KevinPassei o dia inteiro ao lado de Hanna e Kat, garantindo que ambas se sentissem protegidas. Liguei para Davis no meio da noite, exigindo reforço de segurança, não apenas para a nossa casa, mas também para a escola da Kat. Não sabia do que Dylan seria capaz, mas não pretendia arriscar.Na manhã seguinte, ao chegar ao escritório, meu estômago revirou ao encontrar meu pai sentado em minha cadeira. Era a primeira vez que o via desde o velório de Ashley. Ele não parecia abalado ou triste, apenas o mesmo homem frio e controlado que sempre foi.— Kevin, vou direto ao ponto. — Sua voz cortou o silêncio como uma lâmina. — Quero você fora da empresa ainda hoje. A não ser que termine o relacionamento com aquela mulher.Cruzei os braços, sentindo a raiva subir ao ouvir sua acusação.— O que você tem contra a Hanna? — perguntei, tentando manter a calma.— Não é ela. É a conta bancária dela. — Ele se levantou, ajustando o paletó como se estivesse prestes a discursar. — Não vou admitir que você
KevinQuando cheguei ao estacionamento, a luz suave do sol batendo na lataria do carro parecia me dar boas-vindas. Liguei o motor e dirigi sem pressa, com a janela levemente aberta para sentir o ar fresco do fim de manhã. Não havia dúvida de para onde eu queria ir: Hanna.Peguei o telefone no banco do passageiro e enviei uma mensagem rápida.“Preciso te ver. Estou indo para sua casa.”A resposta dela veio quase instantaneamente.“Está tudo bem?”“Tudo ótimo. Tenho novidades.”Assim que cheguei, o portão da garagem já estava aberto, e Hanna estava na porta, com Kat ao lado, segurando a mão da mãe. A visão das duas juntas era tudo o que eu precisava para confirmar que havia tomado a decisão certa.Saí do carro com um sorriso, e Hanna franziu o cenho, curiosa.— Que cara é essa? — perguntou, enquanto eu me aproximava.Kat soltou a mão dela e correu para me abraçar, e eu a peguei no colo, girando-a no ar.— É a cara de alguém que acabou de se livrar de um peso gigantesco.— O que acontece
ElijaEu assisti Kevin se afastar, o rosto cheio de convicção, mas o peso de sua decisão parecia cair diretamente sobre meus ombros. Como ele podia fazer isso? Abandonar a empresa da família, toda a sua carreira, toda a estrutura que construí para ele, por causa de uma mulher? Ainda mais essa mulher sem classe, sem nome! Era inconcebível. Eu senti meu peito apertar, uma mistura de raiva, incredulidade e algo mais profundo que eu não queria reconhecer. Algo como… medo.Quando cheguei em casa, encontrei minha esposa no jardim, mexendo em um arranjo de flores. Suas mãos moviam-se com delicadeza, como se cada flor fosse um pedaço de porcelana prestes a se quebrar.— Ele se foi — anunciei, minha voz carregando a amargura que eu não conseguia esconder.Ela ergueu o olhar lentamente, seus olhos me analisando com uma intensidade que eu não via há anos.— Do que você está falando, Elija? — perguntou com calma, mas havia uma tensão em sua voz que me fez hesitar por um momento.— Kevin — respond
MadeleneEu saí do jardim sem olhar para trás, deixando Elija sozinho com seus pensamentos e sua culpa. A cada passo que eu dava, sentia o coração mais leve, mas também mais pesado. Era contraditório. Tirei minhas luvas e o avental e caminhei decidida até o motorista?— Me leve até a casa de Hanna Roux. — Minha voz saiu mais firme do que desejava.Esta era uma decisão que tomei no calor do momento, mas que sabia ser a coisa certa a fazer. A jornada até lá foi silenciosa, apenas o som da cidade preenchia o carro, mas minha mente estava um caos.Quando o carro parou em frente à casa simples e acolhedora, respirei fundo. Emoções conflitantes se misturavam em meu peito. Vergonha, ansiedade, medo e, surpreendentemente, esperança. Apertei a campainha com mãos trêmulas e esperei. A porta se abriu lentamente, revelando Hanna. Ela ficou paralisada, seus olhos azuis brilhando com surpresa. Sua beleza era despretensiosa, e havia uma bondade em seu olhar que me desarmou imediatamente.— Senhora S
MadeleneLevantei o olhar para Kevin, ele levantou o olhar também. Sua expressão era um misto de dor e esperança.— Filho… — comecei, mas a voz falhou. — Me perdoa.Ele piscou algumas vezes, como se estivesse tentando processar minhas palavras. Então, veio até mim, ajoelhando-se ao meu lado.— Você tem ideia de quanto tempo esperei para ouvir isso? — Sua voz estava cheia de emoção. — Por que demorou tanto, mãe?Toquei seu rosto, algo que não fazia desde que ele era pequeno.— Porque eu era cega. Porque deixar o orgulho e o medo guiarem minhas escolhas. Porque eu segui Elija em vez de seguir meu coração. Mas não mais. Eu vejo você agora, Kevin. Vejo quem você é, e estou tão orgulhosa do homem que se tornou.Kevin não disse nada. Apenas me puxou para um abraço apertado. Chorei em seus braços, sentindo anos de arrependimento e dor se dissolverem naquele momento. Hanna observava em silêncio, segurando Kat, que nos olhava com curiosidade.— A vovó está triste, mamãe? — Kat perguntava com a
HannaAs últimas semanas haviam sido uma mistura de paz e empolgação. Dylan havia sumido, para nossa sorte, e eu finalmente podia respirar sem sentir que algo ruim estava à espreita. Kevin parecia estar sempre ocupado, mas Hazel vinha preenchendo meus dias com risadas e planos mirabolantes. E, claro, sua mais recente ideia: um casamento.— Hanna, preciso de você agora mais do que nunca, — Hazel anunciou com um brilho nos olhos. Ela estava convencida de que era a hora de realizar um sonho. — Vou me casar com Jason.— Você o quê? — Eu quase derrubei a xícara de café que segurava. Hazel e Jason namoravam há anos, mas nunca haviam mencionado casamento!— Eu sei, eu sei, demoramos. Mas, por favor, me ajude. Preciso de você para tudo! Vestidos, bolo, decoração. E nós temos pouco tempo.Eu não sabia se ria ou se fazia mais perguntas, mas a animação dela era contagiante. Antes que eu percebesse, estava sentada com catálogos de vestidos espalhados pela mesa e uma lista interminável de tarefas.
Kevin.Encontrar Davis no nosso restaurante preferido me dava uma mistura de ansiedade e determinação. Eu sabia que ele era a pessoa certa para ser meu padrinho de casamento, mesmo que sua influência fosse um tanto misteriosa. Ele sempre esteve ao meu lado, torcendo por mim, por um final feliz para mim e Hanna.Quando ele chegou, trajando um terno impecável, com aquela postura de quem sempre está dois passos à frente, sorri e acenei, convidando-o para sentar.— Kevin, o que você tem em mente? — ele perguntou direto, com aquele tom que mesclava curiosidade e astúcia.Respirei fundo antes de responder.— Três coisas, na verdade!Ele senta e me olha curioso.— Desembucha. Não gosto quando fica enigmático, porque sempre vem merda! — Sorrio para ele e digo:— Primeiro, vou me casar em duas semanas. — Ele me olha surpreso, mais feliz. — Segundo, será meu padrinho de casamento.— Isso é óbvio, se escolhesse outro, eu te matava. — Dou uma gargalhada e continuo:— Terceiro, quero vender meu ap
DylanA notícia chegou como um soco no estômago. Kevin Stewarth, aquele bastardo arrogante, estava planejando comprar um hotel. E não era qualquer hotel; era para dar de presente de casamento para Hanna. A audácia dele me tirava do sério. Como ele ousava? Hanna era minha. Sempre foi. Sei que fiz merda no passado, mas quero tentar conquistar sua confiança.Agora, se ela não fosse minha, também não seria de mais ninguém.Meu sangue ferveu quando recebi a informação de um dos meus contatos. Kevin estava em negociações avançadas com o dono do hotel Salivam, um homem de família e valores. Mas eu não ia deixar isso acontecer. Decidi agir antes que ele pudesse fechar o acordo. Se Kevin queria impressionar Hanna, ele teria que lidar comigo primeiro.Fiz meus contatos, paguei um bom dinheiro para descobrir mais sobre os Salivam, e agendei um encontro com ele. O hotel ficava em outra cidade, perfeito para os planos que eu tinha em mente. Era uma aquisição muito melhor nas minhas mãos do que nas