Jonathan— JASMINEEEEE! — grito mais alto que consigo e na sequência escuto dois disparos. Nervoso, olha na direção dos tiros no mesmo instante que Marrento cai ao chão. — O que? — indago completamente confuso. Jasmine! Lembro-me e olho na direção que ela correu. As sirenes anunciam a chegada da cavalaria e eu corro atrás dela. — Jasmine?! — Volto a chamá-la e ela para abruptamente.— Jonathan? — Ela sibila completamente ofegante e eu sorrio para ela. — Jonathan! — diz mais alto e corre para os meus braços. — Oh meu Deus, você veio! — Sua voz trêmula me faz apertá-la nos meus braços e automaticamente procuro a sua boca. Preciso dela, preciso dos seus beijos. Deus, eu preciso matar essa saudade que está acabando comigo!— Estou aqui, Bonitinha! — rosno quando o beijo acaba.— Eu tive tanto medo! — diz um tanto chorosa e eu volto a envolvê-la com os meus braços.— Você está bem? — pergunto, quando o turbilhão de emoções começa a se acalmar dentro de mim. Ela assente, abrindo o seu sorri
Jonathan Uma semana depois... A casa dos Serrano é tanto do meu domínio quando a minha casa é do domínio do Mick. Nós conhecemos cada cantinho das mansões, pois passamos boa parte da nossa infância e adolescência aprontando todas por todos os lados e deixando os adultos que nos rodeiam de cabelos em pé. Portanto, pisar nesse lugar sempre será uma satisfação para mim. Ainda mais com a missão que carrego hoje: tirar o meu melhor amigo do seu quarto e consequentemente da sua cama para mergulhar em uma de nossas farras. Missão impossível? Nem tanto e não sou homem de levar não como resposta então, ele não tem muita escolha. A parte mais complicada já foi. Convencer a Lisa e a Cristal que a hora do descanso já acabou foi quase como torturá-las sem a menor compaixão, mas eu finalmente consegui o seu consentimento. Assim que abro a porta do seu quarto um par de olhos claros brincalhões me fitam e reparam na minha roupa. Um short de tecido folgado, uma camiseta sem mangas e chinelos de dedo
MickNo cativeiro...Vê-la sair correndo pelo jardim livre de qualquer perigo é o que me consola. A lembrança dos seus olhos assustados e molhados de lágrimas me machucam, mas posso aguentar o que vier agora. Aguento tudo desde que ela esteja segura. Sinto o movimento do carro quando ele faz uma curva rápida quase me levando ao solo. Não sei exatamente para onde estamos indo, simplesmente não consigo ver nada por que estou encapuzado e ainda amarrado a uma cadeira. Contudo, estou apreensivo e até parece que vou enfartar a qualquer momento. Lucas, aquele filho da puta traidor! Que droga, eu fui tão legal com ele! Lhe dei apoio, ajudei a construir um ciclo social. Eu não entendo por que ele fez isso comigo... conosco. O carro finalmente para e, merda! Eu não sei dizer se isso é bom ou ruim para mim. Eles erguem a cadeira e me carregam não sei para onde. Escuto os sons de algumas vozes, mas não faço a menor ideia do que acontece ao meu redor. Isso é frustrante. Os meus pulsos ardem de ta
Mick— Certo, chefe!— Agora saia de perto de mim! — O homem se afasta e Cicatriz se inclina um pouco para olhar nos meus olhos. — Oi! Mick, não é? — Não lhe respondo. — Olha eu estou impressionado. Os seus amigos te amam mesmo. Sério, estou admirado com o que eles são capazes de fazer só pra te ter de volta. — Continuo calado. — Eles estão mesmo disposto a fazer qualquer coisa apenas para tê-lo de volta.— Eles são mais que meus amigos.— Ah, são? Interessante isso. Sabe por um instante pensei que tudo havia se perdido, mas não. E isso é bom pra você. Garantiu a sua vida, rapaz. — Volto a engolir em seco.— Quando vou poder ir para casa? — Ouso perguntar.— Em breve, garoto — diz e se afasta. Em breve. Não acredito que isso está finalmente chegando ao fim! Logo estarei em casa com a minha família, os meus amigos e a minha namorada! Penso. — Preparem-no, nós vamos tirá-lo daqui — ordena caminhando para a saída e eu me pergunto se voltarei para casa agora.— Cicatriz? — O chamo e ele p
MickNão é estranho não conseguir se lembrar do que aconteceu? Eu não sei onde estou ou por que estou aqui. Contudo, não me lembrar com vim parar nesse lugar é o que me apavora. Tenho ouvido alguns sussurros, porém, não consigo discernir o que dizem. Mas algo está diferente hoje. Tem uma luz no final de um túnel escuro e ela me atrai bastante. Portanto, decido arriscar e caminho cauteloso na sua direção e a cada passo que dou os sons parecem ganhar mais força e nitidez. Bip, vozes e mais vozes. Ao alcançar o final do túnel sinto a ardência nos meus olhos e resmungo, fechando-os imediatamente, forçando-os a abrir logo em seguida.— Cris? — A chamo, sentindo a minha garganta seca e levo uma mão ao meu rosto. — Cris?— Doutor, ele voltou! — Alguém fala e automaticamente olho na mesma direção. Encontro uma mulher vestida de branco sorrindo para mim. — A Cristal... onde ela está?— Bem-vindo de volta, rapaz! — Um homem com um jaleco branco fala parando do outro lado da cama.— Cristal — re
CristalMomentos antes do resgate de Mick...— Onde a Senhorita pensa que vai? — Minha mãe pergunta assim que me vir descer as escadas com uma mochila nas costas e pronta para sair.— Para o colégio — digo o óbvio, preparada para lhe dar as costas e seguir para a saída.— Como assim? Ficou maluca? — Ela inquire segurando no meu braço e faz parar. Solto um suspiro audível. Já é de tarde e hoje seria o primeiro dia de aula do curso preparatório que a escola está proporcionando aos alunos que ainda não decidiram que carreira seguir. Não é o meu caso, mas de verdade, ficar aqui dentro sem fazer nada está me enlouquecendo. Contudo, um nó sufoca a minha garganta e a vontade chorar me acomete.— Eu não posso, mãe — sibilo me sentindo cansada. — Eu não aguento mais tudo isso. Sinto que vou explodir com toda essa agonia. Estou desesperada com essa falta de notícia e com essas ligações de merda que não definem nada. — Ana me puxa para os seus braços e eu me permito chorar. — Não aguento ter que
CristalOs minutos passam e agora estou sentada em um banco, encostada em uma parede e abraçando as minhas próprias pernas. Meus olhos estão o tempo todo fixos na parede branca bem na minha frente. Contudo, os meus pensamentos não estão aqui realmente. Eles estão distantes, em algum dos nossos momentos de felicidade. Lembro-me dos seus beijos, dos sorrisos alegres, das suas declarações de amor e uma lágrima escapa silenciosa do meu olho. Um toque suave no meu ombro me faz despertar e eu fito os meigos e doces olhos de Lisa Serrano. Só então me dou conta de que os seus pais já estão aqui.— O que eles disseram? — Lisa pergunta, mas faço não com a cabeça.— Não tivemos notícias ainda. — Me forço a dizer. Ela apenas assente e se senta do meu lado. No entanto, as portas largas e brancas se abrem e finalmente o médico surge na nossa frente.— Quem são os familiares de Mikael Serrano?— Nós somos os pais dele, doutor. Eu me chamo Armando Serrano, essa é a minha esposa, Lisa Serrano e a namo
CristalAs horas mais perfeita da minha vida inteirinha. Pensei assim que entrei no corredor do hospital e encontrei um rebuliço lá. Ele acordou. O médico disse me fazendo arfar e não segurei as lágrimas emocionadas. Contudo, eu estava com raiva, com medo, ansiosa. Um misto de emoções que fazia tudo girar dentro de mim como um furacão enfurecido. Eu sei que deveria correr para os seus braços e beijá-lo. Beija-lo muito. Deus, eu o amo tanto que é difícil de respirar, de pensar coerentemente. Contudo, quando me aproximei da sua cama e encontrei os olhos claros me fitando não segurei a confusão furiosa dentro de mim.— Seu desgraçado! — rosnei em alto e bom tom acertando um bom tapa no seu ombro. — Nunca mais me assuste desse jeito, está me ouvindo?! — Em contrapartida Mick me puxou para os seus braços e aspirou forte o meu cheiro.— Me desculpa! — Ele pede contra a minha pele. Ah, essa voz, como senti falta de ouvir esse som! Sibilo mentalmente e ergo a cabeça, beijando-o sedenta, senti