Chiara acordou de repente, seu coração batendo rápido, a respiração curta. Ela sentou-se na cama, tentando entender o que havia acontecido. As imagens do sonho ainda eram vívidas em sua mente. As mãos de Aki passando pelo seu corpo, os beijos suaves em seu pescoço, despertando sensações que a deixavam inquieta. Mas por que Aki estava habitando seus sonhos mais íntimos? Ela mal o conhecia fora das quadras.Nos últimos dias, no entanto, pequenas coisas sobre ele começaram a chamar sua atenção. Não era nada óbvio, mas detalhes sutis. Como o jeito calmo com que ele conduzia os treinos, sua habilidade em manter o controle mesmo nas situações mais tensas. Chiara começou a reparar mais nesses gestos quase imperceptíveis, o modo como ele se movia com confiança, os olhares rápidos, mas atentos que lançava para os companheiros de time, como se estivesse sempre observando e analisando.E então houve aquela carona.Chiara passou a noite inteira pensando na forma como ele dirigia, de maneira quase
Quando chegou ao ginásio, Chiara guardou suas coisas e saiu cumprimentando seus companheiros, mas quando viu Aki sentiu seu coração palpitar, no entanto, decidiu ignorar aquele sentimento repentino. O treino seguia seu ritmo habitual, mas Chiara se via incapaz de se concentrar.Um saque que normalmente pegaria com facilidade passou direto por ela, em outro momento um passe saiu descoordenado. A cada erro, Chiara sentia a frustração crescer dentro de si. Estava sendo difícil manter o foco.— Ei, Dario! — Luca chamou, aproximando-se após mais uma jogada mal-sucedida. — Tá tudo bem?Chiara respirou fundo, tentando disfarçar.— Desculpa, estou meio distraído hoje, não sei por quê.Luca a observou por um momento, então deu um leve sorriso.— Sabe, eu sei que esse é a sua primeira experiência profissional, e a pressão é real. Série A da Superlega não é brincadeira. Mas você tem potencial, Dario. Não deixa a cabeça te derrubar.Chiara sentiu uma onda de gratidão. Luca sempre foi brincalhão,
O impacto daquelas palavras atingiu Chiara como um soco. O mundo ao seu redor pareceu congelar por um momento, e tudo o que ela conseguia fazer era encará-lo, sem saber o que dizer. Ele sabia. Luca sabia o tempo todo.— Como voc...? — ela começou a falar, mas as palavras falharam.Luca deu um sorriso amistoso e não havia julgamento em seus olhos, apenas uma curiosidade gentil e um toque de divertimento.— Calma mulher, vai ficar tudo entre nós dois. Só me diz, como você se meteu nisso? Se você se sentir confortável, é claro.Chiara respirou fundo, sentindo o coração bater acelerado no peito. Olhou para Luca, ainda sem acreditar que ele sabia de tudo. — Eu posso te explicar. — começou, a voz vacilante. — Mas você precisa prometer que isso fica entre nós. Ninguém mais pode saber, Luca. Absolutamente ninguém.Ele levantou as mãos em sinal de rendição, com um sorriso leve.— Eu prometo. Não sou de sair por aí espalhando segredos. Fica tranquila.Chiara passou as mãos pelo rosto, tentando
Quando Chiara chegou em casa, ela estava mais cansada do que nunca, no entanto, a conversa com Luca havia aliviado parte da tensão que ela vinha carregando, mas ainda restava o medo de que tudo pudesse dar errado a qualquer momento. Ela abriu a porta do apartamento e encontrou Dario no sofá, com a perna esticada e uma expressão pensativa.— Como foi o treino? — ele perguntou, sem tirar os olhos da televisão, mas havia uma preocupação velada em sua voz.Chiara soltou um suspiro e deixou a mochila no chão, antes de se sentar ao lado dele.— Foi interessante. — respondeu, hesitando por um momento.Dario desviou o olhar da TV e virou-se para ela.— O que aconteceu?Chiara sabia que não podia esconder nada dele. Respirou fundo e, com cuidado, contou sobre a conversa que teve com Luca. Explicou como ele havia descoberto a verdade e o quanto isso a assustou no começo, mas também como, no final, Luca se mostrou confiável.— Ele sabe? — A expressão de Dario ficou mais tensa, e ele se endireito
O som suave do celular vibrando no criado-mudo acordou Chiara. Ela abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz da manhã que entrava pelas frestas da cortina. Pegou o celular e viu a mensagem de Martina.Martina: Acorda, preguiçosa! Vamos tomar café juntas hoje. Já faz dias que não te vejo, e estou morrendo de saudade de fofocar!Chiara sorriu. Fazia algum tempo desde que as duas tinham tido um momento só para elas. Sem treinos, sem o estresse do time, apenas uma manhã tranquila na cafeteria favorita. Levantou-se e se arrumou rapidamente, ainda com os pensamentos dispersos do dia anterior.Chiara chegou à cafeteria e, pela janela, avistou Martina, já acomodada com seu café em mãos. Assim que entrou, Martina acenou com um sorriso divertido, chamando-a para sentar-se.— Finalmente, hein? — brincou Martina. — Achei que você tinha esquecido de mim.Chiara riu, jogando a bolsa no assento ao lado.— Nunca te esqueceria, Marti. Mas você sabe como as coisas têm sido uma loucura.— Ah, clar
Quando Chiara saiu do vestiário os outros jogadores já começavam a chegar no ginásio. O barulho de passos ecoava enquanto as portas se abriam, e, antes que ela pudesse chegar à quadra, Luca apareceu correndo na direção dela, com um sorriso malicioso.— Aí está o nosso pequeno herói! — ele disse, jogando o braço em volta dos ombros dela. — Achou que ia escapar das minhas piadas hoje, é?Chiara riu, empurrando o braço dele de leve, mas sem conseguir conter o sorriso.— Nossa, nem cinco minutos de paz e você já está implicando? — Chiara riu, ajeitando o cabelo. — Eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente para isso.— Psicológico é o de menos. — Luca piscou, caminhando ao lado dela em direção à quadra. — Eu sou o seu desafio matinal, lembra? E olha, você já está ficando famoso. Todo mundo só fala de como o Dario está jogando muito. Estou só esperando o momento em que vai ter fila de gente pedindo autógrafo.Chiara balançou a cabeça, rindo de leve.— Para de falar besteira, Luca.—
— Aki, leva a gente para a praça do lago — Luca disse do banco do passageiro, sem dar espaço para discussão.Aki olhou para ele de canto de olho, mas não fez nenhuma objeção. Apenas deu a partida no carro, enquanto Luca mexia no som, começando a tocar as músicas de Calcutta.Chiara, sentada no banco de trás, encostou a cabeça no vidro da janela, observando a paisagem passar. O vento balançava levemente as árvores, e o sol dourado de meio de tarde iluminava as ruas de Montelago de forma suave. O ritmo da música era perfeito para aquele momento, e ela se pegou sorrindo, uma felicidade serena tomando conta de si.Luca, sempre com sua energia vibrante, começou a cantar junto com a música, desafinando de propósito para fazer graça.— Ah, essa é clássica. — exclamou Luca, virando-se para trás para olhar Chiara. — Sabe que você está com sorte hoje, né? Eu só canto essas músicas com quem eu gosto muito.Chiara riu, balançando a cabeça.— Então eu sou mesmo privilegiado.Aki continuava dirigin
A luz do fim de tarde entrava pela janela do apartamento, criando sombras suaves nas paredes. Luca, já estava instalado no sofá de Aki, afinal mesmo que o japonês tivesse dito não, no fim ele acabou cedendo e decidiu ajudar Luca mais uma vez.— Você é o melhor amigo que alguém poderia pedir, sabia? — Luca exclamou, levantando-se do sofá e indo na direção de Aki com os braços abertos para um abraço exagerado.Aki, com um reflexo rápido, esquivou-se.— Nem vem com esse abraço — disse ele, com um meio sorriso. — Não faço esse tipo de coisa.Luca riu, colocando as mãos no peito em fingida decepção.— Tá, tá bom. Mas sério, um dia eu ainda vou retribuir todas às vezes que você me salvou, Aki. — Luca piscou, brincalhão, mas a gratidão em seu tom era sincera.Aki balançou a cabeça, ainda com um sorriso amigável, e foi em direção ao banheiro para tomar um banho. O dia havia sido longo, e ele precisava relaxar.Quando voltou, sentindo o frescor da água ainda na pele, encontrou Luca na cozinha,