LyanaCaminho de volta para o hospital após comprar um lanche completo, tenho a mesma sensação de dias na qual estou sendo obeservada, reconheço estar com algum tipo de trauma porém, não sinto vontade em falar com alguém ou pedir ajuda. Do momento em que desci do carro sendo deixada no centro da cidade próximo a praça vermelha, a pertubação em meu estado psicologico tem sido crescente as lágrimas passaram a cair sempre fico sozinha como uma lembrança do dia em que perdi minha mãe. Entro no hospital por uma das portas de acesso indo na direção do consultório, sinto medo das pessoas ao redor mas principalmente medo de ir para a emergência e dar de cara com aquele homem outra vez. Fingi estar adoentada como um motivo plausivel para não receber questionamentos e devido aos meus bons atendimentos o chefe da ala cirurgica foi compreensivel.Quando finalmente entro dentro da minha sala, rodo a chave três vezes conferindo que está realmente trancado, coloco a comida por sobre a mesa pesand
Lyana Seus olhos escuros como os meus brilham com o pedido posso ver o alivio que toma sua face ao receber uma chance para falar. Ergo a mão o impedindo de começar. “Escutar você não significa que estou te perdoando por todos esses anos.” Declaro firme. A magoa existente dentro do meu peito é algo do qual não sei se sou capaz de desfazer mesmo que a minha vida inteira seja uma mentira inventada pelas duas pessoas que mais amei. “Imagino o quanto tem magoa principalmente de mim.” Ele fixa seu olhar no meu enquanto passa a mão na barba. “Não, você não tem a noção do quanto mas principalmente pela minha mãe irei escutar o que tem a dizer.” Declaro de modo firme. Ele se recosta contra a cadeira apoiando os braços parece analisar não só minhas palavras mas cada um dos meus gestos e expressões, hoje, relembro a maneira como sempre acreditei que ele sabia tudo sobre mim, que era o homem mais maravilhoso do mundo e estaria sempre presente até não estar, até o momento em que sua presença
LyanaRespiro profundamente encarando o espelho, as bochechas coradas pela maquiagem e os cilios espessos, o batom rosado junto ao vestido azul escuro com um decote formando um semi-coração deixando os meus seios volumosos ainda mais marcados. A cintura marcada por uma parte do tecido aveludada fazendo o tecido abraçar as minhas coxas grossas. Lavo as mãos nervosa buscando certo conforto no fato do meu pai estar ao meu lado, mas em nenhum momento ao lado desses seguranças todos consegui relaxar. Balanço a cabeça saindo de dentro do banheiro e encarando o homem alto que descobrir fazer parte da minha segurança, durante cada momento no qual estava me preparando em casa para esse jantar fiquei tentada a questionar onde eles estavam quando fui sequestrada, mas o medo de criar outro problema foi mais alto. A lembrança do sangue sendo derramado e os gritos daqueles homens ainda roubam alguns minutos dos meus pensamentos isso é frustrante, busco manter a respiração com a cabeça baixa volta
Yurich a sensação de ter uma arma apontada contra a cabeça nunca é esquecida, na realidade é insuperavel e para muitos esse tipo de emoção é impossivel de ser segurada. O problema para homens como eu, é viver os dois lados da sensação, aquele que tem a cabeça feita de alvo e ser aquele que segura a arma sabendo que um misero sopro no gatilho irá abrir um buraco enorme no crânio de alguém fazendo pedaços do cerebro respingar contra a própria face. O velho que irá se intitular como meu sogro, sabe disso, é uma raposa velha com hábito de caçar a estupidez desse jantar é justamente para isso, apontar a arma contra a minha cabeça e ver o quanto estou disposto a proteger a filha dele. Se fosse um garoto provavelmente acabaria mijando nas calças, mas o respeito. Já a mulher que manteve a minha mente aterrorizada durante os últimos tempos foi atingida em cheio e essa sensação de vitória vale a pena. Ergo a sobrancelha para Nabukov que abre um sorriso escroto ao começar a ler.“Primeira par
Lyana Preciso prender a respiração para manter as pernas firmes ao sentir o toque quente por cima do tecido de cetim, ainda sem entender muito bem esse sentimento de decepção depois das palavras dele.Sou guiada na direção do carro dele, antes que papai se intrometa abro um sorriso que o acalma, conversamos sobre isso. As condições do que preciso viver para alcançar a vingança contra a morte da minha mãe. Por um lado, admito estar um pouco grata por ser um rosto conhecido, mas ao mesmo tempo estou perdida no meio dessas contradições. Yurich faz questão de abrir a porta do carro dispensando o motorista que apenas aceita a ordem, seu irmão atrás de nós carrega um sorriso ladino ao fazer uma ligação, imagino que irá solicitar o próprio carro. Ah meu bom Deus permita que mesmo dentro dessa loucura possamos viver como duas pessoas “normais”Entro no carro depois da pequena prece sem perder o brilho aceso nos seus olhos, coloco o cinto de segurança e agarro a bolsa pequena como se fosse
YurickPreciso controlar a vontade de sorrir a cada minuto em que ando ao lado dela, a sensação de vitória em tê-la como minha esposa é inexplicável. Seu olhar calmo transmite certa paz ao meu peito. Saímos do local em direção ao carro, quando as coisas acontecem rápido demais, jogo o corpo por cima de Lyana buscando protege-la coloco a mão na nuca dela ficando sobre o corpo pequeno no chão. Nureyev e Nabukov estão posicionados disparando contra os malditos, posso ver a maneira como acertam e outros soldados recebem as ordens indo atrás dos bastardos. "Lyana" a chamo com calmaAfasto o corpo do dela um pouco tenso demais por não escutar sua voz, o sangue no chão se acumulando ao redor dela atinge uma parte interna que imaginei nunca sentir outra vez, sinto medo.A ergo nos braços pouco me fodendo para o que o pai dela fala, entro dentro do carro com minha garota no colo pressionando o ferimento na barriga em busca de estancar o sangue.Nabukov empurra meu irmão que se senta na parte
Lyana A dor intensa no meu abdômen é como uma queimadura de terceiro grau, queimando a carne de dentro para fora. Abro os olhos sentindo um cansaço incômodo, como vim parar nessa cama de hospital? "Lyana" A voz masculina atrai a minha atenção.Olho para o lado encontrando o belo homem de olhos verdes brilhando, suas feições parecem carregar um misto de preocupação e felicidade. Mas não o reconheço, é como uma mancha em branco na minha memória."Onde está a minha mãe?" Questiono curiosa.Ele abre e fecha a boca erguendo a sobrancelha grossa fazendo uma ruga aparecer no meio da testa. A barba um pouco grande demais sem ter um corte definido como se estivesse a dias sem se barbear. Talvez esteja mesmo já que embaixo dos seus olhos percebo olheiras escuras. "Eu vou chamar o médico." Declara."Por que estou no hospital?" Questiono.Ele pisca algumas vezes mas se ergue e aperta um botão ao lado da minha cama, suspiro irritada por não entender o que um desconhecido está fazendo aqui no l
Yurich Coloco o metal para revestir o punho e desfiro mais um golpe contra a face do filho da puta que participou do ataque contra Lyana, um maldito mês. Os trinta dias no deserto parecem me perseguir tanto quanto uma praga. Foram trinta dias para ter um motivo perfeito para reencontrar ela sem quebrar a maldita promessa que fiz, agora, malditos trinta dias vendo seu corpo definhar na cama do hospital. Grito furioso batendo mais no maldito. "Boss" A voz de Nureyev não serve de nada.Os olhos escuros sem ter um pingo de reconhecimento desmancharam a parte dócil que estava tentando manter para ela. Trinta dias e ela não se lembra de mim. Sessenta dias de tesão,loucura e sentimentos estranhos no peito guardados para aquela mulher que enfeitiçou todos os meus pensamentos. Ergo o punho e desfiro mais um golpe, dessa vez deixando o italiano inconsciente. Quando imaginei que ver uma mulher pela primeira vez poderia causar todas essas reações em mim? Estalo o pescoço, dando as costas pa