David tentava se soltar dos braços do vampiro que o carregava, estava no ombro dele, e o vampiro corria velozmente floresta adentro. David juntou seus punhos, tentou reunir todas suas forças e bateu nas costas daquele vampiro. Com a pancada, o vampiro se desequilibrou, soltando David, que caiu para um lado e ele para outro. Ao cair, David bateu sua testa em uma pedra e fez um corte que começou a sangrar, escorrendo por seu rosto. David se sentou um pouco tonto da pancada, mas tentou se concentrar, precisava daquela concentração ou seria realmente machucado por ele.— Aaaa esse cheiro, como senti falta do cheiro do seu sangue e do seu corpo, garoto.David olhou em direção à voz e sua visão focou novamente, estava escuro, mas com os clarões dos relâmpagos, pôde ver que o vampiro que estava na sua frente era o mesmo do seu sonho. Aquele foi um dos primeiros vampiros que o abusou. David sentiu um frio percorrer sua espinha.O tríbido tentou se levantar, 0,,apoiando-se em uma árvore enquan
Já passava do meio-dia e David ainda não havia acordado. Felipe já tinha chamado sua mãe para dar uma olhada em David e contou tudo o que houve na noite anterior, inclusive as lembranças de David na clareira.Sua mãe explicou que, como David ainda estava aprendendo a controlar as habilidades, ele deveria ter tido uma espécie de sobrecarga de poderes. Assim como quando ele fugiu, seu corpo ainda não havia se acostumado com tanto poder junto e acabou entrando em colapso. Ela explicou que, quando o corpo de David se acostumasse com as habilidades, ele não iria mais ficar daquele jeito.Depois de verificar o estado de David, Ana foi embora, dizendo que teria que organizar algumas coisas, pois Mário chegaria naquele dia. Felipe preparou comida para quando ele acordasse e voltou ao quarto. Sentou-se na poltrona e observou David dormindo com uma aparência serena, que nem parecia o homem que se transformou na noite anterior.Quanto ao hipnotismo, Felipe decidiu não contar a sua mãe, estava pre
O constrangimento era nítido entre eles. David e Felipe já tinham vestido suas camisetas e estavam na sala.— Desculpe meninos, mas pensei que David ainda estivesse dormindo, não pensei que vocês estivessem tão ativos. — Ana sabia exatamente como piorar o constrangimento —, mas vim aqui para dizer que Mário está chegando daqui a pouco, então quero que estejam lá para recebê-lo, e jantarmos juntos.— Mãe não podia dizer isso por telefone? Tudo bem, vamos nos arrumar e ir, pode ir. — Felipe foi curto e grosso.— Mamãe também te ama querido. — Ana foi irônica, se despediu de David e foi embora.Assim que Ana saiu, os dois se jogaram para trás no sofá e começaram a rir. Felipe se aproximou de David querendo recomeçar, mas David o interrompeu, dizendo ser melhor os dois irem se arrumar, que ele nem havia comido nada. David pegou uma toalha e foi em direção ao banheiro e ouviu Felipe:— Posso ir também?David sentiu o pé da barriga arder, pensando no que poderia acontecer se ele entrasse. L
David foi até o laboratório de Penélope e foi recebido com um forte abraço.— Você merecia levar uns tapas, por que não nos deixou informados de como você estava? Sabia que Santiago estava enlouquecendo aqui?David sorriu e pediu desculpas, contou-lhe algumas coisas e pediu um favor.— Queria que fizesse mais alguns exames, para saber se ocorreu alguma mudança, e também alguns outros tipos de exames.David estava um pouco sem jeito de concluir, e Penélope parecia entender.— Você quer fazer exames relacionados à sua saúde sexual? Se for isso, não se preocupe, faremos os exames e mostrarei somente para você, o.k.?David agradeceu a compreensão de Penélope. Por mais que a hipótese de ter alguma coisa fosse nula, já que se curava, queria ter certeza. Penélope retirou mais sangue de David para fazer os testes e afirmou que os resultados sairiam no outro dia à tarde.David aproveitou para pedir que, quando tivesse um tempinho, o ajudasse com a magia. Penélope concordou em ajudar e disse qu
David acabou adormecendo com o celular na mão; não conseguia dormir com os pensamentos a mil e sentia a falta de Felipe. Havia se acostumado com a presença de Felipe ao seu lado e até na mesma cama. David tentou ligar várias vezes para Felipe antes de adormecer, mas não teve sucesso e acabou pegando no sono.Santiago viu a luz acesa, bateu na porta, mas não obteve resposta e entrou devagar. David estava dormindo, e Santiago parou ao lado da sua cama, observando-o. Pegou o celular da mão de David e o colocou na mesinha de cabeceira, em seguida, pegou a manta e o cobriu. Ao passar a mão em sua testa para tirar uma mecha de cabelo, pensou em acariciar seu rosto, mas parou.Santiago se afastou da cama, fechou as cortinas, apagou as luzes e saiu. Na floresta, alguém observava aquela cena; seus punhos se fecharam e um soco acertou a árvore, deixando um buraco ali. Santiago foi em direção ao seu quarto e parou em frente à porta que sempre estava trancada. Tirou a chave do pescoço e abriu a p
Felipe desocupou algum espaço de seu guarda-roupa e colocou algumas peças novas. Estas eram para David. Queria fazer uma surpresa quando ele voltasse, então comprou algumas peças de roupa para ficarem na casa dele, assim ele não precisaria trazer roupas quando fosse fazer uma vista.Ele pegou uma sacola sobre a cama e foi até a mesa de cabeceira, onde colocou algumas coisas que comprou na farmácia. Estava prevenido; quando David se sentisse confortável, iria fazer tudo certo. Foi até a cozinha pegar um suco antes de voltar para casa de seus pais. Pegou o copo e foi em direção à geladeira, quando o celular tocou no bolso. Olhou o visor e viu que era Santiago. Felipe teve um mau pressentimento e atendeu.— Alô!Depois de alguns segundos ouvindo, deixou o copo de sua mão. Felipe nem mesmo pegou os cacos, desligou a ligação, colocou o celular no bolso e saiu em alta velocidade. Estava sem capacete, então precisava pegá-lo na casa de seus pais primeiro. Felipe desceu da moto com urgência e
David se virou e encontrou um homem em seu quarto. Ele era loiro, com olhos azuis deslumbrantes, da mesma altura que David. Seu corpo parecia bem definido na camiseta preta justa e nas calças igualmente ajustadas, além de um sobretudo preto. Sua expressão era calma, porém David podia perceber uma certa hostilidade.— Olá, David — disse o homem à sua frente.David não teve tempo de responder, pois Santiago estava chegando na escada quando percebeu a presença do vampiro. Ele correu para o quarto de David e abriu a porta sem hesitar.— Quem é vo… — Santiago não conseguiu terminar, pois o homem se virou, revelando quem era — não pode ser — falou incrédulo, ao se dar conta de que o conhecia.Santiago parecia perplexo ao ver aquele homem parado na sua frente.— Olá, Santiago! — A voz suave fez Santiago dar um passo para trás.— Alex, mas como? Você está…— Morto? — Alex terminou a frase de Santiago. — Como você pode ver, não estou. Achou que alguém havia entrado para machucar seu garoto? —
Alex percorria o quarto com os olhos, observando cada detalhe: as roupas que um dia foram suas, a mobília, as fotos e diversos objetos pessoais. Santiago havia guardado tudo o que pertencia a ele. — Eu venho aqui sempre, nunca deixei de pensar em você um dia sequer, Alex — disse Santiago, interrompendo os pensamentos do outro. Alex foi tirado de seus devaneios pela voz de Santiago, vindo de trás dele. Durante o tempo em que estiveram juntos, Alex nunca se sentiu inseguro, mas após tantos anos separados e com a aparição de David, começou a questionar se Santiago ainda o amava como antes. — Você ainda me ama? — Alex perguntou, sem hesitação. Apesar de ver todas as lembranças diante de si, sentia a necessidade de ouvir a resposta diretamente dele. Sentia que conseguiria discernir se fosse uma mentira. Santiago se aproximou por trás, permitindo que seu peito encostasse nas costas de Alex, enquanto sua voz saía suavemente ao lado de seu ouvid