Fernando me leva para o apartamento e me carrega no colo até entramos dentro de casa. Eu sentia uma dor dilacerante me invadir, a dor da traição, da mentira e da omissão doiam demais. Ele me coloca no sofá da sala e pego o celular. - Carol, vou pedir para um médico que é amigo meu vir te examinar. - Eu não quero que ninguém venha, eu quero ir embora. - Falo e tento me levantar mas a dor me faz cair no chão e ele me coloca sentada novamente no sofá. Choro desesperadamente por tudo. De repente, começo a achar que todas as escolhas que fiz foi errada, talvez se eu tivesse apenas apresentado o Pedro ao Fernando e não ter me envolvido com meu ex marido as coisas teriam sido menos complicadas, mas não. Eu aceitei brincar de casinha com ele e agora estava pagando a consequência do meu ato.- Carol, eu sinto muito que esteja sofrendo dessa forma. - Ele fala parecendo desesperado. - Eu ia conversar com você, não pensei que as coisas aconteceriam desta f
Pego um engarrafamento terrível indo para a casa da minha mãe, afinal, era sexta feira e aparentemente todos estavam apressados para sair do trabalho e curtir o final, seja com a família, ou viajando para algum outro lugar. Eu havia dito que ajudaria ela com o jantar que estava dando para o Rogério e alguns amigos, mas cheguei muito em cima da hora. - Mãe, não consegui chegar para te ajudar, me perdoe. Está um trânsito infernal. - Falo entrando dentro de casa e me surpreendo ao ver o Henrique na cozinha com a minha mãe. Eu imaginaria que o Henrique estaria presente, afinal, o rogério era seu pai, mas sequer passou pela minha cabeça que ele chegaria com antecedência para poder ajudar minha mãe com alguma coisa.- Está tudo bem, querida. O Henrique estava me ajudando. - Ela fala sorrindo. - Oi, Carol. - Henrique me cumprimenta. - Como está, Henrique? - Estou bem, e o Pedro? - Está com o Fernando. Mãe, quer que eu faça mais alguma coisa? - Pergunto notando que ela já estava perfeit
No domingo a noite, quando estou sozinha na casa da minha mãe, a campanhia toca e assim que abro a porta vejo o Fernando com o Pedro adormecido em seus braços. O Pedro teria creche amanhã cedo, mas por algum motivo eu imaginei que o Fernando só chegaria amanhã de manhã e eu não precisaria encontrar com ele quando fosse pegar meu filho, mas vê-lo, seria inevitável no fim das contas. Eu estava ignorando as ligaçãoes da Irene e da Ana. Eu sabia que uma hora teria que atender as ligações delas, mas eu precisava de um tempo para pensar sozinha também. A gravidez da Cíntia não era o motivo da minha raiva, tristeza ou sofrimento, eu estava chateada porque o Fernando havia omitido coisas importantes de mim mais uma vez. Novamente ele estava me mostrando que talvez não fosse digno de minha confiança e se assim fosse, não daria para viver uma vida com uma pessoa em quem eu não poderia confiar. Eu havia me entregado de cabeça nesse relacionamento, estava morando com o Fernando e cogitando a po
A semana passa e chega o fim de semana. Os dias foram passando e a conversa que tive com a Cíntia ficou rondando na minha cabeça, eu me senti muito sensibilizada com seu relato, pois nossas histórias eram bem parecidas. Eu sabia de como era difícil ser mãe solteira, ainda mais na idade dela, eu tive uma rede de apoio, tinha minha mãe e meu pai comigo, ela parecia sozinha e totalmente perdida. Outra diferença era que eu havia escondido a gravidez do meu ex marido, eu não quis que ele fizesse parte disso, ela está fazendo questão da criança ter um pai presente, e estava certa em relação a isso. Minha mãe havia voltado da viagem rápida que havia feito com o Rogério e me auxiliou muito no ateliê durante a semana. Eu também havia retornado as ligações da Ana e da Irene, eu não poderia me afastar delas sempre que tivesse um problema com o Fernando. Além do mais, sabia dos problemas que a Ana estava passando e queria ficar ao lado, ela precisava saber que não estava sozinha, que poderia con
No dia seguinte, Fernando e eu acordamos cedo para preparar um café para o Pedro e levar na cama, mas assim que chegamos a cozinha, a mesa já estava posta e tinha uma decoração com balões, bolos e doces decorados. - Acredito que minha mãe pensou o mesmo que nós dois. - Fernando fala e tento disfarçar o desconforto. - Está bem cedo para estarem de pé. Eu deixei a decoração do café da manhã prontas na noite anterior, pedi para as funcionárias arrumarem tudo cedo. Tinham outro plano? - Na verdade, pensamos em levar o café dele na cama. Mas sem problemas, ficou tudo lindo. - Falo e sorrio. - Me perdoe, querida, eu deveria ter perguntado a você se já tinha algo em mente. - Não tem porque se desculpar, Irene, você foi muito atenciosa. Eu vou tomar um banho. Falo e subo para o quarto, pelo visto seria uma dia cheio de surpresas e atividades com o Pedro. Entro no quarto e ele ainda está adormecido, mas noto que está inquieto, então não demoraria para acordar, por isso tomo um banho
Após o almoço a festa que a Irene havia prometido começa. A Ana havia arrumado meu cabelo e vesti um dos vestidos da minha coleção nova, mas também trouxe uma roupa para ela, que havia amado. O Pedro estava com o Fernando recebendo os convidados, enquanto nós terminavamos de nos arrumar. - Vamos descer, estou ansiosa para beber alguma coisa. - Ana fala quando terminamos de nos arrumar.- Não vamos exagerar na bebida, Ana. - Falo e saímos do quarto. - Claro que não, só vamos tomar algumas taças de espumante. - Ela diz e descemos as escadas, passamos pela sala e vamos para a area da piscina onde está acontecendo a festa. A decoração do pequeno principe estava perfeita, havia uma arco de balões azuis metalizado em volta da mesa repleta dos mais variados doces em formato de uma coroa. Estava lindo e o Pedro estava muito feliz. Caminho até onde todos da família estão, mas noto a presença da Júlia em uma das mesas e tento disfarçar minha irritação. Eu não gosto dessa mulher, ela não tem
Na manhã seguinte, a acordo cedo e a Ana já está de pé na cozinha enquanto tira um bolo do forno. Pela maneira como ela havia bebido no dia anterior, imaginei que ela não estaria de pé tão cedo e nem com tanta disposição assim.- Que horas você acordou? - Pergunto. - Não faz muito tempo. Mas aprendi a acordar diariamente esse horário, o Felipe acorda cedo para ir para a transportadora durante a semana, então eu me habituei. - Ela fala e dou uma olhada no bolo que estava com um cheiro delicioso de laranja.- Que cheiro incrivel. - Falo e noto que ela havia passado café também. - Você acordou com muita disposição. - ela dá risada. -Carol, você pretende mesmo se mudar para cá? - Minha amiga pergunta. - Está nos meus planos sim, mas não sei como as coisas ficariam no ateliê. Ficar pegando um avião toda semana é cansativo e eu não quero desistir do ateliê, foi um sonho realizado. Mas ao mesmo tempo eu penso no meu filho, ele merece ter mais qualidade de vida, passar mais tempo comigo. -
- Mamãe, quando vou ver o papai e a titia, o titio e vó Lene? - Pedro pergunta enquanto dirigo para deixa-lo na creche.O Pedro estava muito apegado com todos, mas não era para menos, todo mundo era super atencioso e cuidadoso com ele, as crianças se sentiam amadas quando os adultos lhe davam amor e atenção. - Em breve, meu amor. Hoje você verá sua professora e seus amiguinhos. - Falo tentando desviar seu foco.Meu celular toca e o nome do Fernando aparece na tela, mas estaciono o carro em frente a creche do Pedro e desço para tira-lo da cadeirinha. Eu havia retornado de Minas ontem a noite com a minha mãe e com o Pedro. Imaginava que o Fernando daria um jeito de vir esse passar esse fim de semana com a gente, afinal, não queria ficar viajando direto com o Pedro, era muito cansativo para uma criança. - Tchau, meu amor. - Falo me abaixando para dar um beijo no meu filho. A sua professora vem até nós e me cumprimenta, em seguida o Pedro acompanha ela para dentro da escola e entro de