“Ethan Hayes”“Desejos passam quando são saciados.”As palavras de Mia permanecem na minha cabeça enquanto a observo. Ela continua na pista de dança com Vitória, dançando de maneira leve e descontraída. Mas, sempre que nossos olhares se encontram, posso ver a ansiedade e o desejo se misturando.Uma parte de mim concorda com o que ela disse. Toda essa bagunça, incluindo as ereções irritantes e a tensão sexual constante, é culpa do desejo. Talvez, como ela disse, ceder uma única vez realmente acabe com isso.Mas a outra parte, a mais racional, insiste em tentar me convencer de que devo deixar essa ideia louca para lá. Embora consiga me levar à beira da insanidade, Mia ainda é Mia. E isso muda tudo.Meus pensamentos são interrompidos quando James sobe em uma cadeira ao lado do bolo, batendo uma colher contra o copo de whisky em sua mão. O som ecoa e os poucos convidados se reúnem ao redor.— Atenção, atenção! — ele chama, entusiasmado. — Hoje celebramos 36 anos de charme, sabedoria... e
Pego meu celular e começo a andar pelo quarto, procurando por hotéis próximos enquanto minha mente trava uma batalha que já sei que vou perder. A voz da razão insiste que eu deveria voltar para a cama, deitar e esquecer essa ideia absurda.Passo a mão pelos cabelos, frustrado. Isso é uma péssima ideia. Uma das piores que já tive, e olha que já fiz muita merda na vida.Ainda assim, toco na tela e confirmo a reserva em um hotel próximo. — É só uma noite — murmuro para mim mesmo, como se isso fosse diminuir a loucura do que estou prestes a fazer. Troco de roupa rapidamente, ignorando a adrenalina que já começa a tomar conta de mim. Pego minha carteira, o celular e as chaves antes de sair. Minhas pernas parecem agir por conta própria enquanto caminho até o quarto dela. Paro em frente à porta, seguro a maçaneta e hesito por um segundo antes de girá-la. Ao entrar, vejo Vitória dormindo profundamente. Então, meus olhos encontram Mia, que se remexe na cama no exato momento. “Não sou o
Seus dedos se enterram em meus cabelos, puxando levemente enquanto deixo uma trilha de beijos pela sua barriga. Me posiciono entre suas pernas, beijando sua coxa até finalmente chegar à sua boceta. Minha língua explora cada centímetro, saboreando o gosto que parece feito para me enlouquecer. Seus gemidos ecoam pelo quarto, enquanto seu corpo contorce sob a minha boca, me fazendo sentir que finalmente estou no controle. Quando sinto seu corpo tremer, Mia esfrega sua boceta no meu rosto, deixando claro que está bem próxima de gozar. Diminuo o ritmo e ela solta um gemido frustrado, me fazendo sorrir contra sua pele. — Ethan… por favor… — Mia choraminga. — Por favor, o quê, Mia? — provoco, rindo contra sua pele. Aumento o ritmo apenas para parar novamente, arrancando outro gemido frustrado. — Por favor, me deixa… — ela tenta falar, mas sua voz falha quando a chupo de novo. — Quer gozar, putinha? — murmuro, deslizando minha língua pela sua boceta, devagar, só o suficiente para
“Mia Bennett”Pisco os olhos lentamente enquanto a luz fraca do quarto me faz acordar. Continuo deitada no peito de Ethan, sentindo sua respiração calma, como se ele tivesse finalmente encontrado alguma paz. Mas minha mente está tudo, menos tranquila. O que fizemos… dessa vez parece certo e errado ao mesmo tempo. Eu disse que isso acabaria quando saciássemos o desejo. Mas agora, enquanto levanto a cabeça para encarar seu rosto tranquilo, tudo o que consigo pensar é: será que isso realmente acabou? Levanto devagar e balanço a cabeça, afastando o pensamento. Claro que acabou. Ele deixou isso claro, e é melhor eu acreditar nisso para não me machucar ainda mais. Pego minhas roupas e olho a hora no celular. O dia já vai clarear, e logo tudo voltará ao normal. Mas, dessa vez, estarei preparada para a frieza que virá com isso. No banheiro, me encaro no espelho e vejo as marcas espalhadas pelo corpo. Um sorriso involuntário surge. Ethan Hayes é complicado, mas ninguém me faz sentir
Meu cérebro parece congelar. Eu poderia inventar uma desculpa ou tentar rir junto, mas nenhum som sai da minha boca. Todos na mesa estão esperando, alguns com sorrisos divertidos, outros claramente curiosos.— Acho que… — começo, mas minha voz falha. Respiro fundo e limpo a garganta, tentando me recompor. — Acho que foi… uma brincadeira que saiu errada.— Essa foi boa! — Alec exclama, rindo. — Ethan, ela basicamente disse que você não vale nem isso.— Será que foi mesmo só uma brincadeira, Mia? — Ethan rebate, irônico, me encarando enquanto toma outro gole de café. Meu coração acelera. O que ele está tentando fazer?— Claro que foi uma brincadeira sem graça — respondo, forçando um sorriso. — Jamais arriscaria meu emprego.— Ainda bem — ele comenta, finalmente desviando o olhar.Respiro, aliviada, quando Alec volta a fazer piadas sobre as marcas no pescoço de Ethan. Minhas bochechas ainda queimam de vergonha enquanto ele comenta sobre a gatinha vampira que marcou o amigo, mas pelo meno
“Mia Bennett” “De volta à realidade”, penso enquanto ajeito os papéis na minha mesa pela terceira vez em menos de uma hora. O ar-condicionado gelado da sala deveria ajudar a me concentrar, mas a lembrança da última vez que vi Ethan sem camisa teima em permanecer em minha mente. — Isso é ridículo — resmungo, balançando a cabeça enquanto deixo os papéis de lado. — Você consegue, Mia. É só manter distância e focar no trabalho. — Precisa que eu leve isso? — Gabriel pergunta, se aproximando e apontando para os contratos que acabei de revisar. — Não, relaxa — respondo rapidamente. A última coisa que quero é parecer que estou evitando Ethan. — Eu mesma levo. Forçando um sorriso, seguro os contratos e respiro fundo antes de caminhar pelo corredor. Minhas mãos estão geladas e aperto os papéis com tanta força que, se a pasta não fosse plástica, certamente estaria amassada. Tento ignorar o calor que sobe pelo meu rosto enquanto bato na porta. — Entre. — A voz grave me faz hesitar por um s
Olho para a tela do celular mais uma vez, sentindo minhas mãos tremerem tanto que mal consigo segurá-lo.— Você está bem? — Gabriel pergunta, franzindo as sobrancelhas.— Sim, eu só… — respiro fundo, forçando um sorriso que nem eu acredito. — Preciso ir ao banheiro rapidinho. Já volto.Sem esperar pela resposta dele, me levanto da cadeira tão depressa que quase a derrubo. Não posso esperar. Cada segundo que passa faz o ar ficar mais pesado, mais difícil de respirar.Apresso meus passos pelo corredor, agradecendo por não encontrar ninguém no caminho. Empurro a porta do banheiro com força desnecessária e o som ecoa contra as paredes de azulejos cinzas.Entro na última cabine e fecho a porta com as mãos trêmulas. Minhas pernas cedem e deixo meu corpo escorregar pela parede fria até chegar ao chão. Meu peito aperta.Cada respiração se torna mais curta que a anterior. Tento puxar o ar, mas é inútil. É como se meus pulmões tivessem esquecido como fazer seu trabalho. Meus dedos formigam, e u
“Mia Bennett”O mundo está girando, mas a voz dele consegue me encontrar mesmo assim. Ethan está aqui. “Por que ele está aqui?”— Inspire fundo, Mia — ele diz, e percebo que ele realmente está aqui. — Agora solte, devagar.Tento imitá-lo, mas é difícil. Meus pulmões não obedecem, e o pânico ameaça me dominar novamente.— Vamos tentar de novo — ele diz, e sinto seus dedos apertarem levemente os meus. — Inspire comigo.Foco no seu rosto, nas linhas de preocupação em sua testa, no modo como seus olhos permanecem fixos nos meus. Qualquer coisa que me tire do caos que se formou em minha mente.— Um… — ele conta, e tento puxar o ar junto com ele. — Dois… três…Mantenho meus olhos nos dele e tento novamente, dessa vez com mais esforço. Inspiro com dificuldade e, embora não seja perfeito, algo em mim responde.— Agora solte, devagar — Ethan instrui, num tom surpreendentemente gentil. — Continue olhando para mim, Mia.Percebo que estou agarrando suas mãos com força demais, mas ele não reclama.