Aquela risada ecoava como o rugido de um demônio do inferno. A pressão em seu pescoço aumentava gradualmente, e ela começava a sentir que estava ficando sem ar. Justo quando ela pensou que estava prestes a sufocar até a morte, seu corpo foi bruscamente sacudido por uma força.- Maria, acorde, Maria, Maria...Ela acordou abruptamente, sob a luz amarelada do abajur, vendo apenas Eduardo olhando para ela com grande ansiedade.Naquele instante, ela parecia ter esquecido todas as desavenças do passado; seu coração estava preenchido apenas com o medo que a dominava. Ela se jogou em seus braços, tremendo intensamente.- Há uma sombra, uma sombra, uma sombra...Eduardo a abraçou com firmeza, dizendo com voz profunda: - Não, você estava apenas sonhando; aquela sombra era apenas o medo escondido dentro de você.Maria balançou a cabeça freneticamente, seu corpo tremendo sem parar.Eduardo não disse mais nada, apenas acariciou suas costas repetidamente.Após um tempo, os tremores de seu corpo
Eduardo passou suavemente os dedos pelos cabelos úmidos e frios de Maria, com um tom levemente repreensivo: - Como você pode dormir com o cabelo molhado? Tenha cuidado para não ter dor de cabeça no futuro. Enquanto falava, ele conectou o secador de cabelo à tomada, usou uma mão para separar os fios úmidos e, com a outra, segurou o secador, liberando um fluxo de ar morno sobre eles.Maria não proferiu uma palavra, mas apertou discretamente o cobertor com os dedos.Ela pensou que ele havia saído há pouco. Se ele não tivesse retornado, teria ficado presa naquele pesadelo sufocante.Relembrando o pesadelo recente, um calafrio inesperado percorreu seu corpo, aumentando a sensação de frio.Eduardo secou pacientemente os cabelos dela, e ambos permaneceram em silêncio. O único som no quarto era o zumbido do secador.Depois de um tempo, ele passou suavemente os dedos longos pelo cabelo dela e percebeu que os fios estavam suficientemente secos. Colocando o aparelho de lado, ele escovou uma m
Eduardo não pôde evitar; abaixou a cabeça, guardou os remédios e, em seguida, se sentou na beira da cama, observando-a em silêncio.Maria também não proferiu uma palavra. Apenas o fitou por um momento e depois fechou os olhos.Depois de cerca de dez minutos, Eduardo se levantou, verificou cuidadosamente os curativos em sua ferida e percebeu que já estavam secos. Então, puxou o cobertor para cobrir suas pernas.Entretanto, enquanto realizava essas ações, a mulher não demonstrou nenhuma reação. “Será que ela já dormiu?”Pensando assim, Eduardo se aproximou dela e a chamou suavemente. A mulher permaneceu imóvel.Ele não pôde evitar sorrir involuntariamente. Ela estava claramente exausta, mas ainda relutava em admitir que precisava descansar.O que ele não sabia era que ela podia descansar tranquilamente apenas porque ele estava ali, ao seu lado.Eduardo delicadamente ajeitou seu corpo para que ela se deitasse direito.Após cobri-la com o cobertor, ele estava prestes a ir dormir no sofá
A casa inteira estava excepcionalmente quieta. Maria ergueu o braço e levou a mão à testa. Ela contemplou o teto, relembrando as cenas confusas e ambíguas da noite anterior, se sentindo um pouco agitada. Ela e ele eram inimigos jurados, então o que significava a noite passada? Apesar de sua confusão na noite anterior, ela podia sentir profundamente a gentileza e paciência daquele homem. Ele a odiava claramente, mas por que tinha sido tão bom com ela na noite passada? Seria por pena? Ou ele estava fingindo estar apaixonado de propósito, apenas para fazê-la cair em suas artimanhas? Quanto mais pensava nisso, mais irritada ficava. Ela sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos tumultuados, e então, com o corpo fraco, conseguiu se sentar. Aquela hora, as crianças já deveriam estar na escola, e Eduardo também deveria obter ido para o trabalho. Ela suportou a tontura em sua cabeça, se levantou da cama e saiu devagar. Como não tinha comido na noite anterior e também estava doente,
Maria interrompeu sua refeição com um olhar de desaprovação e disse: - Você pode ir sozinho. Por que insiste que eu vá junto?Ela nunca havia demonstrado um interesse ativo pelos filhos, o que o deixava irritado. No entanto, ele sabia que ela ainda não sabia que aqueles dois eram seus filhos, então sua falta de interesse fazia um certo sentido.Com essa reflexão, a raiva que ele sentia se dissipou instantaneamente. Ele a encarou com um toque de ressentimento e explicou: - Mal consegui dormir na noite passada, e estou com medo de que algo aconteça se eu dirigir sozinho. Por isso, pensei em pedir que você viesse comigo.As memórias da noite anterior, quando cuidara dela, vieram à mente. Maria estava com pensamentos complicados, mas acabou concordando:- Tudo bem, então. O Fernando vai com você.- Fernando precisa trabalhar, já que eu não estarei na empresa. Há muitos assuntos importantes que ele precisa cuidar.Maria estava prestes a protestar quando Eduardo suspirou: - Estamos no f
Ele notou que o assento ao lado estava vazio e ficou instantaneamente preocupado, saltando do carro e olhando ao redor freneticamente. Ele estava no estacionamento de um shopping. Será que ela percebeu que ele estava dormindo e foi fazer compras para as crianças sozinha?Pensando nisso, ele rapidamente pegou o celular e tentou ligar para ela. Na primeira tentativa, ninguém atendeu. Na segunda, o telefone dela estava desligado. Ele cerrou os dentes de raiva. Se ela não quisesse ir às compras com ele, tudo bem, mas deixá-lo no carro e não atender suas chamadas, isso era demais!Dominando a raiva que o consumia, ele adentrou o shopping furiosamente.Maria entrou em uma renomada loja de roupas infantis, e um funcionário a cumprimentou de forma calorosa.- Senhora, está comprando roupas para crianças? Quantos anos têm as crianças?Maria olhou ao redor da loja e respondeu: - Roupas para crianças de cinco anos.- E são para meninos ou meninas?- Eu quero roupas tanto para meninos quant
Antes que ela pudesse reagir, uma voz familiar e gélida ecoou subitamente acima dela.- Quem... Está sem dinheiro?Os funcionários da loja ficaram atônitos, seus olhares se alternando entre si, misturando admiração e reverência.- Presidente Alves!Eduardo olhou para eles com um sorriso sutil e perguntou: - Quem vocês estavam dizendo que não tinha dinheiro?A atendente que havia empurrado Maria se apressou em dizer: - Foi essa mulher aqui. Ela escolheu várias roupas, mas não tinha dinheiro para pagar. Parece que ela acabou de fugir de um hospital psiquiátrico.Assim que a atendente terminou de falar, Eduardo envolveu Maria em seus braços de repente.Os funcionários da loja arregalaram os olhos instantaneamente, olhando para ele com expressões de surpresa e medo.- Presidente Alves, o que você está fazendo? Ela... Ela não é uma paciente psiquiátrica?Eduardo tinha um sorriso sutil no rosto enquanto respondia com frieza: - Como é que eu nunca soube que a minha esposa estava sem dinhei
- O tratamento que vocês têm com o cliente é realmente desagradável, e eu não suporto ver minha esposa sendo maltratada. Acho que vou escolher em outra loja.- Por favor, Presidente Alves, os estilos de roupas infantis são mais ou menos iguais em todas as lojas. Já que você está aqui, que tal escolher tudo de uma vez? - Disse a atendente, olhando para Maria.Ela pensou que Maria poderia talvez ser mais flexível, devido as palavras gentis dela. A atendente se voltou para Maria e disse:- Senhorita, anteriormente cometemos um erro ao não reconhecer sua importância. Pedimos desculpas por isso. O final do mês está chegando, e nossa loja ainda não atingiu as metas de vendas. Já que você ainda não escolheu todas as roupas, que tal escolher algumas mais? Ao nos ajudar, você também facilitará as coisas para si mesma, não acha?Eduardo riu suavemente enquanto se apoiava no balcão, brincando com o cartão em sua mão e observando Maria com uma expressão divertida.Para a surpresa da atendente, a