Ao testemunharem a discussão entre os dois adultos, as duas crianças sentiram um nervosismo instantâneo. Uma delas segurou Eduardo, enquanto a outra segurou Maria.- Tia, não fique brava. Na verdade, meu pai realmente queria te ajudar, ele sempre diz uma coisa e faz outra.- Quem te disse isso? Eu...- Papai! - Interrompeu Ana. - Você acabou de dizer que queria ajudar a tia a fazer o bolo e que definitivamente experimentaria o bolo quando estivesse pronto. Você esqueceu?Eduardo olhou irritado para a pequena garota à sua frente. Ela era realmente mestre em fazer as coisas irem do jeito que ela queria.Cláudio balançou a cabeça com um sorriso brincalhão, lavou a farinha das mãos e então dirigiu um sorriso a Ana. - Vamos lá, o tio vai ajudar vocês com a lição.Ana concordou com a cabeça repetidamente e se voltou para Eduardo:- Papai, você precisa ajudar a tia a fazer o bolo. Não deixe a tia ficar muito cansada.Eduardo manteve uma expressão sombria e não disse uma palavra. José também
Ele era alto, mas uma força bruta o puxou para trás, repetidamente. Sem dar tempo para reagir, Maria explodiu em fúria e gritou:- Eu te disse para não me ajudar, mas você não ouviu. Olhe para isso, você só está atrapalhando. Cláudio já preparou a massa e a dividiu em pedaços, tudo o que precisamos fazer é estendê-la. Por que você a juntou de novo?Maria estava tão enfurecida, mas apenas lançou um olhar de desdém para o homem diante dela. Eduardo encostou-se à beira da pia, irritado, e retrucou:- Desde o início, perguntei o que você precisava que eu fizesse, mas você não disse nada. E agora está me culpando?- Você... Saia daqui! - Maria estava com o rosto vermelho de raiva.Eduardo também estava furioso. Ele sacudiu as mãos para retirar a farinha e saiu.No entanto, ao chegar à porta, hesitou. Cláudio e as crianças ainda estavam lá fora, e ele se sentiu envergonhado por ser expulso daquela maneira.Ele apertou a mão ao lado do corpo e acabou voltando.Maria, ainda com raiva, dividiu
O grito furioso da mulher reverberou pela cozinha. José e Ana trocaram olhares e depois se voltaram para Eduardo, que se aproximava.José sugeriu:- Pai, parece que a tia está te chamando.Eduardo, calmamente, se acomodou no sofá. Ana, franzindo o cenho, indagou a Eduardo: - Pai, não era você quem deveria ajudar a tia a fazer o bolo? Por que saiu novamente?- O bolo está quase pronto, sua tia não precisa mais de ajuda.- Então, por que a tia parece tão zangada? Pai, você fez algo errado?Eduardo balançou a cabeça, sem alterar sua expressão. - Não fiz nada.- Então, por que a tia parece tão irritada? - Ana observou curiosamente em direção à cozinha.Eduardo ligou a televisão com desdém. - Ela gosta de se irritar.Cláudio abaixou os olhos, sorrindo discretamente, mas sem dizer uma palavra.Após um tempo, Maria finalmente emergiu da cozinha, carregando duas fatias de bolo perfumado em suas mãos. Ela lançou um olhar extremamente desfavorável a Eduardo e proferiu:- Se não fosse por algué
Ela lançou um olhar gélido para a sombra imóvel na porta. - Saia!Eduardo não se moveu.- Eu disse para você sair!O homem permaneceu imóvel.Irritada, Maria rosnou e simplesmente se encolheu debaixo do cobertor, o ignorando.Mas o olhar gélido do homem parecia atravessar o cobertor, e ela se sentiu desconfortável.Bem, era compreensível. Um homem parado como um demônio silencioso, olhando fixamente para você, seria estranho se ela conseguisse dormir.Inquieta, ela rolou para fora da cama. - O que você quer?O homem ainda não disse nada, mas inclinou o corpo para o lado, claramente indicando que ela deveria sair.Maria apertou os dentes, abriu a porta e saiu.O homem logo a seguiu.- Você não consegue dormir no meio da noite, está ficando louco...Antes que ela conseguisse terminar de falar, ele a pressionou com força contra a parede.Seus lábios a beijaram de maneira dominadora e autoritária. O beijo era áspero, violento e dominante, não dava a ela a chance de respirar.Maria tentou
Maria soltou uma risada desdenhosa, incapaz de acreditar no que ouvia. Mesmo que as palavras de Eduardo fossem verdadeiras, ela tinha certeza de que ele não se referia a ela. Eduardo fitou a complexidade que brilhava em seus olhos, misturada com uma pitada de emoção indescritível.Ele conteve suas próprias emoções e perguntou:- Você realmente ama tanto o meu irmão? Você amava desde jovem?- Sim! Eu amei Cláudio desde a juventude, eu nunca te amei. - Ela respondeu. Toda a sua vida foi dedicada ao amor por aquele homem, mas tudo o que recebeu em troca foi humilhação e dor. Por isso, ela se recusava a admitir que havia amado Eduardo.Ele apertou as mãos e questionou com uma voz tensa:- Então, por que você se envolveu comigo desde o início? Por que planejou tudo dessa maneira?Ele já tinha feito aquela pergunta antes, e ela já havia respondido, mas suas respostas pareciam nunca ser aceitas por ele. Ela o olhou, rindo com indiferença. - Não disse da última vez? Cláudio se foi, e você
Foi a primeira vez que ele encarou sua própria alma, a primeira vez que lutou sem reservas pelo que realmente desejava. Agora que tinha dado esse passo, se ela ainda escolhesse Cláudio, nunca mais olharia profundamente para seus próprios sentimentos. Ele os enterraria profundamente em seu coração, jamais os desenterraria.Maria se agarrou a ele com firmeza. Ela mal podia acreditar nas palavras de Eduardo.A cena em que ele a entregou fria e impiedosamente à prisão ainda estava viva em sua mente. A dor e o desespero daquele incêndio eram tão reais como se tivessem ocorrido ontem.Como poderia confiar nas palavras dele após tanta dor e traição? Percebendo a hesitação dela, Eduardo falou novamente, com determinação inabalável.- Maria, estou disposto a abrir mão de tudo, até mesmo do Grupo GK, contanto que você volte para mim.Apesar de não ousar acreditar plenamente em suas palavras, uma emoção inegável floresceu no fundo do coração de Maria. Ela ergueu a mão instintivamente para abraçá
Apesar do amor intenso que Maria e Cláudio nutriam um pelo outro, isso, no fim das contas, não tinha relevância. Ele recusava veementemente o plano que ela havia arquitetado anos atrás, e, por isso, jamais permitiria que seus destinos se entrelaçassem até a derradeira despedida.Maria encolheu os ombros com desdém e replicou:- Como preferir.Depois de proferir tais palavras, ela se deu as costas e entrou em seu quarto. Eduardo, por sua vez, observava a porta cerrada com um olhar sombrio. De súbito, ele investiu com fúria contra a parede adjacente, desferindo um golpe tão poderoso que seu punho logo verteu algumas gotas de sangue.O líquido escorreu por entre seus dedos, mas ele não manifestou qualquer sinal de dor. Pelo contrário, um sorriso sombrio brincou em seus lábios.Era necessário que ele abandonasse todas as esperanças quanto a aquela mulher.Nesta existência, eles estavam fadados a serem inimigos e a nutrirem um mútuo ódio.Isabela não esperava a visita de Cláudio e o recebe
- Você não deveria comer isso, o bolo não está bom. - Disse ela, torcendo o nariz com desdém. - É muito doce, não é para você.Cláudio lhe lançou um olhar de soslaio. - Você é a única que não gosta de doces.Isabela fez um beicinho e parecia prestes a jogar o pedaço de bolo que havia mordido no lixo.Cláudio estendeu o braço e, com rapidez, pegou o bolo de suas mãos. - Não desperdice. Mariinha se esforçou muito para fazer este bolo.Ele então deu uma mordida cuidadosa no bolo, saboreando cada pedaço, inclusive a parte que ela havia mordido. Ele não queria desperdiçar nada.Isabela observou com uma sensação desagradável no peito. Pedro, por outro lado, já havia pegado um pedaço do bolo e dado uma mordida.Seu rostinho imediatamente se contorceu. Sabendo que ele não era fã de doces, Isabela rapidamente disse:- Se você não quiser comer, não precisa. Se ficar com fome, a madrinha fará algo gostoso para você.No entanto, Pedro sacudiu a cabeça apressadamente e abraçou a caixa de bolo. -