Encontrar Samuel não era mais uma questão de diversão ou curiosidade... Era sobrevivência. Eu precisava entrar no mundo dele para descobrir a verdade sobre o meu. Só lá eu encontraria as respostas sobre meu pai e o passado de Avalon.
Novamente no closet, uma hora antes de sair sem saber o que vestir. E sinceramente, eu não tinha nada apropriado para um bar de rock. Eu era uma princesa, criada para ouvir, apreciar e bater palmas para música clássica e óperas. Sim, eu sabia tudo sobre óperas, embora nunca tivesse estado em uma. Meu pai viajava às vezes para fora do país. Mas eu nunca fui. Nem sei se sabiam da minha existência fora de Avalon. Até duvidava se Avalon sabia sobre mim.
Mia entrou no meu quarto, sem bater, como ela sempre fazia. Aquilo nunca me incomodou, pois sabíamos praticamente tudo uma da outra. Mas eu não fui capaz de contar a ela sobre o
A parte de Théo estar cursando a faculdade estava compreendida agora.Ele nos ofereceu uma mesa bem na frente do palco.- Onde está Samuel? – perguntei.- Ele está se preparando para entrar no palco.Percebi que havia bastante gente. Estava quase cheio o local. E por que aquela mesa, que eu poderia dizer que era a de melhor localização, estava vazia?- Reservou este lugar para elas? – perguntou Alexander.- Sim... “Para elas”... – ele disse.- Como sabia que elas viriam?- Satini garantiu. – ele disse piscando para mim.Bem, então ele havia falado com Samuel sobre o ocorrido na casa noturna. E Samuel falou sobre mim. Isso me deu uma pontinha de felicidade, embora eu não quisesse mais me iludir com nada. Eu tinha tantos problemas para resolver agora que me apaixonar e conhecer o amor da minha vida havia ficado para escanteio. Acho que eu
Abri a porta do carro e desci. Dei uma última olhada, só para ter certeza de que ele realmente estava dormindo. Bati a porta e me virei rapidamente, batendo meu corpo abruptamente em alguém. Levantei meus olhos e meu coração quase parou de bater enquanto segurei minha respiração por alguns segundos, tentando não surtar. Era ele... Ali, naquele lugar. O bondoso e parece que mais lindo que na noite anterior... Estevan. Ele me fitou e estávamos tão próximos que nossos corpos quase se tocavam. Eu consegui dizer:- Me desculpe...- Você? Eu conheço você... E conheço também o brinco que você usa no seu nariz. – ele balançou a cabeça confuso.Afastei-me, dando um passo para trás e tentei me recompor. Percebi que ele estava novamente acompanhado de dois homens. Não tenho certeza se eram os mesmos da noite anterior, pois ma
Ela sentou-se do outro lado dele, sem cerimônia.- Vai mesmo ficar aqui? – ele perguntou à ela.- Sim... – ela colocou a cabeça para frente e me encarou, depois sorrindo. – Se tem uma coisa que eu faço bem é não desistir, Sam.Acho que eu estava atrapalhando os planos dela, assim como “Sam” atrapalhou os meus há alguns minutos atrás.- Se quiserem... Eu posso sair. – falei sem cerimônia.- Não! – ele disse. – Você fica. Acho que Isabella que precisa sair.- No que eu incomodo? – ela deu de ombros, dando um gole na bebida dele e fazendo uma careta. – Isso é horrível... É bebida de mulher. Desde quando você bebe isso, Sam?Olhei confusa para eles. Eu me sentia incomodada com ela e a forma como me encarava: um misto de raiva e ironia.- Você já tomou cerveja,
Eu saí dali e imediatamente Théo entrou. Eu só esperava que Mia não fizesse nada que pudesse se arrepender depois. Ela conhecia aquele homem a tão pouco tempo. Na verdade, nós não os conhecíamos. E éramos completamente inocentes do mundo deles... Vínhamos de uma realidade não condizente com o mundo de quase ninguém. Éramos de dentro do castelo, criadas quase enclausuradas. Mesmo que Mia fosse teoricamente uma garota livre, sabíamos que não era bem assim. Ela não tinha o poder de ir e vir passando dos muros do castelo. Ela e sua mãe não eram prisioneiras, mas também eu sabia que jamais meu pai deixaria Léia sair lá de dentro, muito menos Mia, que era usada muitas vezes para ocupar o meu lugar e confundir as pessoas. Léia sabia muito sobre a realeza... Por isso ela tinha certas regalias com meu pai. E também por este motivo el
- Posso lhe fazer uma pergunta? – ele disse me olhando fixamente.- Pode.- Você... Passou a noite aqui... Neste lugar?Eu suspirei:- É uma longa história... Não sei se você acreditaria em tudo que me aconteceu esta noite.- Pode tentar... – ele sorriu.- Eu poderia começar com arrependimento... Por ter vindo. – ou não, pensei. Afinal, encontrei-o ali. – Deveria ter escutado meu amigo que me avisou que era melhor não virmos para cá. Mas eu não dei ouvidos e além disso fiz uma coisa que não foi muito legal com ele. Agora tenho certeza de que ele vai ficar furioso comigo. E com toda razão.- Então quer dizer que você foi uma menina má? – ele sorriu divertidamente, parecendo começar a se soltar um pouco.- Eu posso dizer que sim... Muito má... Com ele, no caso. Mas fui bem legal
- Vamos tentar jogar um pouco de água nele. – ele tentou.- Mas ele está no carro...- Vamos trazê-lo para dentro.Eu levantei e ouvi e senti meu vestido rasgando por toda a extensão das costas. Suspirei. Eu imaginei que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde.Samuel riu:- Menina do rock em apuros.- Eu disse para Mia que esta roupa não ia dar certo... Eu mal conseguia respirar dentro dela. E agora?- Posso conseguir algo para você.- Sério?- Sim... Temos um camarim com algumas roupas. Não sei se acompanhará o seu estilo... – ele ironizou.- Acredite, este não é meu estilo. Então qualquer coisa que você tiver, vou aprovar.Segui-o pelo corredor atrás do palco novamente. Quando passamos pela porta onde Mia estava anteriormente foi possível ouvir gemidos pelo lado de fora. Certamente minha a
- Achou mesmo que ia me dopar e eu não faria nada quanto a isso?Ouvi a voz de Alexander e não sei se aquilo me deu esperanças ou seria pior que alguém enviado por meu pai para acabar com a minha vida. Tentei responder, mas as palavras não saíam pela minha garganta, tamanha força com que ele apertava o meu pescoço. Eu senti dor... Ele seria capaz de me matar? Sofreria a consequência da minha morte pelo resto da sua vida...Tentei me desvencilhar tirando as mãos dele com as minhas... Então ele as pegou e colocou para cima do meu corpo, imobilizando-as e eu consegui recuperar o ar e voltar a respirar, mesmo sentindo um desconforto horrível na minha garganta.- A.. Alex...ander... – minha voz mal saía. Eu não sabia se era por medo ou porque o que ele havia feito teve consequência na minha voz.- Sua louca, desvairada, vadia...- Eu vou gritar..
- A... Entrevista. – ela falou confusa e um pouco receosa.- O que você quer saber sobre mim para publicar, Beatrice?- Eu... Vou gravar. – ela falou, pegando o celular.- Não. Você vai escrever. – eu disse firmemente. – Eu não posso de forma alguma ser exposta. Nem a minha voz.- Mas... Eu jamais exporia a entrevista desta forma... Ou mesmo a sua voz, Alteza.- Não... Como meu pai sempre diz: “pela minha segurança”. Foram 17 anos me escondendo do mundo para agora correr risco de colocar tudo a perder por uma entrevista.- Eu... Entendo, Alteza. Será como preferir.- Então estou pronta.- Eu gostaria de saber como vossa Alteza vê a questão do casamento arranjado, com uma pessoa que não conhece, sabendo apenas de fato que ele também é da realeza.- Eu vejo como algo normal para alguém na minha