- Olha só, ao lado do Cláudio, ela tem um sorriso tão tranquilo e bonito.- Ela sempre foi próxima do Cláudio. Talvez só os dois se entendam tão bem assim.Uma observação casual de Miguel fez os olhos de Eduardo escurecerem por um momento.No entanto, ele logo riu ironicamente:- E daí? Ela sempre será minha esposa.Miguel ficou surpreso:- Vocês... Vocês já não assinaram o divórcio?Eduardo não respondeu, apenas olhou intensamente para Maria por um instante, antes de se virar e sair.Se ela não quisesse vê-lo, então ele não apareceria mais diante dela.Enquanto Miguel suspirava impotentemente, olhou para o pátio.Assim que Maria o viu, o sorriso sumiu instantaneamente de seu rosto.Miguel brincou:- Sério? Não sou bem-vindo aqui?- Miguel, você está brincando. Por favor, se sente.Cláudio puxou uma cadeira para ele, enquanto observava sua maleta de remédios:- Veio hoje por causa da doença da Mariazinha?Miguel assentiu e sua expressão brincalhona desapareceu, se tornando séria:- Até
Maria franziu o cenho e viu Viviane dando apoio à vovó Diana, enquanto se aproximavam da porta. As marcas no rosto de Viviane já estavam começando a cicatrizar e, embora ela estivesse usando uma máscara, parte da marca ainda era visível, parecendo uma centopeia se arrastando, de certo modo assustadora.A condição da vovó Diana estava muito melhor do que da última vez. No entanto, o afeto que costumava ter por Maria não podia mais ser encontrado em seu rosto. Encarar a vovó Diana mais uma vez fazia o coração de Maria se complicar, e ela até se sentia um pouco inquieta. Ela podia ser severa com Viviane, mas quando se tratava da vovó Diana, ela não conseguia ser dura.Afinal, essa senhora era a pessoa que a tratava bem, como se fosse sua própria mãe. Maria se levantou e cumprimentou a vovó Diana com respeito:- Vovó, por que a senhora veio? Já tomou o café da manhã?A distância e a cortesia eram estranhas em comparação com a intimidade de antes. Maria sentiu um aperto no peito e uma dor a
Maria apertou sua mão, se sentindo completamente tensa. Vovó Diana segurava sua bengala, com uma expressão de tristeza e raiva, gritando com ela:- Já que você está tão ansiosa para saber, então vou te contar, porque você é filha dela, daquela Laura. Sua mãe Laura é uma mulher sem vergonha e desonrada!- Não! Minha mãe não é assim!Maria respondeu em voz alta, tremendo involuntariamente por causa da emoção:- Minha mãe é a melhor pessoa deste mundo. Você mesma já disse, já elogiou minha mãe. Disse que eu gosto dela porque me pareço com ela, por isso você gosta tanto de mim, você...- Eu estava errada! Vi errado! Fui enganada por aquela falsa imagem de fragilidade e inocência da sua mãe. Ela é uma mulher que muda de opinião a todo momento, que seduz homens sempre que pode!Maria balançou a cabeça, incrédula:- Não... Não é assim, minha mãe não é assim!- É sim! - Vovó Diana se aproximou dela, com aversão. - Naquela época, ela já era casada, mas não conseguia se controlar, seduziu meu fi
- O que vocês fizeram com ela? Um rugido furioso fez com que Viviane fosse lançada com força ao chão. Ela se levantou apressadamente, se deparando com Eduardo segurando Maria, seus olhos vermelhos a encarando com intensidade.- Não... Não fui eu, não fiz nada a ela, foi a vovó...Vovó Diana lançou-lhe um olhar gélido imediatamente.Viviane engasgou, incapaz de dizer mais nada.- Se algo acontecer a ela, não vou poupar você! Eduardo declarou friamente, deixando o local rapidamente com Maria nos braços.- Não fui eu, eu juro, Duba, Duba... Viviane gritou desesperadamente, sem perceber que sua fachada estava desmoronando.Vovó Diana lançou-lhe um olhar de desdém e partiu.Viviane rapidamente agarrou o braço dela, chorando com angústia:- Vovó, por que não me defendeu? Por que deixou Duba pensar mal de mim? A mulher já faleceu, isso não deveria importar, mas e se Duba realmente me culpar, o que farei? Ah...Vovó Diana resmungou com frieza:- Pensar mal? Mas não foi você quem me chamou?
Um estrondo repentino ecoou pelo quarto, o som de objetos caindo.Eduardo mudou sua expressão e correu apressadamente para dentro do quarto.No chão, medicamentos estavam espalhados por toda parte.Miguel estava ansiosamente tentando impedir Maria de retirar a agulha de infusão de seu braço:- Você enlouqueceu? Não quer mais viver?- Sim, é exatamente isso que não quero: Viver.Maria riu de forma insana, seus olhos avermelhados, mas seu olhar estava fixo em Eduardo.- Por que, se ele quer que eu morra, eu devo morrer, se ele quer que eu viva, eu tenho que viver? Por quê?- Nesse ponto, por que você está sendo teimosa? - Miguel olhou impotentemente para Eduardo. - Por que você não tenta convencê-la?Eduardo fixou um olhar escarlate em Maria, sua tensão era palpável.Por um longo tempo, ele se aproximou dela, sua aura reprimida tornando a respiração difícil.Ele se sentou à beira da cama, segurando os ombros de Maria e disse friamente:- Você pergunta por que, bem, vou lhe dizer agora me
Luísa olhou chocada para Miguel.Miguel apertou os lábios e se dirigiu a Maria com tristeza:- Mariazinha, não faça isso, mesmo que o Duba tenha agido assim no passado, mas ele...- Será que, só se eu me ajoelhar e implorar a você, você estará disposta a aceitar o tratamento dele?Eduardo olhou profundamente para ela, uma expressão que nunca havia mostrado antes.O coração de Maria deu uma batida involuntária.Será que ele realmente estaria disposto a se ajoelhar e implorar a ela?Não! Isso era impossível!Alguém tão orgulhoso como ele jamais se ajoelharia para ela, especialmente porque ele a odiava.Ele definitivamente estava fingindo essa aparência afetuosa para ganhar sua confiança.Quando ela fosse curada por Miguel, ele certamente se vingaria dela de forma ainda mais intensa.Com certeza seria assim, tinha que ser!- Bem, eu me ajoelho e imploro a você. Contanto que você possa viver bem, eu daria minha vida.Esta foi a primeira vez que Eduardo enfrentou seus próprios sentimentos,
O corpo de Maria já estava extremamente fraco, e o tapa a fez cair sobre o travesseiro.Sua cabeça girava, mas a voz de vovó Diana ecoava claramente em seus ouvidos,"O seu nascimento foi um erro, uma dívida que você deve a meu neto."Por que todos diziam que ela devia algo a Eduardo?Eduardo dizia isso, vovó Diana dizia isso, até mesmo sua mãe já disse algo assim.Mas quem poderia dizer a ela o que, exatamente, ela devia a Eduardo.Se fosse sua própria vida, ela a devolveria a ele agora.Por que eles a tratavam assim, por que a intimidavam e a machucavam tanto?- Mariazinha?!Vendo que ela não se movia, Miguel a chamou, preocupado.Eduardo encarava fixamente a figura imóvel inclinada sobre o travesseiro. Um grande medo avassalador tomou conta dele, quase o engolindo.Ele estremeceu e tentou tocá-la.Mas então ela riu de repente, um riso estranho e arrepiante.Um riso gelado, triste e sarcástico, com um toque de... Sinistrismo.Viviane recuou assustada, se escondendo atrás de vovó Dian
Seu riso continha escárnio e crueldade:- Vovó, a senhora não acha que eu realmente gosto dela e por isso quero salvá-la, não é?Sua pergunta deixou todos perplexos. Maria, no entanto, riu com desdém, seu coração estava carregado de amargura:“Parece que é isso mesmo, as expressões apaixonadas dele e as palavras de declaração eram todas falsas.” Afinal, um homem que sempre a odiava não poderia, de repente, se apaixonar por ela. Felizmente, ela não havia acreditado nele antes, graças a Deus. Mas por que ainda doía tanto em seu coração? Ela suportou a dor em seu peito e forçou um sorriso em seu rosto, olhando serenamente para Eduardo. Observou seus olhos cruéis e zombeteiros, implacáveis.- Ela cometeu tantos atos malignos no passado, conspirou para destruir minha vida, aprisionou Teresa, feriu a vovó. Com crimes tão graves, como eu poderia salvá-la? Ela é uma mentirosa, instável, uma mulher vil e traiçoeira. Uma mulher assim me causa náuseas. Vocês realmente acham que eu poderia gostar