Eduardo mal teve a chance de terminar de falar.Subitamente, Maria cuspiu uma grande quantidade de sangue e caiu no canto da escada.- Mariazinha!Cláudio empalideceu e correu para perto dela.Eduardo olhou fixamente para o rosto pálido e cheio de rancor, sentindo um arrepio percorrer rapidamente suas extremidades. Ele claramente sentiu que algo importante estava lentamente escapando. Ele tentou segurar desesperadamente, mas era em vão. Ele não sabia o que fazer, então usou palavras cruéis e implacáveis para encobrir o medo crescente dentro dele.- Você não pode partir. Você feriu tantas pessoas, perturbou a vida de todos, então qual direito você tem de morrer?- Vá embora... Você... Vá embora...Maria agarrou a lapela da camisa de Cláudio, chorando desamparadamente.- Faça ele ir embora, eu não quero vê-lo. Faça ele ir embora, faça ele ir embora...Sua dependência de Cláudio, seu ódio por ele, tudo isso feriu os olhos de Eduardo como agulhas. Ele cerrava os punhos com força, suas pal
Maria ficou momentaneamente atordoada:- Um acordo?- Eduardo te magoou profundamente. Se você conseguir sobreviver, vou te ajudar a se vingar dele. O que acha?Maria estava um pouco surpresa. Nas suas memórias, Cláudio sempre foi alguém que protegia Eduardo. Houve momentos em que Cláudio acreditou que ela estava agradando Eduardo por outras razões e até mesmo a ameaçou por isso. Mas agora, por que ele estaria disposto a ajudá-la a se vingar de Eduardo? O que exatamente aconteceu? Ou será que quando ele foi para o exterior anos atrás, havia outros motivos envolvidos?Cláudio se aproximou e afagou carinhosamente a cabeça dela.- Está decidido. Se você conseguir se manter forte, eu vou te ajudar a se vingar.Seu sorriso era sempre tão gentil, fazendo com que ela se perdesse involuntariamente nele.Ela frequentemente pensava: se Eduardo pudesse ser tão gentil com ela como Cláudio, então ela provavelmente seria a mulher mais feliz do mundo. No entanto, esses pensamentos eram apenas fantasi
Miguel acabava de chegar à porta do quarto quando ouviu uma mulher chorando e uivando lá dentro como um lobo.Ele torceu o nariz em desgosto, se virou e estava prestes a sair.Mariana o segurou apressadamente:- Não pode ir embora. Hoje, você tem que cuidar do rosto da nossa Vivi.O que Miguel mais detestava eram pessoas pretensiosas como essa.Ele resmungou friamente:- Não vou tratá-la. O que você pode fazer? Deixe-me dizer uma coisa, se não fosse pelo Duba, nem teria vindo.- Miguel, irmão.Enquanto Mariana estava prestes a explodir, Viviane de repente saiu correndo, chorando.Quando Miguel viu o rosto dela, ficou surpreso:- Você é humana ou fantasma?Essa pergunta fez Viviane chorar ainda mais desesperadamente:- Meu rosto, oh, meu rosto está arruinado. Como vou encarar as pessoas agora? Oh, meu rosto...Miguel sentiu os ouvidos latejando com o choro agudo dela.Mas vendo-a chorar tão miseravelmente, ele também a achou um pouco coitada, considerando que haviam crescido juntos.Por
- Olha só, ao lado do Cláudio, ela tem um sorriso tão tranquilo e bonito.- Ela sempre foi próxima do Cláudio. Talvez só os dois se entendam tão bem assim.Uma observação casual de Miguel fez os olhos de Eduardo escurecerem por um momento.No entanto, ele logo riu ironicamente:- E daí? Ela sempre será minha esposa.Miguel ficou surpreso:- Vocês... Vocês já não assinaram o divórcio?Eduardo não respondeu, apenas olhou intensamente para Maria por um instante, antes de se virar e sair.Se ela não quisesse vê-lo, então ele não apareceria mais diante dela.Enquanto Miguel suspirava impotentemente, olhou para o pátio.Assim que Maria o viu, o sorriso sumiu instantaneamente de seu rosto.Miguel brincou:- Sério? Não sou bem-vindo aqui?- Miguel, você está brincando. Por favor, se sente.Cláudio puxou uma cadeira para ele, enquanto observava sua maleta de remédios:- Veio hoje por causa da doença da Mariazinha?Miguel assentiu e sua expressão brincalhona desapareceu, se tornando séria:- Até
Maria franziu o cenho e viu Viviane dando apoio à vovó Diana, enquanto se aproximavam da porta. As marcas no rosto de Viviane já estavam começando a cicatrizar e, embora ela estivesse usando uma máscara, parte da marca ainda era visível, parecendo uma centopeia se arrastando, de certo modo assustadora.A condição da vovó Diana estava muito melhor do que da última vez. No entanto, o afeto que costumava ter por Maria não podia mais ser encontrado em seu rosto. Encarar a vovó Diana mais uma vez fazia o coração de Maria se complicar, e ela até se sentia um pouco inquieta. Ela podia ser severa com Viviane, mas quando se tratava da vovó Diana, ela não conseguia ser dura.Afinal, essa senhora era a pessoa que a tratava bem, como se fosse sua própria mãe. Maria se levantou e cumprimentou a vovó Diana com respeito:- Vovó, por que a senhora veio? Já tomou o café da manhã?A distância e a cortesia eram estranhas em comparação com a intimidade de antes. Maria sentiu um aperto no peito e uma dor a
Maria apertou sua mão, se sentindo completamente tensa. Vovó Diana segurava sua bengala, com uma expressão de tristeza e raiva, gritando com ela:- Já que você está tão ansiosa para saber, então vou te contar, porque você é filha dela, daquela Laura. Sua mãe Laura é uma mulher sem vergonha e desonrada!- Não! Minha mãe não é assim!Maria respondeu em voz alta, tremendo involuntariamente por causa da emoção:- Minha mãe é a melhor pessoa deste mundo. Você mesma já disse, já elogiou minha mãe. Disse que eu gosto dela porque me pareço com ela, por isso você gosta tanto de mim, você...- Eu estava errada! Vi errado! Fui enganada por aquela falsa imagem de fragilidade e inocência da sua mãe. Ela é uma mulher que muda de opinião a todo momento, que seduz homens sempre que pode!Maria balançou a cabeça, incrédula:- Não... Não é assim, minha mãe não é assim!- É sim! - Vovó Diana se aproximou dela, com aversão. - Naquela época, ela já era casada, mas não conseguia se controlar, seduziu meu fi
- O que vocês fizeram com ela? Um rugido furioso fez com que Viviane fosse lançada com força ao chão. Ela se levantou apressadamente, se deparando com Eduardo segurando Maria, seus olhos vermelhos a encarando com intensidade.- Não... Não fui eu, não fiz nada a ela, foi a vovó...Vovó Diana lançou-lhe um olhar gélido imediatamente.Viviane engasgou, incapaz de dizer mais nada.- Se algo acontecer a ela, não vou poupar você! Eduardo declarou friamente, deixando o local rapidamente com Maria nos braços.- Não fui eu, eu juro, Duba, Duba... Viviane gritou desesperadamente, sem perceber que sua fachada estava desmoronando.Vovó Diana lançou-lhe um olhar de desdém e partiu.Viviane rapidamente agarrou o braço dela, chorando com angústia:- Vovó, por que não me defendeu? Por que deixou Duba pensar mal de mim? A mulher já faleceu, isso não deveria importar, mas e se Duba realmente me culpar, o que farei? Ah...Vovó Diana resmungou com frieza:- Pensar mal? Mas não foi você quem me chamou?
Um estrondo repentino ecoou pelo quarto, o som de objetos caindo.Eduardo mudou sua expressão e correu apressadamente para dentro do quarto.No chão, medicamentos estavam espalhados por toda parte.Miguel estava ansiosamente tentando impedir Maria de retirar a agulha de infusão de seu braço:- Você enlouqueceu? Não quer mais viver?- Sim, é exatamente isso que não quero: Viver.Maria riu de forma insana, seus olhos avermelhados, mas seu olhar estava fixo em Eduardo.- Por que, se ele quer que eu morra, eu devo morrer, se ele quer que eu viva, eu tenho que viver? Por quê?- Nesse ponto, por que você está sendo teimosa? - Miguel olhou impotentemente para Eduardo. - Por que você não tenta convencê-la?Eduardo fixou um olhar escarlate em Maria, sua tensão era palpável.Por um longo tempo, ele se aproximou dela, sua aura reprimida tornando a respiração difícil.Ele se sentou à beira da cama, segurando os ombros de Maria e disse friamente:- Você pergunta por que, bem, vou lhe dizer agora me