— Era brincadeira, cara, relaxa! — pede e fica sério em seguida. — Mas agora é sério, cara. Eu estou muito feliz por você. Você, mais do que ninguém, merece tudo isso e como seu melhor amigo e padrinho do noivo, eu te desejo toda a felicidade do mundo, mano! — Ele me puxa para um abraço, me dando alguns tapas nas costas.— Obrigado, meu amigo! Por tudo, mesmo. Sabe que foi mais que um amigo pra mim, você foi o meu irmão. Não tenho e nunca terei como agradecer...— Na verdade, tem sim — interrompe-me. — Você me deixa dançar com a noiva? Tipo, assim, bem coladin... — Nem o deixei que terminasse a frase e dei-lhe outro tapa na nuca. Dessa vez ele não reclamou, apenas riu em alto e em bom tom. Rolei os olhos para ele. Imbecil! Idiota!— Sem noção! — rosnei e peguei o prato montado com alguns salgados e doces e me afastei. Encontrei a Ana rodeada por suas amigas na mesa e quando me aproximei, me vi envolvido pela conversa animada das meninas. E quando a minha pequena família já estava alim
Ana JúliaEstes dias não têm sido nada fáceis para mim. Para vocês terem uma ideia, eu estou imensa de gorda, apesar de meu marido dizer que estou linda e que continuo gostosa. Sei, me engana, que eu gosto! Estou me sentindo tão pesada, que uma baleia perderia para mim. A barriga está tão grande, que mal consigo ver os meus próprios pés, mas estou muito feliz e satisfeita com meu marido, com a minha vida e com a minha gravidez. Depois de ter completado seus nove meses, os bebês estão para lá de inquietos aqui dentro. Minha barriga faz ondas imensas, enquanto o papai conversa com eles e se diverte com os seus movimentos.— Está chegando a hora, pontinhos! — Ele fala em um tom baixo, acariciando o barrigão. — Hoje vocês completam nove meses. Estão fazendo festa aí, né? Tô vendo. Também estamos fazendo festa aqui e ansiosos pela chegada de vocês — diz tão carinhoso que eu chego a me derreter. Luís levanta sua cabeça e olha para mim. Ele pisca um olho e sorri, depois volta o olhar para a
— Muito bem, senhora Alcântara, quando a dor vier, quero que faça bastante força, ok? — O obstetra pediu se posicionando em uma cadeira. Segurei firme a mão de meu marido e quando a dor veio, soltei um som estrangulado e fiz força, soltando um grito animalesco em seguida. E quando a dor me deixava e eu conseguia respirar, Luís acariciava o meu rosto e beijava a minha testa.— Você está indo bem, amor, estou orgulhoso de você! — Ele fala com um tom calmo e baixo. As dores viam cada vez mais fortes e eu fazia cada vez mais força. Em ter um intervalo e outro me dediquei aos exercícios de respiração e com mais um grito de dor, ouvi finalmente o choro do primeiro bebê, relaxando um pouco.— Parabéns, é um lindo menino! — Doutora Kyara disse, segurando o Jonathan e o envolvendo em uma manta. Entre lágrimas e sorrisos, Luís beijou a minha testa.— Obrigado, meu amor! —Sua voz estava embargada. O pai coruja segurou o bebê nos braços colo e de cara já teve uma conversa com o menino, de homem p
Meia hora depois, estou pondo as bolsas no porta-malas do meu carro. Um enfermeiro, traz a Ana, sentada em uma cadeira de rodas, segurando os nossos filhos em seus braços. Pego o Jonathan, coloco-o com cuidado no bebê conforto e faço o mesmo com a Cristal. Em seguida, ajudo a minha esposa a se acomodar melhor no banco do carona e logo estamos no trânsito, a caminho de nossa casa. Não há satisfação maior do que olhar para a minha família, em meu carro. Respiro fundo e deixo um sorriso bobo crescer em meus lábios. Assim que chegamos, com cuidado vamos para as escadas e no meio do corredor, fico na dúvida, em qual quarto deixar os meus pontinhos? Eu sei, tem o quarto deles, mas poxa, eles são tão pequeninos! Para acabar de vez com a minha agonia, peço para o Emerson providenciar dois moisés e quando ele o faz, instalo um em cada lado da nossa cama. Marta me ajuda a organizar os lençóis e os protetores e em menos de uma hora tenho minha pequena família pertinho de mim. Passamos praticamen
Ana JúliaO tempo passou muito rápido, e eu sinto que não consegui aproveitar tudo. Muita coisa boa aconteceu em nossas vidas desde então. Os nossos bebês cresceram, eu me formei em arquitetura, mais hotéis foram inaugurados. Olho para a fachada da escola infantil Mont Serrat. Uma escola grande, onde Luís estudou quando criança e passou aqui as melhores fases da sua vida, até o dia de ir para a faculdade. Jonathan e Cristal já estão com dois anos, e é o segundo dia de aula deles aqui na escola. Eles vão fazer o primeiro maternal. Juro que achei que iriam chorar no primeiro dia deles, mas para a minha surpresa, estão super empolgados.— Mick? — Jonathan gritou para um coleguinha que estava descendo do carro, ao lado de sua mãe. Ele largou a minha mão e correu em direção ao mais novo amiguinho.— Olá! Prazer, me chamo Lisa Serrano. Eu sou a mãe do Mike. — A loira alta e bem elegante disse assim que se aproximou. Sorri segurando a sua mão estendida para mim.— Prazer, eu sou Ana Júlia! E
— Então, que tal irmos para aquele nosso cantinho e curtirmos um dos nossos momentos gostosos? — O convite tem um tom rouco e vem acompanhado de um sexy piscar de olhos. Puxo a respiração, abrindo um sorriso malicioso para o meu marido. Pois é, agora temos o nosso cantinho especial. Um flat para a nossa privacidade amorosa, porque agora nós temos alguns minis invasores todas as noites ou todas as manhãs em nossa cama e como trabalhamos durante o dia, temos que encontrar uma maneira de escapulir. Entenderam o X da questão? — Hum, acho uma ótima ideia, senhor Alcântara! — sussurro as palavras. Luís morde o lábio inferior de modo sugestivo, quando me escuta falar o seu sobrenome, seguido da palavra mágica. O flat é um lugar simples e aconchegante ao mesmo tempo. É pequeno, mas serve perfeitamente para os nossos encontros íntimos. Batizamos o nome do lugar de nosso ninho de amor, já que é exatamente isso o que viemos fazer aqui, amor! Luís fecha a porta atrás de si e me olha da cabeça ao
Luís AlcântaraEu nunca tinha trabalhado tanto assim na minha vida! O fator Ana Júlia F. Alcântara como nossa arquiteta está me trazendo contratos e mais contratos. Tive que contratar duas novas equipes para dar conta do serviço. Não estou reclamando, até porque eu amo o que faço e agora eu tenho três motivos para voltar para casa. E falando em voltar para casa... Paro o carro em frente à porta da nossa mais nova moradia e sou recebido pelos gêmeos e pelo Caio ao mesmo tempo. Eles pulam nos meus braços, assim que eu saio do veículo. Eu os abraço e os beijo com animação e logo em seguida sou bombardeado por perguntas e contos do dia a dia deles. Mas estranho o fato de não ver a Ana junto a eles.— Onde está a sua mãe? — indago colocando-os no chão.— Lá dentro. Ela está com visitas — Cristal responde prontamente.— Visitas, quem?— A tia Marta trouxe uma amiga.— E também tem uma menina, papai — Cris interrompe o irmão.— Uma menina? — pergunto com a mesma animação da minha filha e vam
— Muito bom, Maxuell! — falo com admiração.— Max. Me chame apenas de Max, senhor Alcântara —pede sério.— Claro, Max. — Volto o meu olhar para Emerson e indago com meu melhor modo CEO:— Como andam aquelas investigações que te pedi? — Ele abre um sorriso orgulhoso.— Como você mesmo pôde constatar, Max é um puta investigador. Pedi para ele fazer esse serviço. Assim você conhece melhor o trabalho do garoto. Assinto mais uma vez. Em seguida, olho para Max, que me estende um envelope. Esse é negro e tem uma logo branca com a sigla MI.— O que significa?— É a minha marca. O M, é a primeira letra do meu nome, e o I, é de investigador. — Aceno em concordância.— Tem a sua própria empresa?— Ainda não. Acabei de voltar para o Brasil e estou tentando me estabelecer aqui. — Olho para o envelope e tiro de dentro dele praticamente um livro.— Descobrimos quase tudo sobre Edgar Fassini, senhor. Nome completo dos pais e um dossiê sobre eles. O cara nasceu em Goiás e viveu lá até pouco mais de vin