- A amostra está aprovada. Pode colocar os desenhos na produção. - Falo quando uma funcionária vem me trazer uma amostra do vestido que havia desenhado. - Certo, Carol. Farei isso. - Ela diz e sai do escritório do ateliê. Eu estava me certificando de manter a minha relação com as pessoas que trabalhavam comigo estritamente profissional, depois do que havia acontecido após eu depositar muita confiança na Aline, eu estava evitando isso novamente.Meu celular toca em cima da mesa e o nome do Henrique brilha na tela. Eu ainda estava tentando processar o que havia acontecido ontem, mas estava confusa. Havia algo que não encaixava. Como minha mãe estava namorando o pai do meu ex namorado? - Você sabia. - Falo ao atender o telefone.- Carol, será que posso ver você? - Henrique pergunta. - Não temos o que conversar, Henrique. Para mim está tudo muito claro, você sabia que o seu e minha mãe estavam juntos. Você presenciou o quanto eu estava abalada e não teve a decência de me contar.- Eu
Eu estava inquieta e me sentia angustiada, mas tratei de vestir uma mascara e encenar perfeitamente que não estava sentindo nada, mas eu me sentia sufocada. Depois que o Fernando me chamou para morar com ele, pensei que finalmente estava em um lugar seguro em relação aos nossos sentimentos, que ficariamos juntos e seriamos felizes, mas não existe conto de fadas, essa é a vida real e ela nos testa diariamente. Assim que chegamos a creche do Pedro, desço do carro sem esperar pelo Fernando. A professora da creche me avista e sorri acenando que vai buscar o Pedro. - Carol... - Fernando toca meu ombro, quando para ao meu lado.- Não quero conversar, por favor, respeite isso. - Falo. Em poucos minutos, a professora trás o Pedro e ele se joga em meus braços, ele sempre vai para o colo do Fernando primeiro, mas hoje ele joga os bracinhos miudos em torno de mim e me abaixo para abraça-lo. Eu estava mesmo precisando do carinho do meu filho. - Mamãe, você é linda. - Ele diz me beijando e so
A semana havia passado muito rapidamente, apesar de eu ter desejado ter mais tempo do que eu de fato tinha, pois passei a semana inteira trabalhando e fazendo uma nova coleção para o ateliê, afinal, eu viajaria hoje para Nova Iorque com a Ana e estava deixando as coisas encaminhadas para os dias que ficaria fora. Também havia combinado com a minha mãe e ela ficaria com o Pedro nos dias em que eu estaria fora, já que o Fernando estava em Minas e ele ainda não havia falado quando estaria de volta a São Paulo. O voo de ida para Nova Iorque havia sido tranquilo, mas eu estava super cansada quando chegamos ao hotel em que ficariamos hospedadas. Ana mostra as reservas em dois quartos para a recepcionista e acho estranho, afinal era apenas nós duas, não havia necessidade de ficarmos em quartos separados. - Pensei que tinha reservado apenas um quarto. - Falo e a Ana sorri para mim, mas não compreendo. - Mas tudo bem, não tem problema. - Falo quando ela me entrega o cartão de acesso ao quar
Na manhã seguinte, acordo cedo, mas noto o Fernando já acordado com o notebook ligado em uma mesinha no canto do quarto. Po alguns instante, fico apenas observando enquanto ele parece concentrado na tela do computador, parece até mesmo preocupado. Eu sabia que ele e o Felipe haviam trabalhado avidamente na empresa durante toda a vida deles, sabia também que era o desejo dos dois cuidar dos negócios da fazenda e agora eles estavam fazendo isso, mas não anulava que ainda tinham o escritório em São Paulo que demandaria atenção. - Bom dia. - Falo chamando sua atenção. - Te acordei, meu amor? - Fernando pergunta se virando em minha direção. - Não acordou, mas estou sentindo sua falta aqui ao meu lado. - Falo e ele dá risada. Fernando desliga o computador e caminha em minha direção. Fernando sobe na cama e vem pra cima de mim segurando o peso de seu corpo. O cheiro de banho recém tomado e o cheiro do seu shampoo invade minhas narinas. - Poderia ter me esperado... para o banho, eu
Ao chegar em São Paulo, fomos do aeroporto direto para casa da minha mãe, estava com muita saudade do Pedro. A Ana e o Felipe pegaram um voo direto para Minas Gerais e eu combinei que ficaria com eles no final de semana. Durante o trajeto, noto que o Fernando está agitado e sempre concentrado em seu celular. - Está tudo bem, meu amor? - Pergunto me incomodando com sua agitação.- Está sim, Carol. Só vou precisar ir no escritório depois, tenho algumas pendências lá. - Ele diz e noto que está tenso. - Não falou que você e o Felipe já estavam afastados, que a partir de agora seria a empresa contratada que resolveria todos os problemas?- Sim, Carol, mas ainda tenho algumas pendências. - Ele diz e fico calada, o Fernando está claramente irritado, então não seria eu quem irritaria ele mais ainda. - Estava com muita saudades, mamãe e papai. - Pedro fala saindo do meu colo e indo para o colo do Fernando. O Pedro era uma criança grande e estava desenvolvendo cada dia mais, em pouco tempo
No dia seguinte o Fernando saiu cedo para levar o Pedro para a acreche e fui para o ateliê, estava tentando não pensar muito no porque ele parecia tão tenso e resolvi focar no ateliê. Minha mãe, como havia prometido que me ajudaria, foi cedo para o ateliê também. - Esse modelo está incrivel, filha. - Ela fala aprovando um croqui que eu havia desenhado. - Obrigada, eu me inspirei em alguns looks da fashion week. - Falo olhando para o charmoso conjunto social que desenhei. Meu ateliê era de roupas elegantes, vestia mulheres sofisticadas e charmosas, esse era meu nicho, eu não me preocupava em fazer roupas despojadas para vender, eu tinha um publico. Era vestidos de festas, e os mais variados tipos de roupas sofisticadas. - Eu adorei essa roupa que está vestindo também. Acho interessante você acrescentar na sua coleção. - eu usava uma saia lápis vermelha e uma camisa branca de mangas compridas com alguns detalhes em renda, nos pés um scarpin também vermelho. Meu cabelo estava bem pre
Fernando me leva para o apartamento e me carrega no colo até entramos dentro de casa. Eu sentia uma dor dilacerante me invadir, a dor da traição, da mentira e da omissão doiam demais. Ele me coloca no sofá da sala e pego o celular. - Carol, vou pedir para um médico que é amigo meu vir te examinar. - Eu não quero que ninguém venha, eu quero ir embora. - Falo e tento me levantar mas a dor me faz cair no chão e ele me coloca sentada novamente no sofá. Choro desesperadamente por tudo. De repente, começo a achar que todas as escolhas que fiz foi errada, talvez se eu tivesse apenas apresentado o Pedro ao Fernando e não ter me envolvido com meu ex marido as coisas teriam sido menos complicadas, mas não. Eu aceitei brincar de casinha com ele e agora estava pagando a consequência do meu ato.- Carol, eu sinto muito que esteja sofrendo dessa forma. - Ele fala parecendo desesperado. - Eu ia conversar com você, não pensei que as coisas aconteceriam desta f
Pego um engarrafamento terrível indo para a casa da minha mãe, afinal, era sexta feira e aparentemente todos estavam apressados para sair do trabalho e curtir o final, seja com a família, ou viajando para algum outro lugar. Eu havia dito que ajudaria ela com o jantar que estava dando para o Rogério e alguns amigos, mas cheguei muito em cima da hora. - Mãe, não consegui chegar para te ajudar, me perdoe. Está um trânsito infernal. - Falo entrando dentro de casa e me surpreendo ao ver o Henrique na cozinha com a minha mãe. Eu imaginaria que o Henrique estaria presente, afinal, o rogério era seu pai, mas sequer passou pela minha cabeça que ele chegaria com antecedência para poder ajudar minha mãe com alguma coisa.- Está tudo bem, querida. O Henrique estava me ajudando. - Ela fala sorrindo. - Oi, Carol. - Henrique me cumprimenta. - Como está, Henrique? - Estou bem, e o Pedro? - Está com o Fernando. Mãe, quer que eu faça mais alguma coisa? - Pergunto notando que ela já estava perfeit