o maço de cigarros de volta. Ele
Matheus ergueu a cabeça, contendo suas emoções, e segurou suavemente a mão de Noemi. Ele murmurou gentilmente: - Mãe, sou eu, o Nick... Eu voltei...- Nick voltou!Sra. Noemi olhou para ele com a cabeça inclinada, incapaz de distinguir a verdade da mentira, apenas sentindo que os traços faciais eram os de Nick, seu filho criado. Ela não tinha forças, seu peito só tinha um fraco movimento, e ela não conseguia mais chamar aquele nome. Ela olhou para o seu Nick.Seus lábios se curvaram em paz e tranquilidade, porque seu Nick havia voltado. Nick, você sabia que iria ser avô, daqui a dois meses a família Soares ganharia mais um bebê. Nick, você ficaria muito feliz em ver sua neta!A noite ficou cada vez mais escura, e Noemi estava nos seus últimos momentos, relutante em partir. Matheus segurou sua mão e sussurrou para os outros: - Eu quero ficar sozinho com a vovó, vocês podem ir dormir!À medida que as pessoas saíam, ele ficou sozinho no amplo quarto, acompanhando Noemi em suas últimas h
Após funeral de Noemi, a vida voltou ao normal.Matheus começou a voltar para casa com mais frequência. Ele e Stella ainda estavam distantes, conversavam pouco durante as refeições e mantinham uma distância de meio metro na cama, às vezes até ele dormindo em quartos separados. Nas noites esporádicas, ele a abraçava e acariciava sua barriga saliente, sentindo a presença do bebê.Quando Stella acordava, ela permanecia em silêncio, deixando-o acariciar o bebê.Entre eles, parecia que só restava esse único elo, nada mais. Ela esqueceu o amor que sentia por ele, ele esqueceu a promessa de compensação, ele até esqueceu o que disse antes. - Stella, eu quero uma menininha. Quando eu chegar em casa após o trabalho, ao abrir a porta do carro, uma garotinha estará lá, abraçando minhas pernas e me chamando de papai.Eles esqueceram os momentos felizes que tiveram juntos, só lembrando das mágoas. Não havia retorno, nenhum deles queria ceder e se aproximar do outro. Não havia abraços, nem palavras
Kelly tinha lágrimas nos olhos: - Vou cuidar bem do bebê!Stella sorriu levemente. Kelly ficou sentada por um tempo e logo saiu, afinal, a loja sempre precisava de alguém presente.Depois que ela partiu, Stella ficou sozinha sentada perto da janela, o sol poente brilhava através do vidro, refletindo uma luz alaranjada suave em seu rosto.Nesse momento, o pequeno Kyle se movimentava suavemente em seu ventre. Parecia estar muito feliz.Stella colocou a palma da mão sobre o abdômen protuberante, sentindo a presença do bebê. Seu coração se encheu de ternura. Ela imaginava como seria o rosto do pequeno Kyle e apenas sorria levemente.Kyle era prevista a nascer no início do inverno. Stella foi ao shopping e comprou muitas roupas fofas em tons de rosa para a pequena Kyle.Ao passar pela seção de roupas masculinas, ela foi abordada por uma vendedora. A vendedora alegremente disse: - Senhora, nossa marca está com uma promoção hoje, desconto de 8,8% em toda a loja. Você deve saber que normalme
Choveu o dia inteiro.Ao entardecer, nuvens alaranjadas se ergueram no horizonte, formando um espetáculo magnífico.Stella, envolta em um xale, ficou em pé no terraço, observando o céu em silêncio.Ela pensava em todos os aspectos de seu casamento com Matheus e se lembrava de ter queimado seu diário aqui, aquela doce foto de casamento. As memórias estavam gravadas em seu coração e corpo, talvez nunca pudesse esquecê-las durante toda a vida.O celular no quarto continuava tocando incessantemente.Stella ajustou o xale e deu mais uma olhada nas nuvens do horizonte antes de retornar ao quarto para atender a ligação.Era Haroldo quem estava ligando. Ele trouxe más notícias para Stella: - Sra. Soares, a situação de seu irmão está muito ruim! Segundo informações confiáveis, surgiram novas evidências e eles decidiram antecipar o julgamento. Se for rigoroso, a pena mínima seria de cinco anos de prisão! Não se desespere... Eu verifiquei e o novo advogado tem uma conexão profunda com a família
Ele disse quase com escárnio: - Você acha que ainda vale tanto? Você acha que me importo com o divórcio? Você acha... que eu, Matheus, só tenho você?Stella arregalou os olhos, mas não deixou as lágrimas caírem. Ela não conseguia acreditar no que estava ouvindo!Agora ela percebia o quão desprezível ela era aos olhos de Matheus. Até hoje, ela era apenas uma prostituta para ele... Até mesmo o filho em seu ventre ele tratava com indiferença.Tudo isso porque ele pensou que ela desligou a ligação de Hana.Sua mão foi empurrada por Matheus.Matheus passou sem nem mesmo olhar para ela, sem remorso, indo assim... indo se despedir da pessoa que ocupava seu coração!Ela era o palhaço entre ela e Hana. O mais ridículo era que só agora, hoje, ela percebia isso!Stella riu suavemente! Ela realmente implorou a Matheus, realmente pensou que ele ficaria por ela. Ela sempre disse que ele não seria capaz de amar alguém, sempre disse que ela não queria ser sua cura. Stella, como você era tola, como vo
Dor em todo o corpo! Uma dor que parecia impedir a respiração, uma dor que parecia levar à morte no próximo segundo, mas Stella não aceitava isso... Ela ainda carregava o pequeno Kyle em seu ventre!Kyle tinha oito meses e ela ainda não havia visto esse mundo. Stella odiava a frieza e insensibilidade de Matheus, mas amava profundamente o filho que carregava, ansiava tão intensamente pelo nascimento da criança, ela não podia morrer assim.Ela não podia morrer!Stella respirou fundo, como se isso aliviasse a dor das contrações, ergueu a cabeça e soltou um lamento com toda a força:- Alguém... Alguém ajude meu filho......Ninguém ouviu, ninguém ouviu seu grito de socorro.Lá fora, os fogos de artifício continuavam a iluminar o céu.Stella se apoiou no chão, suportando a dor intensa, rastejando em direção à porta do quarto:- Alguém, alguém me ajude, salvem o meu filho!O sangue escorria do chão até as escadas. Mais sangue jorrava de suas pernas, pingando no luxuoso tapete da escadaria.E
- Quem se atrever a vir aqui, eu a estrangulo! Vou fazer com que vocês, Grupo Wellfresh, virem notícia! Vou destruir a reputação do Matheus! Vocês não têm nenhum orgulho? Por que não vêm aqui? Será que não consideram a Stella humana? - Gritou Kelly....Ao longe, Mylo estava lá, observando silenciosamente Kelly. Observando-a se esforçar para proteger Stella, absorto em seus próprios pensamentos.Após um longo tempo, Mylo se aproximou dela. Ele puxou Kelly de Gisele com força, abraçando-a firmemente, impedindo-a de se mover.Kelly sentiu o cheiro de tabaco nele. Ela ficou paralisada.Mylo! Sem se virar, Kelly sussurrou para a pessoa atrás dela: - Você tem que salvar a vida dela, Stella não pode morrer! Mylo, por favor, eu o imploro, por favor?Mylo segurou Kelly com firmeza. Ele olhou para Gisele e disse com a voz rouca: - Salve a Stella! Senão, senão um dia o Matheus vai enlouquecer, e você vai se arrepender!Gisele ficou atônita! Nesse momento, Paula correu até eles pelo corredor, c