Narrado por Eva Solis:A manhã estava tranquila, eu me preparei para entregar o tiramisù que tinha feito com tanto carinho. Senti uma mistura de gratidão e nervosismo pelo o momento que vivi no dia anterior, enquanto carregava a sobremesa até a sala onde o homem que me salvou estava esperando. O aroma doce e reconfortante do tiramisù preenchia o ambiente, e eu esperava que fosse uma pequena forma de expressar o quanto apreciava o que ele havia feito por mim.Quando entrei na sala e entreguei o tiramisù, ele me olhou com um sorriso amigável e agradecido. — Muito obrigado,— disse ele, pegando a sobremesa com um gesto de satisfação. — Eu estava pensando, que tal nos conhecermos melhor? Gostaria de sair comigo?Eu hesitei por um momento, minha mente correndo enquanto procurava uma maneira de responder. O convite, mas eu sabia que precisava ser cuidadosa, afinal ele me salvou daqueles homens. — Eu agradeço muito pelo convite,— respondi, tentando soar sincera e firme. — mas não posso acei
Narrado por Mason Dasílis:O sol estava se pondo sobre a cidade, tingindo o horizonte com uma mistura de dourado e laranja que parecia quase surreal. Eu estava sentado em um escritório de hotel, uma sala impecável e fria, mas a vista panorâmica não conseguia me distrair do turbilhão de pensamentos que tomavam conta da minha mente. O telefone no meu bolso vibrou, e eu o tirei com um suspiro. Era hora de ligar para Eva.O toque familiar me deu um momento de esperança, e quando a ligação foi atendida, a voz dela surgiu do outro lado, suave e calmante.“Alô.”O simples som da sua voz fez meu coração acelerar. “Oi, Eva. Como você está?”“Bem, estou bem. E você, Mason?”A serenidade na voz dela contrastava com a tempestade interna que eu sentia. “Eu estou... meio perdido, na verdade. Estava pensando em você.”“Ah, é?” O tom de Eva sugeria surpresa, mas havia uma curiosidade perceptível em sua resposta. “O que aconteceu?”Eu fechei os olhos, lutando para organizar os pensamentos que pareciam
Narrado por Eva Sollis:O som do telefone desligando ressoou em meus ouvidos como um lamento final. Eu ainda estava de pé, o telefone em minha mão, o peso das palavras de Mason ainda pairando no ar. A proposta de dar um tempo, a declaração de que nossos objetivos eram diferentes – tudo isso parecia girar em minha mente, uma tempestade de confusão e dor.Eu me sentei na beira da cama, tentando encontrar uma base sólida em meio ao caos emocional. A luz suave do abajur ao meu lado parecia quase zombar da minha agitação, lançando sombras tranquilas que contrastavam com a turbulência que eu sentia. O quarto, geralmente um refúgio de paz, agora parecia um espaço pequeno e opressor.Lágrimas começaram a brotar dos meus olhos, e eu tentei, inutilmente, contê-las. Elas escorriam livremente, quentes e pesadas, carregando consigo a tristeza e o sentimento de fracasso. A sensação era tão intensa que eu me perguntei se talvez houvesse alguma forma de justificar minha dor, se havia algo que eu pude
Narrado por Mason Dasílis:Três semanas longe de casa pareceram uma eternidade. A sensação de distanciamento era palpável, e a saudade da mansão e de cada pequena parte da minha vida cotidiana se acumulava em meu peito. Sentado no jatinho, meu pensamento vagava para os corredores da mansão e para a pequena Isabela, que sempre vem ao meu encontro, como se eu pudesse salva-la.Recordava com clareza a maneira como ela corria para me encontrar, como seus pequenos braços se agarravam a mim em busca de conforto. A saudade era intensa, e eu ansiava por aquele acolhimento que ela podia oferecer.O cheiro familiar de casa, tão diferente e reconfortante do ambiente impessoal dos hotéis onde passei esses dias, me envolveu assim que pisei no saguão da mansão. Era um aroma de madeira polida, café recém-passado e a essência de nossa vida cotidiana – algo que nem mesmo o luxo mais sofisticado poderia replicar. A sensação de estar em casa trouxe um alívio instantâneo.Após um longo banho, onde a água
Narrado por Eva Solis:Depois da conversa no escritório, um misto de alívio e inquietação me acompanhava enquanto eu arrumava a cozinha. A leveza de ter finalmente falado com Mason sobre nossa mudança foi uma mudança bem-vinda, mas também havia um sentimento de ciúmes e insegurança que não podia ignorar. A aceitação dele parecia rápida demais, quase como se ele estivesse aliviado por não ter mais o peso de nossas preocupações sobre seus ombros. O fato de que nada de perigoso havia acontecido nas últimas três semanas contribuía para a sensação de que a mudança era o passo certo, mas a insegurança ainda persistia.Enquanto limpava a última louça e preparava tudo para o dia seguinte, uma parte de mim ainda se preocupava com os riscos e as incertezas que viriam. Mesmo dentro da mansão, onde o luxo e a segurança eram uma constante, eu não conseguia me sentir completamente segura. A decisão de sair era tanto uma necessidade quanto uma medida de precaução.Cheguei ao quarto onde havia me aco
Narrado por Mason Dasílis:O impacto das palavras de Eva ainda ecoava em minha mente. A ideia de que ela e as meninas poderiam estar se preparando para deixar a mansão me deixava perplexo e inquieto. Durante algum tempo no escritório, tentei processar a situação e encontrar uma solução, mas a angústia de imaginar a casa sem elas era esmagadora.Subi a escada com uma sensação de determinação misturada com um profundo pesar. Minha intenção era ir para a minha suíte e tentar encontrar algum alívio na familiaridade do meu quarto. No entanto, algo me impeliu a desviar o caminho e seguir para o quarto de Eva.Ao chegar à suíte de Eva, a decepção foi imediata. A cama estava arrumada e vazia, sem nenhum sinal de que ela havia entrado ali. A ausência dela foi um golpe inesperado. Meu coração acelerou ao concluir que, com base em nossa conversa, ela provavelmente estava no quarto das meninas.Eu tentei me deitar para descansar, mas a inquietação e a preocupação com a partida iminente de Eva, Is
Narrado por Eva Solis:Depois de deixar as meninas na escola, eu me dirigi à área onde o pai costumava viver, com a esperança de encontrá-lo ou pelo menos obter alguma informação sobre seu paradeiro. No entanto, a missão se mostrou mais difícil do que eu esperava. As vizinhas e funcionárias da mansão, que costumavam me receber me olhavam com um misto de desconfiança e desconforto. O fato de eu ter sido confundida com Ezra, minha irmã, só agravou a situação. As pessoas pareciam achar que eu estava fingindo ser alguém que não era ao dizer meu verdadeiro nome.O cenário era mais desolador do que eu havia imaginado. A única pessoa que se lembrou de mim foi uma vizinha que conhecia a história de minha expulsão de casa e da perda de minha mãe. Sua empatia era palpável, mas não oferecia as respostas que eu procurava. Ela falava incessantemente sobre como minha mãe era uma pessoa boa e como socializava bem com a vizinhança, uma lembrança amarga de tempos que já se foram.Aquelas memórias s
Narrado por Eva Solis:A tarde estava começando a escurecer quando eu cheguei à pequena casa onde Eva havia se mudado com Isabela e Fátima. O céu alaranjado parecia não ter conexão com a tempestade de emoções que se desenrolava dentro de mim. Eu havia passado a maior parte do dia revirando nossos diálogos anteriores e me debatendo com a sensação de que algo estava errado. A decisão de Eva de deixar a mansão e se mudar para um lugar tão simples me preocupava profundamente.Quando entrei na casa, o cenário que encontrei me deixou chocado. Eva estava no meio de um trabalho árduo, varrendo o chão e lidando com a água suja que se acumulava pela sala. A visão dela, com a roupa de trabalho e o semblante cansado, era uma realidade dura que eu não estava preparado para enfrentar.A tensão entre nós estava palpável. A pergunta que eu fiz a respeito de trazer Isabela para aquele lugar havia sido um grito de preocupação e confusão. Eu estava tentando entender a lógica por trás da decisão dela, e