LyanaFechei os olhos com força desejando que de alguma forma tudo se transformasse em apenas mais um pesadelo estranho, mesmo lutando contra essas sensações diferentes causadas por estar nos braços de um monstro.—Abra os olhos Lyana. — A voz grave ordena. Incapaz de desobedecer vejo o seu olhar analisando cada detalhe meu, sinto a agitação de antes voltar com mais força ainda, desvio os olhos observando o mesmo quarto no qual acordei. Ele parece esperar por alguma palavra minha, mas não tenho nada a dizer, finalmente deixa que fique de pé e o mais estranho é sentir falta do calor dele. — Não ouse fazer isso novamente, posso não ser tão compassivo. Rapidamente viro a cabeça para olha-lo sinto as bochechas queimando com raiva segurando as lágrimas pela dor em meus pés queimados pelo gelo, as lágrimas pela frustração de estar machucada, frágil e aprisionada por culpa dele. —Não pode me obrigar a ficar aqui!Em um piscar de olhos perco a rapidez do seu movimento a mão firme segura a
YurichObservo o mapa da cidade exposto na enorme parede do escritório, todos os principais pontos marcados sob o nosso controle, a irritação crescente é um perigo para homens como eu, principalmente em situações como essa. Não é momento para perder a consciência diante dessa invasão, um ataque dentro do meu território. Estalo os dedos buscando juntar as peças que faltam para pegar os traidores, mas nada além de ter um traidor dentro da organização passa pela minha mente, alguém próximo o suficiente para causar estragos. Ignoro os gritos dela reverberando pela casa mesmo sendo picado por esse mosquito da indecisão , por qual motivo a trouxe para cá? “Com uma garganta potente como essa posso apostar que é capaz de engolir meu pau.” A voz de Nureyev só serve para irritar-me, não respondo a sua merda não tenho vontade em lhe dar mais motivos para questionamentos que não consigo responder. Caminho pelo comodo e sirvo uma dose generosa de bebida antes de sentar no sofá de couro. Meu irm
Yurich Bato os dedos contra a mesa de vidro completamente impaciente, já faz um mês que deixei aquela mulher ir embora, sou atormentado por sua voz enquanto durmo durante o dia mantenho os olhos atentos as câmeras de vigilância daquele hospital. Sinto raiva de mim mesmo por ter deixado que fosse embora.“Avisei para ficar com ela.” “Você parece a merda de um papagaio.” Respondo completamente irritado. Sentados esperando por um dos meu maiores inimigos na porra da Rússia, meu irmão caçula ainda consegue ser insuportável. O esquema de segurança dentro dessa porcaria de restaurante é mais forte do que da casa branca. De alguma forma estupida italianos estão se infiltrando nas nossas terras como uma peste. Precisei averiguar se em outras regiões o mesmo estava acontecendo, descobri que Nabokov enfrenta os mesmos problemas no sul do país talvez seja a hora de unir os lados e engrandecer a Bratva como soberana. Pelo menos é o que espero, ficar pensando na médica apenas atrapalhara os pl
LyanaCaminho de volta para o hospital após comprar um lanche completo, tenho a mesma sensação de dias na qual estou sendo obeservada, reconheço estar com algum tipo de trauma porém, não sinto vontade em falar com alguém ou pedir ajuda. Do momento em que desci do carro sendo deixada no centro da cidade próximo a praça vermelha, a pertubação em meu estado psicologico tem sido crescente as lágrimas passaram a cair sempre fico sozinha como uma lembrança do dia em que perdi minha mãe. Entro no hospital por uma das portas de acesso indo na direção do consultório, sinto medo das pessoas ao redor mas principalmente medo de ir para a emergência e dar de cara com aquele homem outra vez. Fingi estar adoentada como um motivo plausivel para não receber questionamentos e devido aos meus bons atendimentos o chefe da ala cirurgica foi compreensivel.Quando finalmente entro dentro da minha sala, rodo a chave três vezes conferindo que está realmente trancado, coloco a comida por sobre a mesa pesand
Lyana Seus olhos escuros como os meus brilham com o pedido posso ver o alivio que toma sua face ao receber uma chance para falar. Ergo a mão o impedindo de começar. “Escutar você não significa que estou te perdoando por todos esses anos.” Declaro firme. A magoa existente dentro do meu peito é algo do qual não sei se sou capaz de desfazer mesmo que a minha vida inteira seja uma mentira inventada pelas duas pessoas que mais amei. “Imagino o quanto tem magoa principalmente de mim.” Ele fixa seu olhar no meu enquanto passa a mão na barba. “Não, você não tem a noção do quanto mas principalmente pela minha mãe irei escutar o que tem a dizer.” Declaro de modo firme. Ele se recosta contra a cadeira apoiando os braços parece analisar não só minhas palavras mas cada um dos meus gestos e expressões, hoje, relembro a maneira como sempre acreditei que ele sabia tudo sobre mim, que era o homem mais maravilhoso do mundo e estaria sempre presente até não estar, até o momento em que sua presença
LyanaRespiro profundamente encarando o espelho, as bochechas coradas pela maquiagem e os cilios espessos, o batom rosado junto ao vestido azul escuro com um decote formando um semi-coração deixando os meus seios volumosos ainda mais marcados. A cintura marcada por uma parte do tecido aveludada fazendo o tecido abraçar as minhas coxas grossas. Lavo as mãos nervosa buscando certo conforto no fato do meu pai estar ao meu lado, mas em nenhum momento ao lado desses seguranças todos consegui relaxar. Balanço a cabeça saindo de dentro do banheiro e encarando o homem alto que descobrir fazer parte da minha segurança, durante cada momento no qual estava me preparando em casa para esse jantar fiquei tentada a questionar onde eles estavam quando fui sequestrada, mas o medo de criar outro problema foi mais alto. A lembrança do sangue sendo derramado e os gritos daqueles homens ainda roubam alguns minutos dos meus pensamentos isso é frustrante, busco manter a respiração com a cabeça baixa volta
Yurich a sensação de ter uma arma apontada contra a cabeça nunca é esquecida, na realidade é insuperavel e para muitos esse tipo de emoção é impossivel de ser segurada. O problema para homens como eu, é viver os dois lados da sensação, aquele que tem a cabeça feita de alvo e ser aquele que segura a arma sabendo que um misero sopro no gatilho irá abrir um buraco enorme no crânio de alguém fazendo pedaços do cerebro respingar contra a própria face. O velho que irá se intitular como meu sogro, sabe disso, é uma raposa velha com hábito de caçar a estupidez desse jantar é justamente para isso, apontar a arma contra a minha cabeça e ver o quanto estou disposto a proteger a filha dele. Se fosse um garoto provavelmente acabaria mijando nas calças, mas o respeito. Já a mulher que manteve a minha mente aterrorizada durante os últimos tempos foi atingida em cheio e essa sensação de vitória vale a pena. Ergo a sobrancelha para Nabukov que abre um sorriso escroto ao começar a ler.“Primeira par
Lyana Preciso prender a respiração para manter as pernas firmes ao sentir o toque quente por cima do tecido de cetim, ainda sem entender muito bem esse sentimento de decepção depois das palavras dele.Sou guiada na direção do carro dele, antes que papai se intrometa abro um sorriso que o acalma, conversamos sobre isso. As condições do que preciso viver para alcançar a vingança contra a morte da minha mãe. Por um lado, admito estar um pouco grata por ser um rosto conhecido, mas ao mesmo tempo estou perdida no meio dessas contradições. Yurich faz questão de abrir a porta do carro dispensando o motorista que apenas aceita a ordem, seu irmão atrás de nós carrega um sorriso ladino ao fazer uma ligação, imagino que irá solicitar o próprio carro. Ah meu bom Deus permita que mesmo dentro dessa loucura possamos viver como duas pessoas “normais”Entro no carro depois da pequena prece sem perder o brilho aceso nos seus olhos, coloco o cinto de segurança e agarro a bolsa pequena como se fosse