Narrado por Mason Dasílis:Quando cheguei ao escritório do diretor, mantendo uma expressão neutra, embora meu cérebro estivesse a mil por hora. A situação com Isabela estava pesando demais em minha mente. Assim que entramos no escritório, Aldrick começou a falar sobre a importância de manter uma boa relação com os pais e a qualidade da escola. Mas eu estava focado em outro assunto.— Aldrick não é?— comecei, com uma firmeza que não deixava espaço para dúvidas. — Preciso falar sobre Isabela. Ela é autista e precisa de um tratamento adequado para seu caso. É fundamental que a escola proporcione o suporte necessário.O sorriso de Aldrick vacilou por um momento. — Bem, senhor Dasílis, a mensalidade da escola não cobre gastos adicionais para tratamentos especializados. Precisamos de profissionais qualificados para lidar com casos como o dela, e isso vai além do que a escola pode oferecer.Sua resposta só aumentou minha frustração. Olhei diretamente para ele, a determinação em meu olhar. —
Narrado por Eva Sollis:Enquanto caminhava para o hotel, minha mente estava um turbilhão. Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que estava acontecendo – desde a maneira como Mason havia saído da sala do diretor com Isabela em seus braços, até como ele vinha lidando com Fátima e com a própria Isabela. Cada detalhe parecia carregar um peso maior, e eu estava tentando entender o que tudo isso significava.Chegamos ao hotel e, para meu alívio, Mason permaneceu no carro, dando-nos um instante de privacidade. Isabela estava profundamente adormecida em meu ombro, seu pequeno corpo relaxado após o estresse do dia. A visão dela dormindo tão tranquilamente era um contraste bem-vindo com o tumulto que havíamos vivido.Eu me senti culpada por estar tão ausente. Onde esta loucura, irá nos levar?Desci do carro com cuidado para não perturbá-la e entrei no hotel. A sensação de estar em um ambiente mais reservado, longe da confusão e do barulho da escola, trouxe um alívio momentâneo. O silêncio
— Quanto ele pagou para você? — O homem continuou, Mason apenas seguiu diretamente, chegando a um aparador, virou o litro com um liquido marron, que pega contra um copo, e em seguida bebe. Os olhos do homem me olhando, com duvidas e certa satisfação me incomondam, principalmente pelas palavras que diz. Recuo, tentando me afastar enquanto se aproxima. — Não a toque, Madson. — O homem vira-se lhe olhando, e sorri enquanto para de andar. — Ah Mason, o que custa?Você nem deve saber quantos já a usaram. As lagrimas vem aos meus olhos, principalmente pela indiferença de Mason que bebe o uisque sem se importar. — Com licença! — É inevitavel chorar, apresso-me em direção a escada. — Uhh educada até, nada que uma puta não possa fazer. — Alcanço o primeiro degrau com pressa. — Ei cadela, perguntei quanto ele te pagou? O seu grito me alcança a medida que chego ao topo da escada. — Perdoeei uma dívida da família dela, satisfeito Madson? — O que Mason diz, me deixa perdida, a dor no peito parec
Após a tumultuada ida à escola, eu não saberia explicar a minha reação, Eva é uma desconhecida, chegamos em casa juntos e em silêncio, mas Madson estava a nossa espera, talvez não a minha, eu não reagi a uma palavra sequer, o que poderia dizer a ele? Que não é verdade?Nada sei sobre ela. As palavras duras do meu irmão para com ela ressoavam na minha mente como um eco constante. Eu sabia que precisava enfrentar meu irmão e exigir respostas sobre seu comportamento inaceitável. Ver Eva magoada e a indignação sobre a falta de empatia dele me impulsionaram, a tensão na mansão era palpável.— Você realmente acha que pode simplesmente tratar as pessoas assim?— perguntei, a voz cheia de raiva e descontentamento. Meu tom era firme, uma tentativa de fazer com que ele entendesse a gravidade do que havia feito. — O que você fez com esta mulher completamente inaceitável. A maneira como você a ofendeu e humilhou é algo que não vou tolerar.Meu irmão me olhou com uma expressão fria e indiferente.
Narrado por Eva Sollis:A notificação de despejo da mansão dos Muller estava diante de mim, o papel dobrado e formal, selado com um carimbo que só fazia a situação parecer ainda mais impiedosa. A mensagem era clara: eles terão que deixar a mansão devido a questões financeiras.Em pé próximo à escada, como um flash de lembranças me atinge, eu cresci, nasci nesta casa, as risadas da minha mãe correndo atrás de nós duas, a nossa caça aos chocolates. As nossas reações quando o nosso pai tirou a barba. Nos reuníamos na sala de refeições para comer, o bolo fora se formando em minha garganta, o jardim de inverno que a minha mãe cuidava sozinha, com tanta delicadeza, hoje é um amontoado de pedras e cimento, o jeito que ela cuidava daquele bonsai.O cheiro de comida que se espalhava pelo corredor, era um convite para assaltar as panelas. Eu corri tantas vezes em direção a essa escada, este corredor, com a nossa cozinheira atrás me ameaçando, uma lágrima pingou no papel, eram lembranças boas d
Narrado por Mason Dasílis:Deixando as três no jardim, entrei em casa, tomei um banho, tentando lavar não só o cansaço físico, mas também o peso das responsabilidades que estavam sobre meus ombros. O dia havia sido exaustivo, e a necessidade de clareza e tranquilidade estava me levando a procurar um pouco de normalidade.Desci as escadas, sentindo-me um pouco mais relaxado, mas com o pensamento ainda girando em torno de tudo o que estava acontecendo. Ao passar pela sala. Homes, meu fiel empregado, me interceptou.Homes: — Senhor Mason, a senhorita Eva está na cozinha.Um olhar de curiosidade e uma leve preocupação cruzaram meu rosto. Eva estava na cozinha? Isso era um pouco inesperado, e algo na ideia de encontrá-la lá me trouxe um certo alívio. A presença dela parecia uma constante fonte de conforto e complexidade ao mesmo tempo.Decidi ir até a cozinha, pedindo aos outros funcionários que lhe assistiam, a mexer uma panela, se retirassem por um momento. Era importante ter um pouco de
Narrado por Eva Sollis:Eu não estava preparada para a pergunta de Mason sobre o pai de Isabela. O tom casual com que ele a fez me pegou completamente de surpresa. Fiquei paralisada por um momento, sentindo uma crise de tosse começar a se formar. Tentava respirar fundo, tentando recuperar o controle, enquanto a pergunta ecoava na minha mente. A última coisa que eu queria era levantar mais suspeitas sobre nossa situação.Mason pareceu perceber minha reação e mudou rapidamente de assunto, uma gentil desconversa que me fez sentir um misto de alívio e frustração. Sua presença e interesse me faziam sentir que qualquer passo em falso poderia ter repercussões indesejadas.Após o jantar, a atmosfera na mansão estava carregada de uma tensão que eu não conseguia ignorar. Levei Isabela e Fátima até o quarto, minha mente um turbilhão de pensamentos e preocupações. Quando Isabela estava pronta para dormir, me sentei ao seu lado e comecei a contar uma historinha, uma prática que fazia para acalmá-l
Narrador por Mason Dasílis:Enquanto sentava ali com Eva em meu colo, o livro sobre autismo na tela percebi a forma como seus olhos brilhavam com uma mistura de surpresa e gratidão. Sua reação ao ver meu interesse genuíno pela condição de Isabela foi um lembrete contundente da profundidade de sua luta e do amor incondicional que ela tinha por sua filha. A emoção em seu rosto e olhos, notei como segurou-se para não chorar. Acaricio o seu rosto e como uma laterna uma ideia me vem, ela aceitou fazer parte disto para dar uma vida melhor para a filha. Demônios, eu não consigo pensar o pior dela. —Você pode me agradecer de outras formas. — Eva abre os olhos me olhando incrédula, imagino que esteja pensando o pior neste momento. Uma certa decepção passa em seus olhos, e o seu humor muda drasticamente. — Claro, eu sei que não existe almoço grátis, o que vai querer? A sensação de lhe vê-la decepcionada, me atinge por dentro, eu pensei em lhe pedir que saisse da confeitaria, mas vendo a sua