Quando Chiara saiu do vestiário os outros jogadores já começavam a chegar no ginásio. O barulho de passos ecoava enquanto as portas se abriam, e, antes que ela pudesse chegar à quadra, Luca apareceu correndo na direção dela, com um sorriso malicioso.— Aí está o nosso pequeno herói! — ele disse, jogando o braço em volta dos ombros dela. — Achou que ia escapar das minhas piadas hoje, é?Chiara riu, empurrando o braço dele de leve, mas sem conseguir conter o sorriso.— Nossa, nem cinco minutos de paz e você já está implicando? — Chiara riu, ajeitando o cabelo. — Eu nem tive tempo de me preparar psicologicamente para isso.— Psicológico é o de menos. — Luca piscou, caminhando ao lado dela em direção à quadra. — Eu sou o seu desafio matinal, lembra? E olha, você já está ficando famoso. Todo mundo só fala de como o Dario está jogando muito. Estou só esperando o momento em que vai ter fila de gente pedindo autógrafo.Chiara balançou a cabeça, rindo de leve.— Para de falar besteira, Luca.—
— Aki, leva a gente para a praça do lago — Luca disse do banco do passageiro, sem dar espaço para discussão.Aki olhou para ele de canto de olho, mas não fez nenhuma objeção. Apenas deu a partida no carro, enquanto Luca mexia no som, começando a tocar as músicas de Calcutta.Chiara, sentada no banco de trás, encostou a cabeça no vidro da janela, observando a paisagem passar. O vento balançava levemente as árvores, e o sol dourado de meio de tarde iluminava as ruas de Montelago de forma suave. O ritmo da música era perfeito para aquele momento, e ela se pegou sorrindo, uma felicidade serena tomando conta de si.Luca, sempre com sua energia vibrante, começou a cantar junto com a música, desafinando de propósito para fazer graça.— Ah, essa é clássica. — exclamou Luca, virando-se para trás para olhar Chiara. — Sabe que você está com sorte hoje, né? Eu só canto essas músicas com quem eu gosto muito.Chiara riu, balançando a cabeça.— Então eu sou mesmo privilegiado.Aki continuava dirigin
A luz do fim de tarde entrava pela janela do apartamento, criando sombras suaves nas paredes. Luca, já estava instalado no sofá de Aki, afinal mesmo que o japonês tivesse dito não, no fim ele acabou cedendo e decidiu ajudar Luca mais uma vez.— Você é o melhor amigo que alguém poderia pedir, sabia? — Luca exclamou, levantando-se do sofá e indo na direção de Aki com os braços abertos para um abraço exagerado.Aki, com um reflexo rápido, esquivou-se.— Nem vem com esse abraço — disse ele, com um meio sorriso. — Não faço esse tipo de coisa.Luca riu, colocando as mãos no peito em fingida decepção.— Tá, tá bom. Mas sério, um dia eu ainda vou retribuir todas às vezes que você me salvou, Aki. — Luca piscou, brincalhão, mas a gratidão em seu tom era sincera.Aki balançou a cabeça, ainda com um sorriso amigável, e foi em direção ao banheiro para tomar um banho. O dia havia sido longo, e ele precisava relaxar.Quando voltou, sentindo o frescor da água ainda na pele, encontrou Luca na cozinha,
Chiara estava aproveitando cada segundo de sua cama. Afinal, era seu tão esperado day off, e tudo o que queria era dormir até tarde, sem preocupações. O sol ainda nem tinha subido completamente, e ela mal conseguia manter os olhos abertos. Mas, antes das 7h, o toque insistente do celular quebrou o silêncio do quarto.Ela gemeu, virando-se na cama.— Não... — murmurou, puxando o travesseiro sobre a cabeça. Mas o toque não parava.Relutante, ela esticou a mão e pegou o telefone, sem nem olhar quem era.— Alô?— Bom dia, Dario! — A voz animada de Luca quase fez Chiara jogar o celular pela janela.— Luca não são nem 7h da manhã. — murmurou, já sentindo o arrependimento por ter dado seu número para ele.— Exatamente. Hora de levantar, o mundo não para, e a gente tem coisas para fazer. Vem comigo.Chiara rolou os olhos, ainda meio grogue.— Luca, eu só queria dormir é nosso day off, lembra?— Sei disso, por isso mesmo vou te tirar dessa preguiça. Vai, levanta. Eu estou te esperando. E não a
Depois de rodarem por toda a biblioteca, rindo e conversando sobre livros e manuais de carro, Luca e Chiara decidiram que era hora de uma pausa. O café que ficava ali perto parecia o destino perfeito. Não demorou muito até que estivessem sentados em uma mesa perto da janela, apreciando o movimento tranquilo do lugar.— Eu ainda não acredito que você me tirou da cama para isso — disse Chiara, segurando a xícara de café e olhando para Luca com um meio sorriso.— Ei, você tem que viver mais, garota. Não dá para ficar só dormindo ou treinando. — Luca brincou, piscando para ela. — Deixa para ficar dormindo quando você voltar a ser a Chiara.Chiara revirou os olhos, mas o sorriso continuava no rosto.— Eu vivo, Luca. Mas às vezes dormir também faz parte da vida.Luca deu de ombros, fingindo não ouvir, enquanto se concentrava no menu do café.— Tá, e se você não tivesse saído da cama, não ia estar aqui, aproveitando o melhor café da cidade comigo. Sou um presente na sua vida, admita.— Um pr
Enquanto Luca se divertia com Chiara, Aki estava em seu apartamento, aproveitando o silêncio e tentando se concentrar em algo que não fosse os pensamentos sobre o time, os jogos, ou a indesejável volta de Asana. Ele estava tranquilo lendo um livro qualquer, quando de repente a campainha começou a tocar incessantemente.Ele suspirou, já imaginando quem estava do outro lado da porta.Ao abrir, lá estava ela: Asana. Antes que ele pudesse impedir, ela já tinha passado por debaixo do braço dele e entrado no apartamento.— Asana. — Aki começou, sua voz firme. — Não faz isso. Eu não quero que você venha aqui.— Aki — Asana interrompeu, virando-se para ele com os olhos brilhando em uma mistura de esperança e insistência. — Você não pode me expulsar assim. Eu sei que ainda há algo entre nós. Esse amor é muito forte para acabar desse jeito. Mesmo que tenham se passado cinco anos, eu ainda te amo Aki. Eu sempre vou te amar.Aki cruzou os braços, seu semblante sério, tentando manter a calma.— As
Os dias passaram rapidamente, com treinos intensos e um jogo decisivo que o Lombardy Lions venceu com maestria. A equipe estava na liderança da fase de pontos, e o clima entre os jogadores era de otimismo. Chiara estava se destacando, e, cada vez mais, ela e Luca se aproximavam, formando uma amizade sincera e leal. Luca sempre estava ao lado dela, trazendo risos e apoio.Mas, apesar de todas as vitórias e bons momentos, o dia que Chiara tanto temia finalmente chegou: o jantar com os patrocinadores.Ela até havia pedido ajuda para Luca, ele tentou criar desculpas para ela não ir, mas nenhuma das ideias malucas dele funcionou. O jantar era inevitável, e agora, não havia mais como escapar.Na porta de entrada do grande salão, todos estavam impecavelmente vestidos com o uniforme padronizado da equipe, e naquele momento, olhando-se no espelho ao lado, Chiara parecia realmente o Dario. O corte de cabelo, o uniforme, a postura.Enquanto caminhava com o restante da equipe para dentro do salão
Chiara observava à distância enquanto Roberto circulava pelo salão, cumprimentando e conversando com os outros convidados. O sorriso no rosto dele era imenso e falso, como se ele fosse o pai mais orgulhoso do mundo. Mas Chiara sabia a verdade. Cada palavra, cada gesto dele, era um teatro bem ensaiado. E isso a enojava.Ela não conseguia mais suportar. Precisava se afastar, respirar um pouco. Sem pensar muito, decidiu que uma ida ao banheiro seria uma boa desculpa para escapar daquela situação sufocante. Caminhou rapidamente em direção ao corredor, onde os banheiros ficavam, mas, antes que pudesse se afastar o suficiente, ouviu a voz de Roberto atrás dela.— Onde você pensa que vai? — A voz fria e cortante fez com que Chiara parasse no mesmo instante.Ela virou-se lentamente, já sentindo o desespero em seu corpo.— Vou só ao banheiro pai, por favor me dá um tempo.Roberto se aproximou, o sorriso falso havia desaparecido, dando lugar a um olhar duro e acusador.— Ah, claro. — Ele murmur