- Léia, é você mesmo? – perguntei quando a senti junto de mim, quase não acreditando.
- Minha querida, sim, sou eu. Não perderia seu aniversário por nada neste mundo. Afinal, foram 18 anos juntas.
A abracei novamente. Senti tanta saudade...
- Quem é o responsável por isso? – perguntei.
- Estevan e eu. – disse Sean.
- Este foi o melhor presente que eu poderia ter ganhado neste dia.
O jantar foi agradável, mas eu mal esperava para ele acabar e eu ficar com Léia. Queria tanto saber sobre Mia e Alexander, bem como estava tudo em Avalon.
Depois da sobremesa, fomos para a sala onde tradicionalmente o rei servia-se de licor para si e seus convidados. Havia um bolo decorado na mesa com dezoito velas. Achei fofo e carinhoso o gesto dos D’Auvergne Bretonne.
Cantaram parabéns e depois saboreamos o bolo de chocolate, que estava muito bom. Es
Quando acordei na manhã seguinte, Estevan estava sentado à minha penteadeira, observando o desenho do meu vestido de noiva. Levantei rapidamente fui até lá, puxando da mão dele.- Ei, você não pode olhar o vestido antes do casamento.- De onde é este vestido? Pelo que minha mãe me disse você estava com problemas para achar algo que a agradasse.- Eu desenhei. – confessei.- Você? Como assim?- Por quê? Acha que eu não seria capaz de fazer isso? – brinquei.- É um desenho lindo... Perfeito.- Obrigada. – falei um pouco envergonhada.- Acho que você tem um talento incrível. Só não sei se para o desenho ou a moda.Olhei para o rascunho na minha mão. Não deixava muito a desejar comparando com alguns estilistas com os quais já tive o prazer de ser vestida. Lembrei tamb
Quando meu pai ofereceu seu braço para eu andar no tapete vermelho até Estevan, senti meu coração dar saltos dentro do peito. Sean estava tão lindo que eu quase poderia casar com ele se não fosse meu pai.Ouvi a marcha nupcial e os convidados se levantaram. A grama verdejante do jardim acolhia as pessoas mais especiais das nossas vidas. Enquanto eu caminhava no final da tarde, vendo o sol se pôr numa alaranjado espetáculo à minha frente, me senti tão feliz que podia até pensar que era um sonho.Emy estava linda num vestido de festa preto. Eu sorri. Claro que ela usaria preto, ou não seria Emy Beaumont. Samuel... Ah, quanta saudade deste Deus grego da beleza. Ainda mais vestido socialmente, o que eu nunca havia visto até então. Segurei a respiração quando o vi. E sim, ele estava acompanhado. E a garota era até sem graça, não sei se pelo fat
Pelo menos uma vez por ano visitávamos os Chevalier no castelo onde eles moravam e um dia reinaram, quando ainda existia monarquia em Noriah Sul.Eu gostava de brincar com Andrew, Laura e Heitor. Minha irmã, Pauline, embora mais velha, assim como Andrew, também se divertida conosco. Eu achava que devia ser divertido morar num lugar com tantas pessoas para brincar, como eles tinham. Afinal, todos moravam juntos ali. Minha irmã mais nova não nos acompanhava nestes momentos, pois ainda tinha necessidade de minha mãe o tempo todo. Meus pais tiveram três meninas: Pauline, a mais velha, eu, a do meio e Aimê, a caçula. Éramos a prole D’Auvergne Bretonne. Sim, meus pais não tiveram nenhum menino. E por incrível que pareça, meu pai era imensamente feliz com suas quatro mulheres, um reino e um castelo para gerenciar.Estávamos brincando de pega-pega no jardim que tinha um enorme
Avalon, vinte e três anos antes.Emy Beaumont era a herdeira legítima do trono. Mas todos sabiam que seu único irmão, Stepjan Beaumont fazia de tudo para que a irmã não assumisse, pelo fato de ela ser mulher.Emy nasceu sabendo de suas responsabilidades enquanto princesa, bem como quando se tornasse rainha. Então, não tinha nenhuma intenção de abrir mão de seu reinado, principalmente pelo fato de ter sido treinada e preparada a vida inteira para assumir aquele papel, tendo inclusive abdicado de várias coisas ao longo de sua existência pelo fato de ser futura rainha de Avalon.Embora fosse forte e decidida, Emy Beaumont era uma mulher sensível e tinha uma grande vontade de fazer a diferença em Avalon. Não que não concordasse com a forma de reger de seus pais, mas ansiava por modernidade e negócios com países de primeiro mundo e
Domingo era o dia que eu tinha que almoçar junto de meu pai. Não importava o que houvesse, naquele dia da semana nos reuníamos na sala de jantar real e fazíamos o desjejum e o almoço na companhia um do outro. Então ele fingia que se importava comigo e eu que acreditava.Tomei um longo banho e procurei algo para vestir. Iniciar a manhã no desjejum com meu pai era sempre um pouco tenso. Eu tinha que estar impecável. Não que durante os outros dias eu não tivesse cuidado com minha aparência, afinal, eu era a princesa de Avalon. Mas se ele visse qualquer coisa que não estivesse de acordo com o que esperava de mim, eu era punida. A punição não era física, mas com aulas e qualquer coisa que ocupasse ainda mais o meu tempo para aperfeiçoar o que ele julgasse que não estava perfeito.Enquanto eu olhava para minhas centenas de roupas penduradas no closet c
Andei ereta junto de Mia até o salão de jantar onde eu faria a primeira refeição do domingo com meu pai, o rei Stepjan Beaumont. O lugar onde nos encontrávamos no final de semana e que eu a maioria das vezes fazia as minhas refeições sozinha era um dos espaços amplos e pouco arejados do castelo. A mesa em formato oval comportava somente 14 pessoas, por isso era usado somente para momentos mais íntimos. O salão de jantar das visitas era em outro local. Ainda assim as toalhas impecavelmente brancas e a decoração com várias flores naturais da estação estavam sempre ali, esperando por mim. As confortáveis cadeiras almofadadas em tom caramelo combinavam com os quadros caros e antigos que adornavam as paredes com papel adesivo. Dois lustres enormes pendiam do teto, iluminando a mesa com velas que eram usadas em ocasiões especiais, senão luzes artificiais em tons am
Quando voltei para o meu quarto, Mia veio junto de mim, falando tanto que eu nem conseguia lhe dar atenção. Eu estava ainda tentando assimilar que eu iria deixar meu reino depois que casasse com o desconhecido príncipe. E talvez eu nem recebesse um motivo plausível para aquilo.- Você ouviu o que eu falei? – ela perguntou sentando na poltrona na minha frente enquanto eu sentei na minha cama.- Não ouvi nada. – confessei.- Em que mundo você está, Satini?- Num mundo que não conheço... Você o ouviu dizendo que assim que casar deixarei Avalon?Ela se calou por alguns instantes:- Talvez ele volte atrás.- Eu não queria acreditar nisso, mas às vezes parece que ele quer se livrar de mim.- Não pense isso. Você é a única filha dele. Por mais que pareça às vezes que ele não se impo
Fiquei mais tempo do que eu previa no jardim e quando percebi já estava anoitecendo. Eu ficava tanto tempo sozinha comigo mesma que era normal aquilo acontecer: eu perder completamente a noção do tempo.Quando estava voltando para adentrar no castelo, vi Alexander vindo em minha direção e não pude deixar de observar o quão lindo ele havia ficado com o tempo.- Você está louca? – ele perguntou.- Quem você pensa que é para falar comigo desta maneira?Ele me encarou e pareceu tentar se acalmar, ficando alguns minutos em silêncio. Mas eu sentia sua respiração acelerada:- Desculpe, Alteza. – ele curvou-se, mas eu sabia que aquilo era de forma irônica.- Do que você está me acusando exatamente, Alexander?- Por que você quer sair de dentro do castelo? Acha mesmo que isso é prudente?- Meu pai pe