Douglas acabara de chegar ao portão de casa neste momento, depois de uma noite social em que foi persuadido a beber mais algumas taças de vinho. Embora não estivesse bêbado, se sentia um tanto tonto.Ao abrir a porta, viu uma pessoa parada atrás dela.A pessoa vestia um longo casaco preto de penas, com cabelos pretos ligeiramente longos cobrindo a testa. Na escuridão, apenas um par de olhos brilhantes e lábios anormalmente vermelhos podiam ser vistos, uma visão que assustaria qualquer um, fazendo com que Douglas subitamente ficasse sóbrio.Ele franziu a testa profundamente.- Por que você não acendeu a luz?Ele estendeu a mão para acender a luz da parede, iluminando a sala de estar e revelando Tadeo, que estava parado ali como um pedaço de madeira. Embora ainda parecesse um tanto sinistro, pelo menos não parecia um fantasma.A sala estava fria como uma adega, então Douglas também ligou o aquecedor.- Há quanto tempo você está aqui? Por que não ligou o aquecedor?Em vez de responder à s
Diante de Julio estava uma lista, precisamente a dos funcionários que foram demitidos pelo Grupo Rocha hoje.- Essas pessoas, todas trabalhavam para você, não é? Demitidas pelo Grupo Rocha sob a acusação de roubo de segredos comerciais. Você acha que elas ainda podem sobreviver na Cidade K? - A voz de Lourenço ecoava pelo porão vazio. - Essa é apenas a lista de hoje, amanhã haverá outra lista chegando.Julio respirava pesadamente, seus dedos apertavam a lista que segurava, e mesmo sob a luz fraca, as palavras no papel ainda eram visíveis aos seus olhos.- Eu disse, estou nisso pelo dinheiro. Alguém me ofereceu cinco milhões de reais para sabotar o novo projeto. Eu nunca conseguiria ganhar tanto dinheiro trabalhando a vida toda no Grupo Rocha. Agora que tenho essa oportunidade, por que não aproveitar? - Ele desviou o olhar da lista, indiferente. - Essas pessoas são apenas colegas de trabalho, se a empresa os demite ou não, não tem nada a ver comigo.Lourenço respondeu:- Certo, eu acred
Marta, que estava originalmente adormecida, abriu os olhos naquele momento. Ao abrir os olhos, viu um rosto de lado, tão perto que só podia ver as têmporas e um pedaço de pele do outro, sem conseguir distinguir quem era.Ela soltou um grito.O som quase deixou Natália surda, que imediatamente se sentou ereta:- Mãe.Só então Marta conseguiu ver que era ela, respirando aliviada e dizendo com um rosto cheio de desculpas:- Desculpa, acabei de acordar, meus olhos ainda estavam embaçados, não vi direito, te assustei.Natália, embora se sentisse assustada, não disse nada.O grito chamou a atenção de Pietro, que estava fumando do lado de fora. O homem entrou rapidamente:- O que houve?Marta acabara de ter um pesadelo, sonhando com uma mansão. No sonho, era primavera e as flores do jardim estavam todas abertas, o sol brilhava sobre a grama verde, com uma espreguiçadeira no centro. Havia alguém deitado na espreguiçadeira, coberto por um cobertor de lã branco, com um livro cobrindo o rosto.A
- Onde exatamente eu sou inferior a ele?Marta, incapaz de se mover, simplesmente fechou os olhos para não vê-lo, revirando os olhos freneticamente através das pálpebras fechadas.Em seu coração, ela amaldiçoava: "Louco! Louco! Louco!"Natanael, não recebendo resposta e sem se irritar, pegou o celular dela do criado-mudo e o apontou para o rosto dela.- Vamos, ligue para o Pietro e diga que você vai viajar a trabalho, voltando daqui a cinco dias. - Disse ele, com uma voz suave. - Marta, fique comigo por cinco dias, pode ser? Apenas cinco dias.Ao final, seu tom de voz era quase de súplica.Mas Marta sabia que esses eram truques do demônio para enganá-la. Se ela demonstrasse o mínimo descontentamento com seus desejos, estaria acabada.- Você deveria se entregar à polícia, a rendição pode levar a um tratamento mais leniente. Depois, Pietro pode escrever uma carta de perdão e sua sentença não será tão severa. Seu filho ainda é pequeno, você precisa pensar nele. Ele já não tem mãe desde pe
O homem que batia na janela era alto, o que podia ser percebido pela curvatura de seu corpo. Vestia um moletom preto com capuz, que estava puxado para frente cobrindo a parte superior do seu rosto e usava uma máscara preta cobrindo a parte inferior. O carro de Natália estava estacionado ao lado de um poste de luz, e o homem, se curvando para olhar para dentro do carro, tinha a luz incidindo sobre suas costas, fazendo com que seu rosto, escondido nas sombras, parecesse uma mancha escura. Ele realmente parecia um fantasma. Natália estendeu a mão para pegar o martelo de segurança no compartimento entre o assento do motorista e do passageiro, apontando a ponta afiada para o homem, enquanto a outra mão rapidamente pressionava o botão de ignição.- Sra. Rocha, sou eu, sou eu, não tenha medo. - O homem apressadamente tirou a máscara, tentando deixar seu rosto mais visível para Natália, chegando até a colar o rosto no vidro. - Não vá ainda, foi meu chefe que me mandou.Esse homem era o mesm
Finalmente a sós com Natália, Douglas não queria falar sobre essas questões desagradáveis.- Deixa o Marco te ajudar a mudar.Na verdade, ele queria que ela escolhesse apenas o essencial para levar, deixando o resto para trás e comprar tudo novo, mas temia que, por causa disso, ela usasse isso como desculpa para se mudar novamente no futuro.Natália pensou por um momento:- Tudo bem.Afinal, ela estava de férias e não precisava ir trabalhar no Grupo Rocha, então não havia necessidade de continuar morando em um lugar onde até pegar o metrô era uma luta, precisando ainda de sorte para conseguir entrar, além de evitar que Douglas se distraísse por causa dela.Douglas finalmente conseguiu convencer Natália a voltar, o que significava que a reconciliação não estava longe. Assim que se livrassem de Tadeo, aquele psicopata, ele a levaria imediatamente para formalizar a reconciliação, para evitar qualquer incidente futuro que pudesse causar mais problemas e então recuperar o filho que nunca ti
Natália voltou para o Jardim Gardênia, e as flores na sala de estar foram transformadas por Leandro em flores eternas. Temendo estimular suas emoções, ele as colocou em um quarto desocupado no segundo andar. Sabendo de seu retorno, os empregados já haviam limpado cada canto da casa e até as roupas de cama foram trocadas. Já era muito tarde, então Natália não tinha energia para arrumar as várias malas que trouxe do apartamento. Ela pretendia levar apenas alguns itens de uso diário, pois no Jardim Gardênia já havia roupas, mas Marco insistiu em arrumar tudo para ela. O apartamento foi completamente esvaziado, exceto pelos móveis originais do proprietário, até o lixo foi descartado.Após um banho rápido, Natália subiu para a cama. No dia seguinte, foi acordada pelo som do telefone. Tinha dormido tão tarde que estava com dificuldade de abrir os olhos e seus pensamentos estavam confusos.- Bom dia.- Você ainda não acordou?A voz lhe era familiar. Após um longo momento de reflexão, ela
No entanto, Lourenço estava extremamente ocupado, desde o momento em que atendeu o telefone até o momento em que desligou, não passaram mais de dois segundos.- Ele disse para você ficar bem no Jardim Gardênia.Sob essas circunstâncias, como Natália poderia ficar tranquila em casa? Mesmo que ela devesse ficar em casa, ela precisava primeiro confirmar se Douglas estava seguro. Agora, as notícias estavam repletas de mensagens sobre seu desaparecimento. Sem ter certeza se isso era um plano dele ou de Tadeo, ela não conseguiria ficar tranquila aqui.Natália trocou de roupa e, assim que saiu de casa, encontrou Isaac. Vendo a mulher em perfeitas condições diante dele, ele relaxou um pouco.Sabendo que algo tinha acontecido com o Grupo Reyes, ele foi ao apartamento procurar por Natália imediatamente. Depois de bater na porta por um bom tempo sem resposta, ele pensou em ligar, mas temeu que ela ainda não tivesse visto as notícias e sua ligação acabasse alertando ela. Não a encontrando no apart