Convencer Pablo estava prestes a ter sucesso, e Raquel se sentia revigorada tanto física quanto mentalmente, quase desejando rir às gargalhadas enquanto falava e caminhava.- Você não tem ideia de como o Gustavo é obsessivo no trabalho, ele é praticamente uma máquina em alta velocidade...Uma pilha de documentos foi jogada na frente dela, fazendo um som abafado ao atingir a mesa.- Faça dez cópias de cada documento.Raquel olhou para cima e perguntou:- Eu sou apenas a motorista, responsável apenas por dirigir, não por tarefas administrativas.- Você é a que tem mais tempo livre.- Entenda bem, eu estou trabalhando para você de graça, não recebo seu dinheiro e ainda tenho que aguentar você não gostar de me ver ociosa?Gustavo franziu a testa:- Fale um pouco mais alto, assim todo o escritório de advocacia saberá que você está trabalhando para mim de graça.Raquel desligou o telefone, revirando os olhos.- Eu não vou, peça ao Pablo para fazer as cópias dos documentos. Você quer que ele
Gustavo ainda estava esperando sua resposta, o escritório estava tão silencioso que até o alarme estava no mudo, e a ausência de conversa só ampliava o silêncio.Raquel ficou ainda mais nervosa.- Me dê um momento para pensar...Afinal, se tratava de uma questão importante da vida. Embora terminar um relacionamento fosse uma opção, e se ela tivesse azar e acabasse com um daqueles homens insuportáveis? Observando o comportamento de Gustavo nas últimas semanas, ela acenou seriamente com a cabeça, concordando consigo mesma que ele se parecia um pouco com isso.O alarme que Gustavo havia programado tocou, lembrando ele de uma reunião.- Pense com calma, me fale quando decidir.Quando ele abriu a porta para sair, Raquel perguntou:- Você aceita um não como resposta?- Não aceito.Ela revirou os olhos, sem palavras. Então, não havia muito o que dizer, ela só poderia concordar voluntariamente ou ser tão perseguida a ponto de concordar irritada.Depois da reunião, Raquel entregou a ata da reun
Douglas acabara de chegar ao portão de casa neste momento, depois de uma noite social em que foi persuadido a beber mais algumas taças de vinho. Embora não estivesse bêbado, se sentia um tanto tonto.Ao abrir a porta, viu uma pessoa parada atrás dela.A pessoa vestia um longo casaco preto de penas, com cabelos pretos ligeiramente longos cobrindo a testa. Na escuridão, apenas um par de olhos brilhantes e lábios anormalmente vermelhos podiam ser vistos, uma visão que assustaria qualquer um, fazendo com que Douglas subitamente ficasse sóbrio.Ele franziu a testa profundamente.- Por que você não acendeu a luz?Ele estendeu a mão para acender a luz da parede, iluminando a sala de estar e revelando Tadeo, que estava parado ali como um pedaço de madeira. Embora ainda parecesse um tanto sinistro, pelo menos não parecia um fantasma.A sala estava fria como uma adega, então Douglas também ligou o aquecedor.- Há quanto tempo você está aqui? Por que não ligou o aquecedor?Em vez de responder à s
Diante de Julio estava uma lista, precisamente a dos funcionários que foram demitidos pelo Grupo Rocha hoje.- Essas pessoas, todas trabalhavam para você, não é? Demitidas pelo Grupo Rocha sob a acusação de roubo de segredos comerciais. Você acha que elas ainda podem sobreviver na Cidade K? - A voz de Lourenço ecoava pelo porão vazio. - Essa é apenas a lista de hoje, amanhã haverá outra lista chegando.Julio respirava pesadamente, seus dedos apertavam a lista que segurava, e mesmo sob a luz fraca, as palavras no papel ainda eram visíveis aos seus olhos.- Eu disse, estou nisso pelo dinheiro. Alguém me ofereceu cinco milhões de reais para sabotar o novo projeto. Eu nunca conseguiria ganhar tanto dinheiro trabalhando a vida toda no Grupo Rocha. Agora que tenho essa oportunidade, por que não aproveitar? - Ele desviou o olhar da lista, indiferente. - Essas pessoas são apenas colegas de trabalho, se a empresa os demite ou não, não tem nada a ver comigo.Lourenço respondeu:- Certo, eu acred
Marta, que estava originalmente adormecida, abriu os olhos naquele momento. Ao abrir os olhos, viu um rosto de lado, tão perto que só podia ver as têmporas e um pedaço de pele do outro, sem conseguir distinguir quem era.Ela soltou um grito.O som quase deixou Natália surda, que imediatamente se sentou ereta:- Mãe.Só então Marta conseguiu ver que era ela, respirando aliviada e dizendo com um rosto cheio de desculpas:- Desculpa, acabei de acordar, meus olhos ainda estavam embaçados, não vi direito, te assustei.Natália, embora se sentisse assustada, não disse nada.O grito chamou a atenção de Pietro, que estava fumando do lado de fora. O homem entrou rapidamente:- O que houve?Marta acabara de ter um pesadelo, sonhando com uma mansão. No sonho, era primavera e as flores do jardim estavam todas abertas, o sol brilhava sobre a grama verde, com uma espreguiçadeira no centro. Havia alguém deitado na espreguiçadeira, coberto por um cobertor de lã branco, com um livro cobrindo o rosto.A
- Onde exatamente eu sou inferior a ele?Marta, incapaz de se mover, simplesmente fechou os olhos para não vê-lo, revirando os olhos freneticamente através das pálpebras fechadas.Em seu coração, ela amaldiçoava: "Louco! Louco! Louco!"Natanael, não recebendo resposta e sem se irritar, pegou o celular dela do criado-mudo e o apontou para o rosto dela.- Vamos, ligue para o Pietro e diga que você vai viajar a trabalho, voltando daqui a cinco dias. - Disse ele, com uma voz suave. - Marta, fique comigo por cinco dias, pode ser? Apenas cinco dias.Ao final, seu tom de voz era quase de súplica.Mas Marta sabia que esses eram truques do demônio para enganá-la. Se ela demonstrasse o mínimo descontentamento com seus desejos, estaria acabada.- Você deveria se entregar à polícia, a rendição pode levar a um tratamento mais leniente. Depois, Pietro pode escrever uma carta de perdão e sua sentença não será tão severa. Seu filho ainda é pequeno, você precisa pensar nele. Ele já não tem mãe desde pe
O homem que batia na janela era alto, o que podia ser percebido pela curvatura de seu corpo. Vestia um moletom preto com capuz, que estava puxado para frente cobrindo a parte superior do seu rosto e usava uma máscara preta cobrindo a parte inferior. O carro de Natália estava estacionado ao lado de um poste de luz, e o homem, se curvando para olhar para dentro do carro, tinha a luz incidindo sobre suas costas, fazendo com que seu rosto, escondido nas sombras, parecesse uma mancha escura. Ele realmente parecia um fantasma. Natália estendeu a mão para pegar o martelo de segurança no compartimento entre o assento do motorista e do passageiro, apontando a ponta afiada para o homem, enquanto a outra mão rapidamente pressionava o botão de ignição.- Sra. Rocha, sou eu, sou eu, não tenha medo. - O homem apressadamente tirou a máscara, tentando deixar seu rosto mais visível para Natália, chegando até a colar o rosto no vidro. - Não vá ainda, foi meu chefe que me mandou.Esse homem era o mesm
Finalmente a sós com Natália, Douglas não queria falar sobre essas questões desagradáveis.- Deixa o Marco te ajudar a mudar.Na verdade, ele queria que ela escolhesse apenas o essencial para levar, deixando o resto para trás e comprar tudo novo, mas temia que, por causa disso, ela usasse isso como desculpa para se mudar novamente no futuro.Natália pensou por um momento:- Tudo bem.Afinal, ela estava de férias e não precisava ir trabalhar no Grupo Rocha, então não havia necessidade de continuar morando em um lugar onde até pegar o metrô era uma luta, precisando ainda de sorte para conseguir entrar, além de evitar que Douglas se distraísse por causa dela.Douglas finalmente conseguiu convencer Natália a voltar, o que significava que a reconciliação não estava longe. Assim que se livrassem de Tadeo, aquele psicopata, ele a levaria imediatamente para formalizar a reconciliação, para evitar qualquer incidente futuro que pudesse causar mais problemas e então recuperar o filho que nunca ti