Acordo tarde no domingo, já se passa do meio-dia e vejo que Jack não está no quarto, fico aliviada, pelo menos eu não vou precisar me estressar com os dramas dele a essa hora. É bom ele saber que eu não o quero, mas também não posso deixá-lo sair da minha vida sem deixar as empresas dele todas em meu nome. Assim me levanto, pensativa e tomo meu banho tranquilamente, pois hoje finalmente iremos embora desse lugar. Não vejo a hora de conversar com James. Saio do banheiro vestindo um macacão branco com uma grande abertura nas costas e um decote na frente bem sexy, valorizando meus seios, nos pés coloco saltos da mesma cor, da minha própria grife. Quando término de me arrumar, pego meu celular, nenhuma mensagem de James além daquela loucura de acabar tudo que temos, ele só pode estar de brincadeira. Então resolvo guardar o celular na bolsa e término de colocar minhas coisas na mala. Nesse momento, Jack entra no quarto e me olha surpreso, na certa por me ver bem arrumada, ver o que ele
Quando saio do jardim, solto o ar com força, o tempo inteiro eu estava me controlando para não explodir com o cinismo de Lara, como ela pode ser tão hipócrita? Com esse pensamento continuo andando rumo a garagem. Chegando lá, vejo Ane sentada em um canto me esperando, ela está tão linda com aqueles cabelos longos soltos e meio bagunçados, o desejo que eu estava sentindo mais cedo sobe pelo meu corpo, aquecendo meu peito novamente, ela me fascina de todas as formas possíveis, nunca senti algo assim com ninguém, só com ela. — Oi? — Ela se vira rapidamente em minha direção, me observando com aqueles olhos azul que no escuro chegam a ficar ainda mais intensos do que já são. — Oi — Ela sorri, mas noto uma preocupação em seu olhar. — Vamos? — Sim, vamos. Já é tarde e amanhã eu preciso viajar bem cedo. — Viajar? Para onde? — Vou visitar minha mãe em uma cidade vizinha — Ela sorri. — Que legal! Mas você vai voltar? — Nossa, já está com saudades, James? Volto sim — Ela falou sorrindo —
Saí daquele consultório cuspindo fogo de tanta raiva que estou do James. Se ele acha que isso vai ficar assim, ele está muito enganado, eu não irei permitir essa humilhação, ele não vai me trocar por uma pirralha que nem a Ane, aquela sem graça, tenho certeza de que nem experiência ela tem, jamais irá conseguir satisfazê-lo como eu. Pego o meu carro e vou direto ao apartamento dela, pois quero ouvir de sua boca o que quer com o James. Chegando no endereço que peguei com a mãe dela, outra vagabunda que achou ter roubado o Jack, agora vem a filha querendo me passar para trás, mas não vou permitir, porque diferente do Jack, o James é meu e o que é meu ninguém toca. Chego no apartamento mixuruca em que ela vive e aperto na campainha, nada dela abrir, toco mais uma vez e continuo sem resposta, até que atrás de mim escuto alguém chamar minha atenção, quando me viro é uma senhora velha e bastante acabada, com cara de pobre. — Oi dona, a senhorita Ane viajou. — Para onde? — Ouvir ela diz
Nunca tive meu pai na minha vida. Desde pequeno, sofria bullying na escola e não tinha um pai para me defender, isso tornou minha vida cada vez mais difícil. Minha mãe era uma alcoólatra, se preocupava apenas com a bebida e quando não tinha dinheiro me batia, às vezes até mesmo me trancava em um armário escuro que tínhamos em casa, tudo porque ela dizia que ouvir minha voz a estressava muito, eu só tinha cinco anos na época. Com essa idade, eu já sabia que seria sempre avesso a sentimentos e nenhuma mulher me tiraria da razão, pois a mulher que será para me amar e cuidar, nunca me amou, então quem iria me amar? Quando completei dezenove anos, tive uma namorada séria, ela morava do lado da casa dos meus avós. Falando deles, eu tive os melhores avós do mundo, eles sim me amaram de verdade, foi com meu avô que aprendi a jogar sinuca e a caçar. Uma pena que morreram cedo com uma gripe grave que contraíram Mas, voltando à menina que conheci, ela era filha de um policial da cidade, ele nu
Logo que fui embora daquele orfanato, fiquei aliviada, pois finalmente poderia ter a liberdade que eu sempre busquei, estávamos indo para a cidade grande, eu estava em um carro luxuoso, daqueles que eu só tinha visto nos filmes e agora estava dentro dele, melhor ainda, ele era da minha nova família. Eu finalmente irei ter o que eu sempre quis. Quando chegamos na casa de dois pisos, que estava mais para um palácio moderno com paredes de vidro, com segurança ao redor e um jardim lindíssimo, muito chique, eu fiquei de boca aberta, tão chocada que fiz meus pais adotivos riram da minha expressão, dizendo logo em seguida que a casa agora também era minha. Eu estava usando uma saia de prega preta, uma blusinha social de botão branca e um blazer por cima da mesma cor da saia. — Vamos filha, entre por favor — A mulher que agora era minha mãe, pediu. — Seja bem-vinda, fique à vontade e logo vamos te apresentar aos seus novos irmãos, quer dizer, só vai faltar a sua irmã mais velha, porque e
Estava correndo em direção a faculdade, quando recebo uma mensagem no celular. “Oi James, desculpa por ontem”. Era Ane! Ela estava se desculpando pelo fora que ela me deu, se soubesse que logo irei atrás dela, vou dar um jeito de me esbarrar com ela pela cidade. Será que ela ficará feliz em me ver? Assim que entro na sala, começo a minha prova, faltava pouco para me tornar um psicólogo oficial e poder trabalhar em outro consultório, quem sabe. Quando estou saindo da sala, vejo o Mário andando com a cara praticamente enfiada no celular, conversando sei lá com quem. — Oi Mário — Ele toma um susto e dá uma risada, bate em meu ombro para me cumprimentar. — Mano, você me assustou! Olha eu estava falando com a Ane, ela foi viajar para a casa da mãe dela. — Fica muito longe? Você tem o endereço? — pergunto de uma maneira como se estivesse perguntando o que ele comeu de manhã. Assim ele me passa o endereço de onde ela está, fico bem animado, pois o Mário também me informou que havia c
Saio do apartamento do James, muito irritada e com raiva dele, joguei meu orgulho no chão para fazer uma surpresa e ele pisou em cima. Se o James acha que isso vai ficar assim, então não me conhece de verdade, farei o possível para destruir o relacionamento dele com a vadia da Ane. Quando chego em casa vejo Mário deitado no sofá com a mulherzinha que ele arrumou para não ficar só. — Oi, filho. — Oi mãe, já chegou? — Óbvio né Mário, não está me vendo? — Sigo para a escada em busca de encher a hidromassagem e relaxar um pouco, eu estava exausta de tanto estresse e com muita raiva. Quando finalmente chego no segundo andar, vejo o Jack no escritório, parado olhando para a janela. Resolvo entrar lá. — Oi Jack. — Oi Lara, chegou. — Outro com pergunta besta, é óbvio que cheguei né Jack. — Está nervosa? — Sim. — Quer relaxar? — Se você está oferecendo maconha, é claro que quero. — Feche a porta para o Mário não vim e sentir o cheiro. — Certo. Ele enrolou a maconha para mim, e e
Chego na cidade depois de quarenta minutos trancado no carro, não é uma viagem longa, já que assim como ela mesmo disse, a mãe vivia em uma cidade vizinha, porém estava um trânsito horrível por conta da nevasca que estava passando pela cidade. Passo por uma lanchonete, pois estava morrendo de fome e depois começo a procurar por um hotel para passar uns dias. Encontro um no meio da cidade, bem próximo a rua da casa da mãe de Ane, realizo o check in e pego a chave. Meu quarto é grande, confortável e luxuoso, do jeito que eu gosto. Acordo com o despertador tocando e vejo que já são oito horas da manhã, levanto em um pulo e vou direto para o banheiro, pois hoje terei que dar um jeito de me encontrar com a minhagarota, eu estou aqui por você, Ane — Digo isso mentalmente, pensando se ela ficará feliz quando me vir ou ao menos surpresa, quem sabe. Coloco um moletom cinza claro com capuz, uma calça de moletom preta e por baixo uma camisa branca e o meu tênis preto da Vans, bem jovial. Dec