Narrado por Eva Sollis:Enquanto caminhava para o hotel, minha mente estava um turbilhão. Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que estava acontecendo – desde a maneira como Mason havia saído da sala do diretor com Isabela em seus braços, até como ele vinha lidando com Fátima e com a própria Isabela. Cada detalhe parecia carregar um peso maior, e eu estava tentando entender o que tudo isso significava.Chegamos ao hotel e, para meu alívio, Mason permaneceu no carro, dando-nos um instante de privacidade. Isabela estava profundamente adormecida em meu ombro, seu pequeno corpo relaxado após o estresse do dia. A visão dela dormindo tão tranquilamente era um contraste bem-vindo com o tumulto que havíamos vivido.Eu me senti culpada por estar tão ausente. Onde esta loucura, irá nos levar?Desci do carro com cuidado para não perturbá-la e entrei no hotel. A sensação de estar em um ambiente mais reservado, longe da confusão e do barulho da escola, trouxe um alívio momentâneo. O silêncio
— Quanto ele pagou para você? — O homem continuou, Mason apenas seguiu diretamente, chegando a um aparador, virou o litro com um liquido marron, que pega contra um copo, e em seguida bebe. Os olhos do homem me olhando, com duvidas e certa satisfação me incomondam, principalmente pelas palavras que diz. Recuo, tentando me afastar enquanto se aproxima. — Não a toque, Madson. — O homem vira-se lhe olhando, e sorri enquanto para de andar. — Ah Mason, o que custa?Você nem deve saber quantos já a usaram. As lagrimas vem aos meus olhos, principalmente pela indiferença de Mason que bebe o uisque sem se importar. — Com licença! — É inevitavel chorar, apresso-me em direção a escada. — Uhh educada até, nada que uma puta não possa fazer. — Alcanço o primeiro degrau com pressa. — Ei cadela, perguntei quanto ele te pagou? O seu grito me alcança a medida que chego ao topo da escada. — Perdoeei uma dívida da família dela, satisfeito Madson? — O que Mason diz, me deixa perdida, a dor no peito parec
Após a tumultuada ida à escola, eu não saberia explicar a minha reação, Eva é uma desconhecida, chegamos em casa juntos e em silêncio, mas Madson estava a nossa espera, talvez não a minha, eu não reagi a uma palavra sequer, o que poderia dizer a ele? Que não é verdade?Nada sei sobre ela. As palavras duras do meu irmão para com ela ressoavam na minha mente como um eco constante. Eu sabia que precisava enfrentar meu irmão e exigir respostas sobre seu comportamento inaceitável. Ver Eva magoada e a indignação sobre a falta de empatia dele me impulsionaram, a tensão na mansão era palpável.— Você realmente acha que pode simplesmente tratar as pessoas assim?— perguntei, a voz cheia de raiva e descontentamento. Meu tom era firme, uma tentativa de fazer com que ele entendesse a gravidade do que havia feito. — O que você fez com esta mulher completamente inaceitável. A maneira como você a ofendeu e humilhou é algo que não vou tolerar.Meu irmão me olhou com uma expressão fria e indiferente.
Narrado por Eva Sollis:A notificação de despejo da mansão dos Muller estava diante de mim, o papel dobrado e formal, selado com um carimbo que só fazia a situação parecer ainda mais impiedosa. A mensagem era clara: eles terão que deixar a mansão devido a questões financeiras.Em pé próximo à escada, como um flash de lembranças me atinge, eu cresci, nasci nesta casa, as risadas da minha mãe correndo atrás de nós duas, a nossa caça aos chocolates. As nossas reações quando o nosso pai tirou a barba. Nos reuníamos na sala de refeições para comer, o bolo fora se formando em minha garganta, o jardim de inverno que a minha mãe cuidava sozinha, com tanta delicadeza, hoje é um amontoado de pedras e cimento, o jeito que ela cuidava daquele bonsai.O cheiro de comida que se espalhava pelo corredor, era um convite para assaltar as panelas. Eu corri tantas vezes em direção a essa escada, este corredor, com a nossa cozinheira atrás me ameaçando, uma lágrima pingou no papel, eram lembranças boas d
Narrado por Mason Dasílis:Deixando as três no jardim, entrei em casa, tomei um banho, tentando lavar não só o cansaço físico, mas também o peso das responsabilidades que estavam sobre meus ombros. O dia havia sido exaustivo, e a necessidade de clareza e tranquilidade estava me levando a procurar um pouco de normalidade.Desci as escadas, sentindo-me um pouco mais relaxado, mas com o pensamento ainda girando em torno de tudo o que estava acontecendo. Ao passar pela sala. Homes, meu fiel empregado, me interceptou.Homes: — Senhor Mason, a senhorita Eva está na cozinha.Um olhar de curiosidade e uma leve preocupação cruzaram meu rosto. Eva estava na cozinha? Isso era um pouco inesperado, e algo na ideia de encontrá-la lá me trouxe um certo alívio. A presença dela parecia uma constante fonte de conforto e complexidade ao mesmo tempo.Decidi ir até a cozinha, pedindo aos outros funcionários que lhe assistiam, a mexer uma panela, se retirassem por um momento. Era importante ter um pouco de
Narrado por Eva Sollis:Eu não estava preparada para a pergunta de Mason sobre o pai de Isabela. O tom casual com que ele a fez me pegou completamente de surpresa. Fiquei paralisada por um momento, sentindo uma crise de tosse começar a se formar. Tentava respirar fundo, tentando recuperar o controle, enquanto a pergunta ecoava na minha mente. A última coisa que eu queria era levantar mais suspeitas sobre nossa situação.Mason pareceu perceber minha reação e mudou rapidamente de assunto, uma gentil desconversa que me fez sentir um misto de alívio e frustração. Sua presença e interesse me faziam sentir que qualquer passo em falso poderia ter repercussões indesejadas.Após o jantar, a atmosfera na mansão estava carregada de uma tensão que eu não conseguia ignorar. Levei Isabela e Fátima até o quarto, minha mente um turbilhão de pensamentos e preocupações. Quando Isabela estava pronta para dormir, me sentei ao seu lado e comecei a contar uma historinha, uma prática que fazia para acalmá-l
Narrador por Mason Dasílis:Enquanto sentava ali com Eva em meu colo, o livro sobre autismo na tela percebi a forma como seus olhos brilhavam com uma mistura de surpresa e gratidão. Sua reação ao ver meu interesse genuíno pela condição de Isabela foi um lembrete contundente da profundidade de sua luta e do amor incondicional que ela tinha por sua filha. A emoção em seu rosto e olhos, notei como segurou-se para não chorar. Acaricio o seu rosto e como uma laterna uma ideia me vem, ela aceitou fazer parte disto para dar uma vida melhor para a filha. Demônios, eu não consigo pensar o pior dela. —Você pode me agradecer de outras formas. — Eva abre os olhos me olhando incrédula, imagino que esteja pensando o pior neste momento. Uma certa decepção passa em seus olhos, e o seu humor muda drasticamente. — Claro, eu sei que não existe almoço grátis, o que vai querer? A sensação de lhe vê-la decepcionada, me atinge por dentro, eu pensei em lhe pedir que saisse da confeitaria, mas vendo a sua
Narrado por Eva Solis:A sensação de vergonha me invade enquanto observo Mason subindo os degraus, se afastando de mim. Pedi para ele se cuidar, mesmo sabendo que a minha voz tremia e que havia uma fraqueza em minhas palavras. Parte de mim queria ser firme, mas a outra parte só queria esconder o quanto eu estava afetada. É quase irônico como eu me sinto envergonhada por me preocupar com ele, mesmo sabendo que minha saúde está em jogo.Quando ele finalmente desaparece de vista, uma onda de ciúmes se apodera de mim. Eu me odeio por isso. O ciúmes não é algo que eu esperava sentir. Afinal, eu sou a primeira a dizer que tudo isso é complicado e que precisamos seguir em frente, mas aqui estou eu, me sentindo um nó de emoções enquanto ele se distancia.Com passos pesados, vou para o meu quarto. A sensação de estar sozinha com meus pensamentos é esmagadora. Fecho a porta atrás de mim e me jogo na cama, olhando para o teto. As paredes parecem me sufocar com todas as perguntas sem resposta que