Hugo e Ava Moura Minha casa está tão vazia, a Heloísa estando na França e o Vittorio voltou para Itália, ficamos apenas a Ava e eu, nesta imensidão de casa, meus churrascos aos domingos já não são os mesmos, pois não tem o humor ácido do Vittorio, não tem o sorriso da minha menina. — Querido, acho que fizemos errado quando aceitamos a proposta do pessoal da Casa Blanca. Nossa filha pode pensar que a entregamos de bandeja para eles. — Fala a Ava irritada mais uma vez. Ela não aceita o acordo que fiz, com os Casablanca, pois acredita que a Heloísa, está apaixonada por alguém que ela não sabe ainda. — Ava, querida, a Heloísa sabe muito bem se virar, se ela não quiser casar com o Augustus é apenas ela dizer não e voltar para casa, falamos com o Vittorio e ela pode trabalhar com ele. O que acha? — Hugo, não quero pressionar a Helô, em absolutamente nada. Neste momento meu celular vibra e quando olho o visor vejo o nome do Augustus. Coloco no viva voz atendendo de imediato. — B
Heloísa Moura Assim que meu pai sai do quarto, solto a respiração que nem fazia ideia que estava prendendo. Vou em direção ao banheiro e sou agarrada pela cintura pelo Vittorio. Não dá tempo nem de falar nada pois ele busca minha boca com desespero. Assim que os lábios de Vittorio encontram os meus, tudo ao meu redor desaparece. Seu beijo é intenso, carregado de urgência e algo mais que não consigo identificar. Meus dedos se entrelaçam em seus cabelos enquanto me deixo levar por aquela sensação eletrizante. Mas não posso me perder ali. Não agora. Com esforço, me afasto, respirando com dificuldade. Ele me encara com os olhos escuros brilhando de desejo e confusão. — Preciso descer — murmuro, colocando as mãos em seu peito e criando uma distância segura. Ele suspira, passando as mãos pelos cabelos em um gesto frustrado. — Tudo bem, Heloísa. Mas isso não acabou. Lembre-se que a noite iremos jantar, só nós dois. — Seu tom é carregado de promessa. Desvio o olhar, sabendo que,
Vittorio BianchiAcordo ao lado de Heloisa, meus braços em torno de seu corpo, seus cabelos espalhados por todo travesseiro, sorrio com toda bagunça que ela é pela manhã, não tem como negar, a Helô, é tudo que sempre sonhei, o que nos impede? Talvez minha amizade com seu pai... Por falar no Hugo, melhor eu ir para meu quarto. Se ele chega e me encontra na cama com sua filha depois de tudo que aconteceu, não sei como ele reagiria.Com cuidado, deslizo meu braço debaixo dela, temendo acordá-la. Seus fios dourados caem sobre o rosto, sua respiração é tranquila, e por um momento, apenas fico ali, observando-a. Mas então a realidade me atinge. Hugo.Preciso ir antes que ele chegue.Levanto devagar, me movendo com a maior delicadeza possível. A última coisa que quero é acordá-la e enfrentar seu olhar sonolento me pedindo para ficar. Mas no instante em que meus pés tocam o chão frio, sinto sua ausência se manifestar. Um resmungo suave escapa de seus lábios, seguido por seu corpo se remexend
Heloísa Moura Assim que a conversa com meu pai termina, sinto a necessidade de respirar ar fresco. Saio pelos fundos da casa em direção ao jardim, onde as videiras se estendem como um mar verde sob o céu dourado do entardecer. Caminho sem rumo por entre as fileiras de uvas, tentando organizar meus pensamentos sobre o jantar com Vittorio e tudo o que aconteceu. Enquanto observo as folhas balançando suavemente ao vento, ouço passos leves atrás de mim. Me viro e encontro Matteo, com as mangas da camisa arregaçadas e um olhar hesitante no rosto. — Heloísa — ele chama, olhando ao redor para se certificar de que ninguém está por perto. — Podemos conversar um minuto? Assinto, curiosa com seu tom. Caminhamos juntos até um banco de pedra mais afastado, rodeado por roseiras discretas. Ele se senta ao meu lado, inquieto. — Aconteceu alguma coisa? — pergunto, observando sua expressão preocupada. Matteo suspira e passa a mão pelos cabelos escuros. — Eu precisava falar com alguém… alg
Heloísa Moura Assim que saio pela porta da frente, encontro Matteo esperando perto da caminhonete do vinhedo. Ele sorri de leve ao me ver. — Tudo certo? — ele pergunta, abrindo a porta do passageiro para mim. — Tudo certo — respondo, entrando no carro. — Agora vá encontrar Isabella. Eu me viro com o resto. Ele ri, ligando o motor. — Você é mais esperta do que eu pensava, Heloísa. — E você mais romântico do que aparenta — retruco, com um sorriso. Enquanto a caminhonete se afasta, sinto a adrenalina percorrer meu corpo. O jantar com Vittorio me espera. E, por mais arriscado que seja, pela primeira vez em muito tempo, sinto que estou exatamente onde deveria estar. O trajeto até o restaurante é pontuado pelo crepúsculo que pinta o céu em tons de laranja e lilás. O vento fresco entra pela janela aberta da caminhonete, bagunçando meus cabelos enquanto meus pensamentos giram em torno do jantar com Vittorio. Não sei se estou mais ansiosa pela conversa em si ou pelo risco que
Vittorio BianchiNo aconchego silencioso do quarto, a penumbra dourada das velas dançava nas paredes, projetando sombras suaves que tornavam o ambiente ainda mais intimista. O ar estava impregnado com o aroma amadeirado das velas e o perfume suave de Heloísa, um misto de baunilha e jasmim que fazia minha respiração vacilar sempre que ela se movia. O silêncio era preenchido apenas pelo som distante das ondas quebrando na praia e pelo compasso ritmado das nossas respirações, entrelaçadas em uma melodia silenciosa de antecipação.Nossos olhares se encontraram no meio daquele universo particular, onde apenas nós dois existíamos. Havia algo na forma como ela me fitava, uma mistura de desejo e hesitação, como se estivesse à beira de um precipício, prestes a saltar. Aproximei-me com cautela, cada passo marcado pelo compasso acelerado do meu coração. Quando minha mão tocou a dela, senti o calor da sua pele aquecer a minha, como se um fio invisível nos conectasse, tornando impossível qualquer
Heloísa Moura Acordo depois da noite maravilhosa que tive com o Vittorio, nem consigo acreditar que me tornei mulher dele. Os braços do Vittorio em volta do meu corpo, um sorriso bobo nasce em meus lábios Mas com a alegria vem o desespero lembro das palavras do meu pai. “Não volte muito tarde pois teremos um encontro com alguns investidores.” — Bom dia, pequena. — A voz do Vittorio me trás de volta. — Maravilhoso dia. Vittorio, preciso voltar para casa. — Pensando nisso, trouxe roupas de corridas para voltarmos para casa. O Hugo vai pensar que dormimos em casa e saímos cedo para correr. — Dou um beijo em seus lábios e falo: — Você pensou em tudo, Vittorio. — Heloísa, por falar nisso queria falar com você para falarmos com seu pai, após o lançamento do espumante o que acha? Sinto um frio na barriga ao ouvir as palavras de Vittorio. Falar com meu pai? Depois do lançamento do espumante? Isso quer dizer que ele pretende levar isso adiante… que não foi só uma noite. Desvio o
Vittorio Bianchi Ao voltar com a Heloísa para casa encontramos com a Ava e vi que ela não engoliu a história que estávamos correndo. Por mim contava tudo logo para Ava e o Hugo, mas tenho que pensar na minha pequena. Vou para o estábulo conversar um pouco com o Ébano, meu cavalo me entende mais que muita gente. Pretendo ter minha pequena ao meu lado para sempre. Volto para casa encontro Hugo, Ava e a Heloísa na mesa de jantar, ela está linda em um vestido soltinho. Me junto a eles e o Hugo me pergunta sobre uma pessoa que nunca mais pensei em falar. Liliane Ribeiro… — Vittorio, encontrei a Liliane, estava em Nova Iorque, e comentou que estava vindo para Itália, pois, estava com saudades de você. — Hugo, a Liliane, foi embora porque escolheu a carreira dela ao invés de ficar comigo. Eu estava disposto a pedi-la em casamento e no dia em que planejei fazer isso ela me falou que ia me falou que ia embora, pois queria conhecer o mundo lá fora e crescer profissionalmente. Pelo can