Alex percorria o quarto com os olhos, observando cada detalhe: as roupas que um dia foram suas, a mobília, as fotos e diversos objetos pessoais. Santiago havia guardado tudo o que pertencia a ele. — Eu venho aqui sempre, nunca deixei de pensar em você um dia sequer, Alex — disse Santiago, interrompendo os pensamentos do outro. Alex foi tirado de seus devaneios pela voz de Santiago, vindo de trás dele. Durante o tempo em que estiveram juntos, Alex nunca se sentiu inseguro, mas após tantos anos separados e com a aparição de David, começou a questionar se Santiago ainda o amava como antes. — Você ainda me ama? — Alex perguntou, sem hesitação. Apesar de ver todas as lembranças diante de si, sentia a necessidade de ouvir a resposta diretamente dele. Sentia que conseguiria discernir se fosse uma mentira. Santiago se aproximou por trás, permitindo que seu peito encostasse nas costas de Alex, enquanto sua voz saía suavemente ao lado de seu ouvid
Luna estava parada com os braços cruzados, olhando com certo cinismo para David. — Vi que você havia chegado e vim falar com você. Queria te alertar sobre algo — disse Luna. David ficou intrigado, pois achou aquilo muito estranho vindo dela. Mesmo assim, ele perguntou o que ela queria avisar. — Se acha que o Felipe vai te levar a sério, está enganado. Você só será mais um em sua lista. Ele vai te usar assim como me usou e depois vai te descartar, quando aparecer uma nova presa — disse Luna, percebendo que David apertava seu punho e a olhava com frieza. — E o que te faz pensar que sou mais um para o Felipe? — David decidiu encará-la. Luna sorriu e continuou provocando: — Porque você não pode satisfazê-lo. Aquelas palavras foram como um soco em David. Ele se perguntou se Felipe havia dito algo sobre não conseguir se relacionar sexualmente com ele. Pensar que aquilo pudesse ser verdade, doeu, pois signifi
David saiu de seu devaneio e olhou para Felipe. Ele estava apenas com a toalha na cintura; seu cabelo estava molhado, ainda escorrendo um pouco de água pelo peito. A toalha estava baixa, o que fez David pensar demais. O corpo de Felipe era extremamente convidativo, ainda mais molhado e apenas com a toalha. David pigarreou e olhou em outra direção.— Estou bem, não se preocupe. Como Felipe poderia não se preocupar com tudo o que estava acontecendo com ele e ainda vendo-o tão pensativo daquele jeito? Gostaria de ouvir os pensamentos que atormentavam David. Felipe se vestiu e voltou para preparar o jantar. Colocou um avental e começou a preparar os ingredientes. David havia oferecido ajuda, mas Felipe recusou, pedindo para que ficasse sentado esperando. David observava Felipe da sala. Este estava com uma camiseta cavada que mostrava todo seu braço musculoso, e uma bermuda que o deixava com uma aparência relaxada. Sempre que cortava algo, os músculos de seus braços
Felipe ouviu aquela frase e se estremeceu todo. Ele segurou o pênis de David e o colocou na boca, esperando fazer tudo certo, pois era sua primeira vez com um homem. Ele havia pesquisado e conversado com seu amigo, mas, na prática, não imaginava que ficaria tão nervoso. Felipe gostou de como David fez aqueles movimentos nele e pensou em fazer os mesmos movimentos com a boca e com as mãos. Queria que ele se sentisse bem, como ele o fez se sentir.Ele começou seus movimentos e David reagia a cada um deles, apertando seus cabelos e gemendo. Ouvir aqueles gemidos o estava excitando ainda mais.— Humm! Isso é muito bom — disse David entre dentes. — Se continuar assim, não vou conseguir parar a tempo, vou gozar na sua boca.Felipe o olhou enquanto passava a língua de forma provocativa por toda extensão de sua ereção. Ele deu um sorriso de lado e, quando o olhou novamente, seus olhos eram de um lindo dourado. David gemeu ainda mais vendo Felipe com aquela expressão, estava lindo com aqueles
A água morna em volta da cintura estava ótima; acalmava seu corpo. A água que Felipe jogava em seu ombro, sempre passando a mão, quase o fazia adormecer. Recostar o seu corpo em seu peito dentro daquela banheira estava tornando tudo perfeito.Já estava quase amanhecendo, e os dois haviam feito amor várias vezes naquela noite. Estava claro que ambos sentiam o mesmo desejo sexual um pelo outro; seus corpos ansiavam por cada toque e carícia, por cada nova sensação.Felipe passou a mão nos ombros de David e deu um beijo em sua cabeça.— Você está bem? Está sentindo dor em algum lugar?Ele estava preocupado de ter exagerado para a primeira vez dos dois, mas não podia evitar que a simples proximidade de David lhe causasse desejo. Sentia-se um verdadeiro lobo no cio perto dele.— Estou bem, não estou sentindo dor — David respondeu com uma voz sonolenta.— Não machuquei você? — Ainda estava preocupado, mesmo sabendo que o corpo dele se curava até mesmo mais rápido que o dele próprio.David se
Felipe pegou seu celular e saiu em direção a sua moto e antes de subir ouviu alguém chamar seu nome.— Felipe, espera!Ele olhou com desagrado quando viu que era Luna o chamando.— O que quer? Estou com pressa. — Felipe falou com um tom ríspido.— Preciso falar com você e é urgente — alegou Luna.— Não tenho nada para falar com você.— Nem se for sobre seu namorado? — Luna exibiu um tom de preocupada.Felipe cerrou as sobrancelhas e se aproximou dela.— O que você têm para falar sobre ele? Não pense que darei ouvidos aos seus joguinhos, Luna.O nervosismo de Felipe aumentou assim que David foi mencionado. O efeito sobre ele foi como esperado e Luna levantou as mãos como se não estivesse planejando nada.— Não estou fazendo joguinhos. Eu já entendi que você está namorando sério agora e como sua amiga, vim te alertar sobre algumas coisas que ouvi sobre seu namorado. — Luna deixou o suspense no ar com o intuito de atiçar a curiosidade de Felipe.— Olha, ouvi alguns lobos comentando ter o
David se contorcia no chão da mata. A dor que ele estava sentindo era intensa, além da dor em seu coração, tinha aquela dor dilacerante em seu corpo. Era como se cada osso dele estivesse se quebrando, sentia como se um animal raivoso quisesse sair de dentro dele. Era como se todos os seus órgãos estivessem sendo esmagados.Ao mesmo tempo que David queria que Felipe estivesse ali, não queria vê-lo. A raiva e a mágoa o estavam sufocando. Aquilo estava sendo agonizante demais. Sabia que estava se transformando, mas não sabia o que fazer para que isso terminasse de uma vez. Só esperava que não machucasse ninguém depois que se transformasse.Depois de algum tempo, Felipe já havia recobrado a consciência e queria sair em busca de David. Ana insistia para ele esperar mais, pois não estava recuperado e poderia prejudicar seus sentidos. — Mãe, eu preciso encontrá-lo. Ele está sozinho na mata e está vindo uma tempestade. David pode estar se transformando e, se ele estiver ferido ou ferir algué
Mário ajudou Ana a levar Felipe para o quarto; ele estava com um pouco de febre, e a ferida em seu peito parecia bem arroxeada.— Você tem as ervas necessárias para tratar a ferida? — Mário perguntou, demonstrando certa preocupação com Felipe.— Sim, não se preocupe. Já liguei para o Rômulo; ele trará as outras coisas que preciso. E David, como ele está?— Ele ficará bem. Provavelmente não acordará até de manhã. Imagino que foi cansativo e doloroso para ele se transformar sozinho, sem a minha ajuda ou a de Felipe. De manhã poderei conversar com ele e esclarecer tudo.Ana olhou de volta para Felipe e suspirou.— Espero que a ligação não tenha sido rompida, ou esses dois vão sofrer muito.Mário colocou a mão no ombro de Ana, confortando-a, despediu-se e saiu. David estava no carro, deitado no banco de trás, ainda enrolado no sobretudo molhado. Mário abriu a porta de trás e tirou o sobretudo que estava em David, enrolando-o em um cobertor seco. David ainda estava nu; as roupas que Mário