David se levantou e foi em direção a Astrid.— Quanto tempo fiquei aqui?Astrid não conseguia parar de olhar para os olhos dele, mas mesmo assim respondeu:— Quatro dias.David suspirou ao saber que ficou ali por tanto tempo. Astrid o chamou para irem para casa, afirmando que provavelmente ele estivesse com fome.Ele estava realmente com fome. Por mais que a magia o nutrisse, ele ainda precisava se alimentar. Os dois seguiram em direção à casa, e Astrid não sabia como começar uma conversa com ele. De certa forma, ela estava com medo.— Está com medo de mim, Astrid? — perguntou David, percebendo a hesitação dela. Astrid continuou andando e não sabia como responder àquela pergunta. Não poderia simplesmente virar e dizer: “Sim, estou completamente apavorada com o seu ar intimidador e sem saber se você ainda é do bem ou não.” Então, tentou falar de uma maneira mais sutil.— Não é exatamente medo. Talvez, preocupada e receosa?David parou de andar ao ouvir sua resposta.— Astrid, se tiver
Na manhã seguinte, Felipe se levantou bem cedo. Havia feito uma maratona de treinos com os meninos, que logo pediram arrego. Sua irmã estava no treino, e Oliver também participou. As feridas de Oliver já estavam curadas, então ele quis se juntar. Durante os treinos, Oliver olhava ocasionalmente para Virgínia, que retribuía seus olhares.Quem não estava gostando de tantos olhares era Felipe.— Perdeu alguma coisa lá, Oliver?Oliver não se sentia intimidado por Felipe e deu um leve sorriso antes de responder.— Acho que não perdi, mas talvez eu tenha encontrado. Oliver se afastou um pouco satisfeito e deu outra olhada em Virgínia. Felipe, com ciúmes de sua irmã, percebeu que Oliver estava se engraçando para o lado dela.— Oliver, ainda não terminamos. Mais uma rodada, só nós dois — Felipe falou alto, chamando a atenção de todos.Alguns batiam palmas e assobiavam, gritando o nome de Felipe, enquanto outros gritavam o de Oliver. Ele tirou a camisa, e algumas das meninas que estavam ali c
Felipe percebeu a provocação na pergunta de David. Se sentiu falta? Isso foi tudo o que Felipe sentiu durante esse tempo que ficaram longe. Felipe não conseguia dormir, vivia estressado e mal-humorado e ele ainda perguntava se sentiu sua falta?— Você não imagina como senti.Felipe se apressou e abraçou David, os dois precisavam daquele abraço, precisavam sentir o calor um do outro. David se afastou um pouco segurou o rosto de Felipe e o beijou com muita paixão. Mesmo sem ter tido noção do tempo enquanto estava no processo, ainda sentiu muito sua falta.Ele sabia que para Felipe podia ter sido pior, já que teve noção de cada segundo, minutos e dias longe dele. O que interessava era matar a saudade que ambos sentiam, a falta que sentia dos corpos um do outro.David aproveitou que Felipe já estava sem camisa para passar a mão por seu peito e por cada músculo abdominal dele. Felipe começou tirar sua jaqueta e camisa; a urgência dos dois era muita. Enquanto se beijavam as portas foram fec
Todos ali pareciam surpresos com o que ele disse, exceto Mário e a própria condessa.— Mãe? Como assim, querido? — perguntou Ana, ainda atônita.— Exatamente. Eles são meus pais. Ela me fez esquecer sobre eles, mas agora que recuperei toda minha magia, consegui me lembrar de tudo.A condessa continuava em silêncio, apenas olhando. Mário perguntou se poderiam ter uma conversa em particular, e David concordou, pedindo a Felipe que esperasse, pois ele iria até a casa de Mário.Os três saíram e caminharam até a casa de Mário em um silêncio completo e constrangedor. Ao entrarem, antes que pudessem começar a conversar, Oliver apareceu na sala. David não sabia quem ele era ou por que estava sendo observado daquele jeito.Oliver, empolgado, foi quem quebrou o silêncio.— Você é o David, não é? É um prazer enorme te conhecer.— E quem exatamente é você? — perguntou David, desconfiado.— Sou o seu híbrido. — Oliver estava tão empolgado que só depois percebeu como aquilo soou. — Quero dizer, não
A situação entre David e seus pais, ainda não estava bem definida. Ele ouviu toda a história e conectou os pontos que faltavam, mas ainda não tinha chegado o momento de um abraço paternal. Ele agradeceu por terem lhe contado toda a história e disse que voltariam a conversar.Antes de sair, David ainda perguntou sobre Oliver e se ele estava ficando na casa de Mário. Ele explicou a real situação de Oliver e que seu pai não o aceitou de volta na alcateia. Até encontrarem um lugar para ele ficar, Oliver permaneceria no quarto que Mário havia preparado para ele. A preocupação dos pais de David era compreensível. Mário tentou acalmar a condessa, sabendo que o processo de perdão e aceitação poderia levar tempo.— Tenha calma. Deixe as coisas seguirem seu curso natural. Tudo tem acontecido muito rápido na vida dele. É muita informação para assimilar de uma só vez. Descobrir que a família está viva e ainda que seu sangue está sendo usado para criar um exército de híbridos, realmente não é fác
Na manhã seguinte, na casa de Ana, Virgínia estava sentada à mesa totalmente distraída, não estava comendo e só mexia na sua comida, nem ao menos ouvia Ana a chamar.— Virgínia, Virgínia, qual o problema garota? — chamou, tentando obter a atenção da filha.Ela voltou a si, olhou para sua mãe e perguntou.— Como posso saber se sonhei com meu predestinado?Após essa pergunta, Ana já imaginou que alguma coisa tinha acontecido.— Você sonhou com alguém? — Ana perguntou, mas Virgínia parecia constrangida para responder.— Ainda falta cerca de um mês para eu ter 25, então não seria possível eu ter sonhado com ele, não é?Ana bebeu seu café normalmente, enquanto Virgínia girava seu pingente loucamente no pescoço, totalmente nervosa.— Depende. Você é uma alfa dominante, se seu predestinado estiver perto, sim, pode acontecer. Só falta um mês, não é como se faltasse anos. Com quem sonhou?Virgínia olhou para a xícara a sua frente antes de responder.— Oliver. Eu sonhei com ele.Ana deu um leve
Após o almoço, como combinado, David e Felipe foram encontrar Margareth. Gaya esteve cuidando dela desde o desaparecimento de David. Margareth já não estava bem de saúde antes mesmo antes do que aconteceu.Como bruxa ela podia usar poções e até feitiços para retardar algumas coisas, mas não era como se ela não envelhecesse como os vampiros, ou não ficasse doente. Margareth também se recusou a usar poções, ela alegava que merecia sofrer por causar a morte de suas filhas.Margareth, quando viu David, ficou muito feliz.— Se aproxime, meu menino — pediu, com a voz um pouco fraca.David se aproximou e ela segurou sua mão.— Você tem a mesma expressão no olhar que ela tinha — o comparou com Débora, mãe de David.— Eu preciso pedir perdão a você, pois não fui uma boa mãe e nem uma boa avó. Persegui minha própria filha causando a morte de minhas filhas. Elas eram o que mais eu tinha de precioso, e eu mesmo destruí.Margareth deixou as lágrimas rolarem enquanto pedia perdão para David, isso e
David parecia apreensivo com a aparição de um novo tríbrido. Ele não sabia o que esperar de alguém que fosse como ele, ou pelo menos parecido. O que David e todos ao seu redor tinham certeza era que as habilidades desse novo tríbrido poderiam ser diferentes das que David possuía e até ter uma utilidade diferente para Claus.Tudo indicava que o sangue do novo tríbrido não tinha as mesmas propriedades do sangue de David. Se Claus precisava dele para produzir mais híbridos, o sangue desse outro tríbrido não seria útil.— A melhor coisa que podemos fazer agora é vigiar a casa. Vamos observar a rotina e identificar a melhor oportunidade para atacar. Se for durante o dia, não poderemos fazer muita coisa até a noite chegar — expôs Santiago. Santiago colocou um mapa sobre a mesa e mostrou a localização da casa de Claus, juntamente com algumas fotos. A casa ficava em uma propriedade à beira-mar, era grande e bem protegida, tanto por humanos quanto por vampiros e híbridos.De acordo com a opin