Ela sentou-se do outro lado dele, sem cerimônia.
- Vai mesmo ficar aqui? – ele perguntou à ela.
- Sim... – ela colocou a cabeça para frente e me encarou, depois sorrindo. – Se tem uma coisa que eu faço bem é não desistir, Sam.
Acho que eu estava atrapalhando os planos dela, assim como “Sam” atrapalhou os meus há alguns minutos atrás.
- Se quiserem... Eu posso sair. – falei sem cerimônia.
- Não! – ele disse. – Você fica. Acho que Isabella que precisa sair.
- No que eu incomodo? – ela deu de ombros, dando um gole na bebida dele e fazendo uma careta. – Isso é horrível... É bebida de mulher. Desde quando você bebe isso, Sam?
Olhei confusa para eles. Eu me sentia incomodada com ela e a forma como me encarava: um misto de raiva e ironia.
- Você já tomou cerveja,
Eu saí dali e imediatamente Théo entrou. Eu só esperava que Mia não fizesse nada que pudesse se arrepender depois. Ela conhecia aquele homem a tão pouco tempo. Na verdade, nós não os conhecíamos. E éramos completamente inocentes do mundo deles... Vínhamos de uma realidade não condizente com o mundo de quase ninguém. Éramos de dentro do castelo, criadas quase enclausuradas. Mesmo que Mia fosse teoricamente uma garota livre, sabíamos que não era bem assim. Ela não tinha o poder de ir e vir passando dos muros do castelo. Ela e sua mãe não eram prisioneiras, mas também eu sabia que jamais meu pai deixaria Léia sair lá de dentro, muito menos Mia, que era usada muitas vezes para ocupar o meu lugar e confundir as pessoas. Léia sabia muito sobre a realeza... Por isso ela tinha certas regalias com meu pai. E também por este motivo el
- Posso lhe fazer uma pergunta? – ele disse me olhando fixamente.- Pode.- Você... Passou a noite aqui... Neste lugar?Eu suspirei:- É uma longa história... Não sei se você acreditaria em tudo que me aconteceu esta noite.- Pode tentar... – ele sorriu.- Eu poderia começar com arrependimento... Por ter vindo. – ou não, pensei. Afinal, encontrei-o ali. – Deveria ter escutado meu amigo que me avisou que era melhor não virmos para cá. Mas eu não dei ouvidos e além disso fiz uma coisa que não foi muito legal com ele. Agora tenho certeza de que ele vai ficar furioso comigo. E com toda razão.- Então quer dizer que você foi uma menina má? – ele sorriu divertidamente, parecendo começar a se soltar um pouco.- Eu posso dizer que sim... Muito má... Com ele, no caso. Mas fui bem legal
- Vamos tentar jogar um pouco de água nele. – ele tentou.- Mas ele está no carro...- Vamos trazê-lo para dentro.Eu levantei e ouvi e senti meu vestido rasgando por toda a extensão das costas. Suspirei. Eu imaginei que aquilo aconteceria mais cedo ou mais tarde.Samuel riu:- Menina do rock em apuros.- Eu disse para Mia que esta roupa não ia dar certo... Eu mal conseguia respirar dentro dela. E agora?- Posso conseguir algo para você.- Sério?- Sim... Temos um camarim com algumas roupas. Não sei se acompanhará o seu estilo... – ele ironizou.- Acredite, este não é meu estilo. Então qualquer coisa que você tiver, vou aprovar.Segui-o pelo corredor atrás do palco novamente. Quando passamos pela porta onde Mia estava anteriormente foi possível ouvir gemidos pelo lado de fora. Certamente minha a
- Achou mesmo que ia me dopar e eu não faria nada quanto a isso?Ouvi a voz de Alexander e não sei se aquilo me deu esperanças ou seria pior que alguém enviado por meu pai para acabar com a minha vida. Tentei responder, mas as palavras não saíam pela minha garganta, tamanha força com que ele apertava o meu pescoço. Eu senti dor... Ele seria capaz de me matar? Sofreria a consequência da minha morte pelo resto da sua vida...Tentei me desvencilhar tirando as mãos dele com as minhas... Então ele as pegou e colocou para cima do meu corpo, imobilizando-as e eu consegui recuperar o ar e voltar a respirar, mesmo sentindo um desconforto horrível na minha garganta.- A.. Alex...ander... – minha voz mal saía. Eu não sabia se era por medo ou porque o que ele havia feito teve consequência na minha voz.- Sua louca, desvairada, vadia...- Eu vou gritar..
- A... Entrevista. – ela falou confusa e um pouco receosa.- O que você quer saber sobre mim para publicar, Beatrice?- Eu... Vou gravar. – ela falou, pegando o celular.- Não. Você vai escrever. – eu disse firmemente. – Eu não posso de forma alguma ser exposta. Nem a minha voz.- Mas... Eu jamais exporia a entrevista desta forma... Ou mesmo a sua voz, Alteza.- Não... Como meu pai sempre diz: “pela minha segurança”. Foram 17 anos me escondendo do mundo para agora correr risco de colocar tudo a perder por uma entrevista.- Eu... Entendo, Alteza. Será como preferir.- Então estou pronta.- Eu gostaria de saber como vossa Alteza vê a questão do casamento arranjado, com uma pessoa que não conhece, sabendo apenas de fato que ele também é da realeza.- Eu vejo como algo normal para alguém na minha
Terminei o dia no jardim e quando o sol se pôs eu entrei e fui para o meu quarto. Eu não me sentia bem com o que havia acontecido com Alexander e aquilo estava acabando comigo. Eu não contaria para que Léia e Mia não sofressem, mas também não poderia continuar andando num carro com ele, me levando para todos os lugares sendo que não confiava nele. Então decidi que na manhã seguinte eu falaria com meu pai sobre isso. Não contaria a verdade, mas pediria para tirar Alexander do cargo de guarda costas. Ele não era a pessoa ideal para me proteger. Poderia ser qualquer pessoa, menos ele.Na manhã seguinte estava calor. Então tive que usar um vestido e um lenço no pescoço para tapar as marcas daquela noite terrível. Qualquer um percebia que eu não me vestia daquela forma. Jamais fiz uso de lenço ao redor do pescoço, mas não tinha out
Passei os dedos nervosamente sobre a capa e ouvi uma batida na porta. Logo em seguida apareceu Mia, sem esperar que eu mandasse ela entrar. Mas sempre foi assim. Mia teve passagem livre para o meu quarto a vida inteira. Então por que naquele momento eu me senti um pouco invadida? Procurei esconder o diário de minha tia. Por sorte ela não notou. Simplesmente me olhou e disse:- Alteza... Você está absolutamente perfeita.- Obrigada, Mia. Você também está fabulosa.- Alexander está nos esperando lá embaixo.- Eu... Já estou descendo. – avisei.Por sorte ela virou as costas e saiu. Onde eu colocaria aquilo para que não fosse encontrado? Óbvio, no mesmo lugar que encontrei. E foi isso que fiz, devolvi o diário ao lugar onde achei. Uma última olhada no espelho e saí. Não houve um guarda real que conseguiu não virar para me ob
Senti os lábios dele subindo no meu pescoço e depois sua língua quente tocou minha orelha e eu me arrepiei. Nunca senti àquilo ao toque de alguém. Eu tinha desejos loucos e pervertidos dentro da minha cabeça. Mas eu era na verdade uma virgem que nunca tinha feito nada a não ser beijar homens sem nenhum tipo de sentimento. Por isso me senti tão violada quando Alexander fez o que fez comigo no meu quarto. Mas eu não queria pensar naquilo novamente. Eu tinha que esquecer o que houve... Nem todos os homens eram como ele.Virei-me e encontrei os olhos de Samuel Leeter, vendo neles todo o desejo que ele tinha por mim. Ele era a promessa de uma noite perfeita e sem arrependimentos. Também não me parecia o tipo de homem que depois ficasse correndo atrás da mulher ou se apaixonar tão facilmente. Resumindo: ele era o que eu precisava. E eu não tinha sentimentos por ele a não ser de