Yurich a sensação de ter uma arma apontada contra a cabeça nunca é esquecida, na realidade é insuperavel e para muitos esse tipo de emoção é impossivel de ser segurada. O problema para homens como eu, é viver os dois lados da sensação, aquele que tem a cabeça feita de alvo e ser aquele que segura a arma sabendo que um misero sopro no gatilho irá abrir um buraco enorme no crânio de alguém fazendo pedaços do cerebro respingar contra a própria face. O velho que irá se intitular como meu sogro, sabe disso, é uma raposa velha com hábito de caçar a estupidez desse jantar é justamente para isso, apontar a arma contra a minha cabeça e ver o quanto estou disposto a proteger a filha dele. Se fosse um garoto provavelmente acabaria mijando nas calças, mas o respeito. Já a mulher que manteve a minha mente aterrorizada durante os últimos tempos foi atingida em cheio e essa sensação de vitória vale a pena. Ergo a sobrancelha para Nabukov que abre um sorriso escroto ao começar a ler.“Primeira par
Lyana Preciso prender a respiração para manter as pernas firmes ao sentir o toque quente por cima do tecido de cetim, ainda sem entender muito bem esse sentimento de decepção depois das palavras dele.Sou guiada na direção do carro dele, antes que papai se intrometa abro um sorriso que o acalma, conversamos sobre isso. As condições do que preciso viver para alcançar a vingança contra a morte da minha mãe. Por um lado, admito estar um pouco grata por ser um rosto conhecido, mas ao mesmo tempo estou perdida no meio dessas contradições. Yurich faz questão de abrir a porta do carro dispensando o motorista que apenas aceita a ordem, seu irmão atrás de nós carrega um sorriso ladino ao fazer uma ligação, imagino que irá solicitar o próprio carro. Ah meu bom Deus permita que mesmo dentro dessa loucura possamos viver como duas pessoas “normais”Entro no carro depois da pequena prece sem perder o brilho aceso nos seus olhos, coloco o cinto de segurança e agarro a bolsa pequena como se fosse
YurickPreciso controlar a vontade de sorrir a cada minuto em que ando ao lado dela, a sensação de vitória em tê-la como minha esposa é inexplicável. Seu olhar calmo transmite certa paz ao meu peito. Saímos do local em direção ao carro, quando as coisas acontecem rápido demais, jogo o corpo por cima de Lyana buscando protege-la coloco a mão na nuca dela ficando sobre o corpo pequeno no chão. Nureyev e Nabukov estão posicionados disparando contra os malditos, posso ver a maneira como acertam e outros soldados recebem as ordens indo atrás dos bastardos. "Lyana" a chamo com calmaAfasto o corpo do dela um pouco tenso demais por não escutar sua voz, o sangue no chão se acumulando ao redor dela atinge uma parte interna que imaginei nunca sentir outra vez, sinto medo.A ergo nos braços pouco me fodendo para o que o pai dela fala, entro dentro do carro com minha garota no colo pressionando o ferimento na barriga em busca de estancar o sangue.Nabukov empurra meu irmão que se senta na parte
Lyana A dor intensa no meu abdômen é como uma queimadura de terceiro grau, queimando a carne de dentro para fora. Abro os olhos sentindo um cansaço incômodo, como vim parar nessa cama de hospital? "Lyana" A voz masculina atrai a minha atenção.Olho para o lado encontrando o belo homem de olhos verdes brilhando, suas feições parecem carregar um misto de preocupação e felicidade. Mas não o reconheço, é como uma mancha em branco na minha memória."Onde está a minha mãe?" Questiono curiosa.Ele abre e fecha a boca erguendo a sobrancelha grossa fazendo uma ruga aparecer no meio da testa. A barba um pouco grande demais sem ter um corte definido como se estivesse a dias sem se barbear. Talvez esteja mesmo já que embaixo dos seus olhos percebo olheiras escuras. "Eu vou chamar o médico." Declara."Por que estou no hospital?" Questiono.Ele pisca algumas vezes mas se ergue e aperta um botão ao lado da minha cama, suspiro irritada por não entender o que um desconhecido está fazendo aqui no l
Yurich Coloco o metal para revestir o punho e desfiro mais um golpe contra a face do filho da puta que participou do ataque contra Lyana, um maldito mês. Os trinta dias no deserto parecem me perseguir tanto quanto uma praga. Foram trinta dias para ter um motivo perfeito para reencontrar ela sem quebrar a maldita promessa que fiz, agora, malditos trinta dias vendo seu corpo definhar na cama do hospital. Grito furioso batendo mais no maldito. "Boss" A voz de Nureyev não serve de nada.Os olhos escuros sem ter um pingo de reconhecimento desmancharam a parte dócil que estava tentando manter para ela. Trinta dias e ela não se lembra de mim. Sessenta dias de tesão,loucura e sentimentos estranhos no peito guardados para aquela mulher que enfeitiçou todos os meus pensamentos. Ergo o punho e desfiro mais um golpe, dessa vez deixando o italiano inconsciente. Quando imaginei que ver uma mulher pela primeira vez poderia causar todas essas reações em mim? Estalo o pescoço, dando as costas pa
LyanaRecebo alta do hospital após uma nova bateria de exames confirmar que não existe nada de errado com meu cérebro. De acordo com o médico, a falta de oxigênio pode ter sido a causa. Sinto certa frustração em não saber o que aconteceu nos últimos anos, não lembrar como conheci Yurich ou de como me formei em medicina.Termino de escovar os meus cabelos e guardo dentro da bolsa a escova, como se estivesse marcando o tempo exato ele abre a porta trazendo consigo o perfume marcante e o olhar tão quente que preciso desviar o meu envergonhada. Ainda não acredito estar casada com um homem tão lindo.A mão grande encontra meu queixo, ergo o olhar admirando o sorriso que aparece no canto dos lábios."Por que abaixou o rosto de repente?" Questiona."Eu fico envergonhada perto de você." A verdade acaba saindo.Fico desconcertada sem saber como remediar as minhas próprias palavras, mas é o sorriso aberto que atrai toda a minha atenção. A maneira calma como passa as costas dos dedos contra a pe
Lyana As portas do elevador se abrem revelando um imenso saguão com decoração bege e um teto com mais de dois metros, a iluminação natural entrando pela parede de vidro revestida com uma proteção escura o suficiente para bloquear o calor e esconder quem está dentro. Sinto o pequeno toque contra a minha cintura, incentivada dou alguns passos encontrando com um corredor, mordo os lábios seguindo o caminho a esquerda alcançando uma cozinha toda equipada em eletrodomésticos inox. Abro um pequeno sorriso. Volto pelo mesmo caminho, a presença dele constante ao meu lado como se estivesse esperando por alguma coisa, perto da parede de vidro encontro uma enorme estante de madeira contendo vários livros, uma poltrona reclinável e uma pequena mesa de apoio. Passo a mão pelos títulos observando as coleções de livros dos quais sempre sonhei em ler. Sigo o caminho da parede translucida, encontrando três portas, na primeira a direita um escritório simples, mas masculino com tons azul-escuro e cin
YurichSaio de dentro do apartamento sentindo como se todos os pedaços que compõe o meu corpo fossem feitos de sal. A frieza do lado de fora desmancha cada um dos pedaços, longe dela pareço ser ninguém. Nada além do mesmo vazio incurável. Quando as portas do elevador se abrem na garagem, preciso entrar dentro do carro e apoiar a cabeça contra o volante em busca de algum controle. Minha mente parece querer explodir a qualquer momento.Acordo com o som da arma destravando "Você já estaria morto agora." Nureyev acusa com a arma apontada para minha cabeça. "Lyana estaria viúva e ainda em perigo." Travo a mandíbula com a menção do seu nome e a realidade que bate em nossa porta. "Abaixa essa merda." Ordeno.Suspiro dando a partida no carro, manobrando e tomando o caminho pelas ruas movimentadas "Ela disse que o apartamento se parece com os seus sonhos." Murmuro reclamando."Claro, são as lembranças que o pai dela tem do que ela desejava ter." "Sim, eu sei disso porra." Reclamo"Então