A semana passa e chega o fim de semana. Os dias foram passando e a conversa que tive com a Cíntia ficou rondando na minha cabeça, eu me senti muito sensibilizada com seu relato, pois nossas histórias eram bem parecidas. Eu sabia de como era difícil ser mãe solteira, ainda mais na idade dela, eu tive uma rede de apoio, tinha minha mãe e meu pai comigo, ela parecia sozinha e totalmente perdida. Outra diferença era que eu havia escondido a gravidez do meu ex marido, eu não quis que ele fizesse parte disso, ela está fazendo questão da criança ter um pai presente, e estava certa em relação a isso. Minha mãe havia voltado da viagem rápida que havia feito com o Rogério e me auxiliou muito no ateliê durante a semana. Eu também havia retornado as ligações da Ana e da Irene, eu não poderia me afastar delas sempre que tivesse um problema com o Fernando. Além do mais, sabia dos problemas que a Ana estava passando e queria ficar ao lado, ela precisava saber que não estava sozinha, que poderia con
No dia seguinte, Fernando e eu acordamos cedo para preparar um café para o Pedro e levar na cama, mas assim que chegamos a cozinha, a mesa já estava posta e tinha uma decoração com balões, bolos e doces decorados. - Acredito que minha mãe pensou o mesmo que nós dois. - Fernando fala e tento disfarçar o desconforto. - Está bem cedo para estarem de pé. Eu deixei a decoração do café da manhã prontas na noite anterior, pedi para as funcionárias arrumarem tudo cedo. Tinham outro plano? - Na verdade, pensamos em levar o café dele na cama. Mas sem problemas, ficou tudo lindo. - Falo e sorrio. - Me perdoe, querida, eu deveria ter perguntado a você se já tinha algo em mente. - Não tem porque se desculpar, Irene, você foi muito atenciosa. Eu vou tomar um banho. Falo e subo para o quarto, pelo visto seria uma dia cheio de surpresas e atividades com o Pedro. Entro no quarto e ele ainda está adormecido, mas noto que está inquieto, então não demoraria para acordar, por isso tomo um banho
Após o almoço a festa que a Irene havia prometido começa. A Ana havia arrumado meu cabelo e vesti um dos vestidos da minha coleção nova, mas também trouxe uma roupa para ela, que havia amado. O Pedro estava com o Fernando recebendo os convidados, enquanto nós terminavamos de nos arrumar. - Vamos descer, estou ansiosa para beber alguma coisa. - Ana fala quando terminamos de nos arrumar.- Não vamos exagerar na bebida, Ana. - Falo e saímos do quarto. - Claro que não, só vamos tomar algumas taças de espumante. - Ela diz e descemos as escadas, passamos pela sala e vamos para a area da piscina onde está acontecendo a festa. A decoração do pequeno principe estava perfeita, havia uma arco de balões azuis metalizado em volta da mesa repleta dos mais variados doces em formato de uma coroa. Estava lindo e o Pedro estava muito feliz. Caminho até onde todos da família estão, mas noto a presença da Júlia em uma das mesas e tento disfarçar minha irritação. Eu não gosto dessa mulher, ela não tem
Na manhã seguinte, a acordo cedo e a Ana já está de pé na cozinha enquanto tira um bolo do forno. Pela maneira como ela havia bebido no dia anterior, imaginei que ela não estaria de pé tão cedo e nem com tanta disposição assim.- Que horas você acordou? - Pergunto. - Não faz muito tempo. Mas aprendi a acordar diariamente esse horário, o Felipe acorda cedo para ir para a transportadora durante a semana, então eu me habituei. - Ela fala e dou uma olhada no bolo que estava com um cheiro delicioso de laranja.- Que cheiro incrivel. - Falo e noto que ela havia passado café também. - Você acordou com muita disposição. - ela dá risada. -Carol, você pretende mesmo se mudar para cá? - Minha amiga pergunta. - Está nos meus planos sim, mas não sei como as coisas ficariam no ateliê. Ficar pegando um avião toda semana é cansativo e eu não quero desistir do ateliê, foi um sonho realizado. Mas ao mesmo tempo eu penso no meu filho, ele merece ter mais qualidade de vida, passar mais tempo comigo. -
- Mamãe, quando vou ver o papai e a titia, o titio e vó Lene? - Pedro pergunta enquanto dirigo para deixa-lo na creche.O Pedro estava muito apegado com todos, mas não era para menos, todo mundo era super atencioso e cuidadoso com ele, as crianças se sentiam amadas quando os adultos lhe davam amor e atenção. - Em breve, meu amor. Hoje você verá sua professora e seus amiguinhos. - Falo tentando desviar seu foco.Meu celular toca e o nome do Fernando aparece na tela, mas estaciono o carro em frente a creche do Pedro e desço para tira-lo da cadeirinha. Eu havia retornado de Minas ontem a noite com a minha mãe e com o Pedro. Imaginava que o Fernando daria um jeito de vir esse passar esse fim de semana com a gente, afinal, não queria ficar viajando direto com o Pedro, era muito cansativo para uma criança. - Tchau, meu amor. - Falo me abaixando para dar um beijo no meu filho. A sua professora vem até nós e me cumprimenta, em seguida o Pedro acompanha ela para dentro da escola e entro de
Alguns momentos nas nossas vidas eram pertubadores. Eu estava vivendo um momento pertubador, o voo parecia infinito parecia que nunca chegariamos em São Paulo. Lidar com a incerteza definitivamente não era algo bom, mas lidar com o a imaginação era algo pior ainda. A única coisa que sabíamos era que a Carol havia sofrido um acidente de carro a caminho do ateliê, apenas isso. Acreditava que o Pedro não estava com ela no momento, ou a Carmem teria falado isso para a Ana, mas isso não me consolava de forma alguma. A Carol havia perdido o pai em um acidente de carro e eu não sabia a gravidade do seu acidente. Assim que chegamos a São Paulo, já tem um carro da empresa nos esperando no estacionamento, o Felipe estava resolvendo tudo pelo celular e eu não tinha nem coragem de tocar no meu. - A Carol foi transferida para um hospital particular, está consciente, Fernando. - Ana fala quando estamos a caminho do hospital. Era muita coisa para assimilar, mas saber que ela estava bem já me tran
Sentia-me muito dolorida, era como se tivesse sofrido o impacto de uma grande batida, o que de fato havia sim ocorrido. Meu pai havia falecido em um acidente de carro e no momento em que perdi a direção no carro só conseguia pensar nele. Acordar pouco tempo depois com muita dor havia me trago de volta a realidade, não estava vivendo um pesadelo, essa era a minha realidade. O ateliê havia pegado fogo e eu ainda não tinha noção dos danos, mas já havia perdido anos de muito trabalho. Levando em considereção o estoque de tecidos o fogo deve ter se alastrado de forma muita rápida. Eu ainda estava grogue quando o Fernando veio me ver no hospital e comentado que o Henrique havia entrado com o pedido de execução da perícia. Eu não sabia o que havia acontecido, mas não não tinha como ter tido uma falha ali. O dia em que antecedeu o havia sido domingo, e o ateliê não funcionava aos finais de semana. Todas as máquinas de costuras eram desligadas das tomadas a cada fim de expediente e o último h
Esperar era algo que demandava tempo e paciência. Eu admirava as pessoas que conseguiam passar por situações adversas com tranquilidade, o que claramente não era o meu caso. Desde que o ateliê pegou fogo eu sentia que estava atravessando um inferno, não parava de formular as piores teorias possiveis e não parava de pensar em desistir de tudo. Eu estava recebendo um apoio enorme do Fernando e do Felipe, mas a minha mãe e a Ana era quem estavam me colocando de pé todos os dias. Não era fácil ver o seu sonho se transformar em cinzas e assim que vi o estado em que o ateliê ficou eu só quis desistir de tudo. - Carol, aqui está o resultado da perícia. - Henrique fala segurando um envelope pardo nas mãos. Não sabia sequer o que poderia estar escrito ali, mas a minha mente já havia formulado mil teorias. Eu já havia tido muita dor de cabeça com o ateliê esse ano, depois que decidi fazer uma auditoria descobri que a Aline havia me passado a perna, então sem dúvidas, a primeira pessoa em quem