- Agradeço muito por você ter ido comprar essas coisas para mim, mas, surpreendentemente, você é bastante atencioso, até mesmo lembrou de trazer um pacote de chocolate, eu...- Esse chocolate foi um brinde da loja, pensei que seria um desperdício jogar ele fora, então te dei. Eu também comi um pedaço agora há pouco, o sabor é bem bom.As palavras de Maria foram abruptamente interrompidas. Ela realmente tinha pensado demais. Um homem como Eduardo, com temperamento imprevisível e uma expressão frequentemente sombria, poderia ser atencioso?O fato de ele ter ido comprar absorventes para ela já era bastante considerável, muito melhor do que o tratamento que ela recebia antes. Seria ganancioso e leviano esperar mais dele.Bebendo a água quente, ela sentiu um calor confortável, e a dor abdominal diminuiu. Ela disse a Eduardo: - Já está tarde, por que você não vai dormir? Amanhã ainda temos que dirigir.Eduardo balançou a cabeça, brincando com o maço de cigarros, hesitando em fumar. Maria, p
Eduardo hesitou por um momento, se virando para olhar a mulher que o chamava:- O que foi?- Vamos continuar procurando aqueles dois carcereiros? - Perguntou Maria.- Claro. - A voz de Eduardo era firme. - Eu disse que provaria para você que não fui eu quem causou aquele incêndio.Nos olhos de Eduardo havia uma determinação e uma obstinação. A verdade em si não era o mais importante para ele. O que realmente importava era a sua inocência, a imagem que ele tinha aos olhos dela.Maria mordeu o lábio, sem saber o que dizer. Percebendo a preocupação em seu rosto, Eduardo caminhou até ela, segurou seus ombros e falou baixinho:- Não se preocupe, não vou deixar que você se machuque nesta viagem.- Mas há mais de uma dúzia de assassinos atrás de nós.- O que são uma dúzia de assassinos? Eu, Eduardo, posso derrubar todos sozinho. - Seu tom era leve, como se estivesse tentando tranquilizar a mulher.Maria mordeu o lábio mais uma vez, sem saber o que responder. Ela sabia que, enquanto não provas
O carro não parou, pelo contrário, começou a realizar curvas mais rápidas, como se estivesse em uma pista em formato de S, mas a uma velocidade excepcionalmente alta. Maria sentia seu estômago revirar com os movimentos bruscos. Ela segurou firmemente o cinto de segurança e olhou instintivamente para Eduardo, que mantinha o foco na estrada à frente, girando o volante rapidamente. Seu rosto estava tenso, completamente concentrado.Percebendo a gravidade da situação, Maria não ousou perturbar o homem ao seu lado. Ao invés disso, se sentou direito e olhou pelo espelho retrovisor. A visão que teve foi assustadora. Viu que quatro carros estavam perseguindo a dupla tenazmente. Dois deles já haviam se aproximado bastante, batendo repetidamente na traseira de seu veículo, como se quisessem forçar uma parada.A mulher olhou rapidamente ao redor. Eles ainda estavam em uma área rural, sem pessoas ou casas por perto, nem mesmo um pequeno vilarejo. De um lado da estrada havia um canal estreito, e
O homem lançou a ela um sorriso malicioso, como se dissesse: - Veja só, a mais atrevida é você, espiando um homem se aliviando.Maria respirou fundo e, sem expressão, desviou o olhar. Ela abriu o pão que tinha na mão e mordeu um pedaço, mas o achou completamente sem sabor. Depois, revirou a sacola e encontrou um copo de macarrão instantâneo.Naquela manhã, ela havia enchido uma garrafa térmica com água quente, ainda não usada, perfeita para preparar aquele petisco. Abriu a embalagem, despejou todos os temperos e, em seguida, adicionou a maior parte da água da garrafa. O recipiente térmico não era muito grande e, após preparar o macarrão, restou pouca água.Assim que Maria começou a preparar sua comida, o homem se aproximou. Ele não entrou no carro, mas ficou encostado na porta, fumando. Maria colocou o restante dos lanches no assento dele, deixando a ele a decisão de comer ou não. Alguns minutos depois, o macarrão estava pronto. Maria mal havia dado a primeira mordida em seu macarrã
- Durante o tempo que passamos em Caldas de Vizela, você não era assim. Você também disse que acreditava em mim, que confiava em que eu não tinha nada a ver com aquele grande incêndio.Maria acenava com a cabeça, mastigando o pão, com um ar bastante displicente. Eduardo, furioso, franziu a testa e perguntou a ela: - Maria, o que você quer dizer com isso?- Não quero dizer nada. Não estamos aqui para descobrir a verdade? Por que ainda se preocupar com essa questão? - Maria olhou para ele sem entender, achando a raiva do homem completamente sem sentido.Eduardo a observava fixamente, a indiferença marcada em suas sobrancelhas, e de repente sorriu de forma autodepreciativa: - Maria, será que agora, não importa o que eu faça, você nunca vai mudar sua opinião sobre mim? Você sempre vai me culpar por ter te enviado para a prisão, não é?- Eduardo, por que você está falando dessas coisas de repente?Maria achava que as emoções desse homem eram muito voláteis. Sua raiva e ressentimento surgi
Maria ficou surpresa e olhou para ele: - Que método é esse?- Só precisamos fazer com que eles nos vejam “mortos”. Assim eles não nos perseguirão mais.Maria, chocada e confusa ao mesmo tempo, perguntou:- Fazer com que eles nos vejam mortos? Como assim?Eduardo, no entanto, não respondeu mais nada. Ele desafivelou o cinto de segurança e saiu do carro. Maria rapidamente colocou sua máscara e o seguiu.Os hotéis na cidade eram bem maiores do que os da vila, e até o lobby estava cheio de pessoas. O homem, com sua aparência notável, atraiu muitos olhares.A companheira de viagem o seguia de perto, sem ousar levantar a cabeça; mesmo usando máscara, temia ser reconhecida.Eduardo, então, reservou uma suíte que ficava no vigésimo andar. Com a experiência anterior, assim que entrou no quarto, Maria verificou todos os cantos para garantir que não havia brechas por onde assassinos pudessem entrar, e só então se sentou relaxada no sofá. Se lembrando do que Eduardo havia dito, ela não pôde deixa
Eduardo não disse nada, apenas desviou o olhar e continuou a estudar o mapa. Maria pensou várias vezes em perguntar para que servia o estudo do mapa, mas, vendo sua expressão tensa, as palavras morreram em sua garganta.Não se sabe quanto tempo depois, o homem finalmente desligou o celular, tendo aparentemente analisado completamente aquilo que tinha em seu aparelho.Maria se aprumou, esperando que ele lhe dissesse algo. No entanto, Eduardo permaneceu em silêncio, nem mesmo revelando a ela os planos para o dia seguinte, agindo como se ela fosse invisível.A mulher, diante dessa situação, teve que reprimir sua curiosidade mais uma vez.Ele então colocou o celular de lado e começou a comer silenciosamente os dois pratos servidos. No entanto, não tocou nos pães. Isso significava que, de fato, os pães eram para ela.Maria lançou um olhar para ele. A expressão do homem ainda era sombria, com uma frieza nas sobrancelhas, parecendo alguém difícil de lidar.Ela apertou os lábios e silenciosame
Assim que a porta se abriu, Eduardo apareceu na entrada vestindo um pijama cinza claro. Maria imediatamente perguntou: - Você não estava dormindo? Viu a mensagem que eu te enviei?- Vi.- Então por que você não respondeu? - Maria reclamou rapidamente, mas sem tempo para discutir, disse apressadamente - Eu acabei de ver quatro carros estacionando lá embaixo, esses carros se parecem muito com os que nos perseguem, e então cerca de uma dúzia de homens parecendo seguranças desceram deles. Você acha que podem ser os assassinos que estão atrás de nós?- São.- Então o que vamos fazer? Eles nos alcançaram tão rápido, e são tantos, e também...- Maria, você não está cansada?Maria ainda não tinha terminado de falar quando Eduardo, franzindo a testa, a interrompeu.Ela ficou surpresa: - Cansada... Sim, estou cansada, mas esses assassinos...- Por que você se preocupa com eles? Eles também são humanos, também precisam se hospedar e dormir, e este apartamento é completamente à prova de invasões