Alana largou-se ao lado de Lisandra na arquibancada com um bufo irritado; Cassandra que estava do outro lado de Lisandra meramente lhe lançou um olhar curioso antes de voltar sua atenção para quadra, onde Vincent estava jogando basquete.
— Dia ruim? — Lisandra perguntou com um sorriso, nunca desviando os olhos dos papéis em seu colo.
Alana bufou mais uma vez, apertando o casaco grosso entorno do corpo e cruzando os braços no peito.
— Eu só acabei de ter um teste surpresa de Física. Vocês podem acreditar nisso? Física! A formatura de vocês não é amanhã? Eu pensei que todas as notas já haviam sido fechadas!
Lisandra soltou um risinho antes de suspirar.
— E foram. Bem, quase todas.— disse a loira, ignorando a torcida realmente alta que Cassandra
A Sheroman deu de ombros, não se importando. Ian foi o único que pediu para que cuidassem de sua mochila enquanto ia perturbar Vincent na quadra; além disso ela realmente queria se distrair do clima tenso que a recente conversa deixou – embora não fosse esquecer as verdades que foram ditas – e nada melhor do que xeretar o celular de outra pessoa para isso. Não que ela fosse uma fofoqueira, nem nada... Lisandra gostava de pensar que era simplesmente alguém que curtia colecionar informações.— É uma mensagem de texto. — disse. — Provavelmente tio Frederick querendo saber onde ele está; Deus sabe o quão paranoico com a segurança de Ian ele se tornou agora!Alana soltou uma risadinha com aquilo, toda a raiva, tensão e tristeza deixada para trás. Era verdade que o senhor Norton estava preocupado com o bem estar do filho,
— Não. — ele disse erguendo seus olhos para ela, mostrando uma defesa que Alana queria entender o motivo de estar lá em primeiro lugar. — Não comece. Eu estou bem. Está tudo bem.— Não, você não está. — replicou, puxando a mão dele na sua. Alana estremeceu. — Você está suando frio!... Ian, o que você está tramando?Como se o toque o tivesse queimado, Ian puxou a mão para longe dela e deu um passo para trás. Alana tentou não ficar ofendida com o gesto, e ignorou a pontada em seu peito.— Nada! Que droga...— Você já foi melhor mentiroso. — Alana sorriu tristemente, as palavras deixando um gosto agridoce em seus lábios. Ian rolou os olhos.— E você já foi mais suport&aa
Ele já podia ver o crepúsculo começando lá no horizonte, fazendo o céu parecer uma mistura de rosa e laranja que ele sabia que sua irmã teria adorado. Ele não. Ele só esperava que o crepúsculo acabasse logo, deixando o véu da noite cobrir por completo o céu.Baixando os olhos para a lápide a sua frente, a mesma sensação de angustia lhe brotou no peito sempre que lia os dizeres na lápide, o nome na lápide.— Eu sinto sua falta. — disse, e então desviou o olhar para longe, como se não fosse digno de olhá-la. Suspirou. — Te conhecendo, você provavelmente não está nada feliz com oque vai acontecer hoje... Você sempre foi uma pessoa boa. Felizmente, eu não.Um vento forte de repente castigou o local, fazendo algumas folhas secas no chão s
Alana fechou os olhos com força, enquanto Elizabeth caminhou até o piano novamente e sentou-se em cima dele, balançando as pernas para frente e para trás como uma criança num balanço.— O que ele vai fazer? — perguntou em voz fraca, frágil e Elizabeth estalou a língua no céu da boca, um sorriso maldoso se esticando desde o canto de seus lábios.— O que você acha que ele vai fazer? — respondeu-lhe e então riu quando Alana estremeceu. Fosse qual fosse a ideia, estava correta, ou provavelmente muito próxima de estar sobre o que Ian havia planejado para Cameron. — Ian não quer apenas se vingar sabe, ele quer a destruição completa de Cameron, se entende o que quero dizer.Alana mordeu os lábios, ordenando a si mesma a manter-se forte. Firme. Ela podia estar blefando
[...]Cassandra pôde sentir os olhos de Vincent queimando na parte detrás de sua nuca no instante em que o Bennie entrou no salão e nem mesmo um minuto depois pode sentir braços fortes lhe envolverem a cintura e puxá-la para perto. O DJ do baile olhou para ambos com estranheza, mas depois de receber um olhar de congelar a corrente sanguínea se Vincent pediu licença e se afastou.Cassandra riu.— Você é muito ciumento. Eu só estava falando com ele sobre as músicas do baile! — disse, girando nos braços do namorado par
Alana gritou quando Ian bateu com o cabo da arma na cabeça de Cam, fazendo o mesmo cair e gemer de dor em meio a risos. Por um momento, e Alana guardaria aquilo no canto mais escuro de sua mente, ela desejou que Ian simplesmente puxasse o gatilho na cabeça daquele desgraçado por se referir a Yara daquela maneira. Ela observou com olhos arregalados o homem que mesmo em agonia, mesmo a beira da morte, ainda tinha necessidade e prazer em causar algum tipo de dor nos outros, com nojo.— Por mais que eu queira, e acredite, eu quero muito... Eu não vou sujar minhas mãos com você. É tão desprezível que não merece nem meu ódio. — Ian disse, as palavras saíam lentas e seu corpo tremia de raiva mas ainda sim ele foi capaz de sorrir sombriamente para Cam, e foi com deleite que viu o rapaz estremecer. — Você merece uma vida miserável
Havia sido estranho, admitia, ter adultos cuidando de si e se preocupando consigo e com sua irmã. Levara um tempo, mas agora Alana podia dizer que estava se habituando melhor a sua nova família. Apesar da semelhança física com seu pai – o que a deixou desconfortável a inicio – seu tio, Hilbert, não era nada como seu pai fora. Talvez um pouco sério demais, algo que o filho herdou, mas era um homem amável e bom. Sua tia era um doce de pessoa, e A acolheu de braços abertos. Nevis era super protetor, algo que Alana começou a ver como uma qualidade quando passou a vê-lo como irmão mais velho. Não bastasse tudo aquilo, Eva os adorava e este simples fato teria feito Alana dar uma chance para seus tios e primos se aproximarem sem pensar duas vezes.Eva.Pensar na irmã trouxe um sorriso ainda mais largo em seu rosto, e tamb&eacut
Entardecia.E nenhuma outra palavra poderia descrever tal entardecer que não a palavra ‘perfeito’. Era um entardecer perfeito. O sol que, estranhamente, resolvera brilhar um pouco mais forte durante todo aquele dia, pouco a pouco começava a recolher sua luz, lentamente começando a se esconder por trás das montanhas, até que fosse o momento de sumir por completo. O céu, que embora tivesse algumas tímidas nuvens densas – que muito provavelmente trariam chuva ao anoitecer completo, tinha aquele tom alaranjado misturado ao azul perfeito, fazendo um belo crepúsculo surgir.Perfeito. Era um entardecer perfeito, e, exatamente por essa razão uma afronta, uma brincadeira cruel sem tamanho. Era cruel que, o destino, em uma piada interna sua, estivesse fazendo daquele entardecer deslumbrante palco de tamanha dor e tristeza, perante uma perda sofrida e, para alguns, inaceit