Ela ficou surpresa. Quem estaria na cozinha dela?Helena? Cláudio?Mas Cláudio não deveria estar de volta ainda?E Helena já havia devolvido a ela as chaves da casa.Com o coração cheio de dúvidas, caminhou em direção à cozinha.Durante o dia, não tinha medo que o intruso fosse um ladrão ou algum outro tipo de malfeitor.Ao chegar à porta da cozinha, olhou diretamente para dentro e viu Cláudio com um avental.- Você...Ao ver Cláudio, sempre se lembrava da imagem dele partindo naquele dia.Era uma lembrança especialmente desoladora e marcante, triste de recordar.Cláudio estava cozinhando e, ao ouvir sua voz, se virou para olhar Maria, com um rosto bonito e um sorriso suave e caloroso.Maria observava-o atentamente.Ele parecia ter recuperado sua gentileza habitual, como se aquele dia tivesse sido apenas uma ilusão em sua memória.Ela caminhou lentamente em sua direção:- Você voltou.- Eu liguei para você ontem, e você não atendeu. Liguei várias vezes e continuei sem resposta, então
- Não há nada para explicar, deixe assim - Falou Cláudio, sem olhar para trás, com extrema leveza.Maria sempre teve a impressão de que ele agia por birra, mas com quem, ela não tinha certeza.Ela soltou a colher,se levantou e deu dois passos em sua direção, dizendo:- Acho necessário esclarecer isso com a vovó, afinal, vocês são uma família e não deveriam ter mal-entendidos.Uma família?Cláudio riu suavemente, sem dizer nada, achando engraçado o termo "uma família" naquela frase.Maria, em silêncio, analisou a situação e disse:- Alguém certamente pegou seu celular e enviou aquela mensagem para a vovó se passando por você. Quem seria essa pessoa, que tem algo contra você e conseguiu pegar seu celular com tanta facilidade?- Chega! - Cláudio, de repente, falou em um tom baixo.Surpresa, Maria perguntou:- O que houve?Cláudio se virou para olhá-la, com o rosto inexpressivo:- Deixe o assunto para lá, não quero mais falar sobre isso.Maria assentiu, apertando os lábios, sem dizer mais
Eduardo franziu a testa, se ergueu repentinamente, mas, devido à fraqueza em seu corpo, caiu pesadamente de volta, arrancando sem querer a agulha de sua mão. Fernando rapidamente o segurou, lançando um olhar impotente para vovó Diana. Vovó Diana, furiosa, batia na bengala: - Meu querido neto, um dia será morto por aquela desgraçada. Eduardo agarrou a mão de Fernando e, com a voz tensa, perguntou: - Como está Maria, afinal? Naquele dia, ele usou toda a sua força, carregando Maria nas costas até o limite do resort. Só quando viu Cláudio, ele desabou, completamente exausto. Ao acordar, já estava de volta à Mansão dos Alves, mas sem saber nada sobre Maria. Seu coração estava em pânico, confuso. Durante o coma, teve muitos sonhos, todos sobre aquela mulher. Sonhou com ela jovem, alegre e vivaz. Sonhou com ela adulta, cheia de preocupações. Depois, sonhou com ela sendo maltratada e gritando na prisão. Por fim, no sonho, surgiu um grande incêndio incessante. Ela
Eduardo, de repente, se lembrou da cena na caverna, se recordando de como ela usou as videiras para puxá-lo para cima. Se ela não se importasse, poderia ter ido embora sozinha. Mas por que voltou para salvá-lo, arriscando a própria vida? Será que não era porque se importava com ele? Ela também havia dito acreditar que ele não era o causador do grande incêndio anos atrás. Finalmente, estava disposta a acreditar nele. Pensando nisso, ele não conseguiu evitar um sorriso nos lábios. A angústia que sentiu nos últimos dias desapareceu instantaneamente. Agora, tudo o que queria era vê-la, ansiava muito por isso.Observando o sorriso repentino nos lábios de Eduardo, Miguel sacudiu a cabeça em desaprovação e disse a Fernando: - O Presidente está delirando. Ele imagina que Maria se importa com ele, que ela gosta dele, que ela o ama.Fernando assentiu com a cabeça seriamente, concordando.Miguel balançou a cabeça e suspirou. - Embora o delírio não seja bom, vê-lo tão feliz assim nos faz
- Nos últimos dias, estive ocupado tentando salvar você e não prestei atenção à situação da família Almeida. Porém, há dois dias, enquanto folheava o jornal, vi acidentalmente uma notícia dizendo que Bruna foi novamente para o exterior. Apenas dei uma olhada rápida, não li em detalhes.- Ir para o exterior? - Eduardo deu um sorriso frio. - Ela acha que, fugindo para o exterior, poderá escapar?Nos olhos do homem brilhava um vislumbre de crueldade sanguinária, assustando as outras duas pessoas na sala....- Mariinha, você viu o jornal de hoje?Naquela manhã, Maria estava aplicando medicamento em seu tornozelo ferido quando Helena entrou repentinamente com um jornal.Para facilitar a entrada de Cláudio a qualquer momento, ela não havia trancado a porta principal.Com um olhar surpreso, Helena correu até ela e abriu o jornal diante de seus olhos.Maria estava curiosa; nada de importante havia acontecido recentemente no mundo do entretenimento.Curiosa, ela baixou os olhos para ler."Pres
Observando a aparência ansiosa e determinada de Helena, um turbilhão de emoções surgiu no coração de Maria. Ela não pretendia assustar Helena de propósito; queria apenas alertá-la. Maria desejava evitar um futuro onde elas se tornassem inimigas. Com um sorriso, deu um tapinha no ombro de Helena:- Estava só brincando. Está com fome? Tem comida na cozinha.Helena olhou para ela seriamente e depois foi em direção à cozinha:- Você quer comer? Posso pegar algo para você.- Não precisa, eu já comi. Pode comer você.Respondeu Maria, observando Helena se afastar, esperando que ela realmente tivesse entendido a mensagem....Na família Alves.A avó Diana, segurando um jornal com raiva, entrou no quarto de Eduardo. Viviane, descascando uma maçã para Eduardo, ao ver a cena, rapidamente recuou alguns passos. A avó Diana jogou o jornal na frente de Eduardo, perguntando furiosamente:- Você fez isso?Eduardo não negou, apenas acenou levemente com a cabeça.A avó Diana quase desmaiou de raiva:
Ela havia acabado de se levantar para caminhar em direção à porta quando, de repente, Eduardo deu um baixo grito, fazendo ela estremecer por inteiro. Viviane lentamente se virou. Eduardo, já sentado novamente, tinha um olhar frio e incisivo, como se pudesse ler todos os seus pensamentos.Ela deu um sorriso e perguntou com voz doce: - Duba, tem mais alguma coisa?Eduardo, brincando com o jornal em suas mãos e sorrindo distraidamente, respondeu: - Esta peça do Bruna... Funciona bem?Viviane, nervosa, sorriu com incerteza: - Duba, o que você está dizendo?- Não foi você que instigou Bruna a matar Maria? - Acusou Eduardo.- Injustiça. - Assim que Eduardo terminou de falar, Viviane começou a chorar exageradamente. - Duba, como pode suspeitar de mim assim? A Bruna sempre teve uma antipatia por Maria, incomodada por ela ser sua ex-esposa. Se ela quis matar Maria, realmente não tem nada a ver comigo.Eduardo riu levemente e curvou os lábios: - Você ainda lembra o que eu te disse antes?A
Isabela se sentou no sofá, com as pernas cruzadas e um tom ligeiramente ressentido na voz.Maria lhe serviu água fervente e pegou alguns lanches para Pedro, sorrindo:- É fim de ano, imagino que a empresa esteja ocupada.- Você é a única presidente que parece ter todo o tempo do mundo, mesmo com a empresa em seu nome. - Disse Isabela, lançando a ela um olhar e falando num tom melancólico.Maria baixou os olhos e sorriu:- Em breve, vou devolver a EstrelaComunicações para ele.Isabela ficou surpresa, falando de forma pouco natural:- Não era essa a minha intenção, já que ele te deu a empresa, fica com ela de boa consciência.Maria balançou a cabeça:- Pensei sobre isso, e manter as ações da empresa não me serve de nada.Hoje, sua determinação em se vingar de Eduardo não era tão forte. Agora, ela apenas esperava que Eduardo a levasse para descobrir a verdade sobre o grande incêndio de anos atrás.Além disso, desde que compartilharam momentos de vida ou morte na caverna, ela subconscient