Jonathan Primeiro dia na faculdade... — Estamos atrasados! — Jasmine ralha vestindo a sua roupa com pressa. É o nosso primeiro dia de aula e pela primeira vez vamos nos separar em blocos de acordo com o curso de cada um. Mick fará odontologia, Cris administração, Jasmine publicidade e propaganda, e eu arquitetura e engenharia. Confesso que é meio estranha essa separação, mas é necessária. Portanto, só nos veremos no final ou aqui no apartamento. — Pronta? — O que achou? — Sorrio. — Você está perfeita, Bonitinha! — Lhe estendo a minha mão e ela a segura, para enfim, sairmos do quarto. Dentro da cozinha encontramos o casal fantástico praticamente aos amassos, encostados no balcão. Temos um calendário dos casais para o dia de cozinhar e de arrumar a cozinha, e adivinha de quem é o dia? Exatamente, é deles. Três dias da semana para Jasmine e eu, três dias para eles e um dia fazemos pedidos. O mesmo acontece com a organização do apartamento. — Bom dia, casal açúcar! — Cris fala, se af
JasmineMomentos da prisão de Cicatriz e a fuga de Marrento...Desço do carro segurando a pequena valise com o dinheiro. No ato, um filme começa a se passar na minha cabeça e o pânico começa a querer dominar os meus sentidos. Mantenha a calma Jasmine, você vai conseguir. Digo para mim mesma em pensamentos. O Marrento e eu casados, e vivendo em Bogotá administrando um negócio totalmente ilegal? Não mesmo. Essa não sou eu. Suspiro baixinho, lembrando-me do meu garoto, do seu olhar assustado me dizendo que eu o estava apunhalando. Essa será a primeira e a última dor que lhe causarei, meu amor. Prometo, dando alguns passos na direção do jatinho particular, onde Cicatriz e o seu braço direito já me aguardam do lado de fora. Evito olhar para trás a todo momento, não quero que Cicatriz perceba que alertei os Alcântara. E de verdade, espero que eles cheguem a tempo. As mãos trêmulas estamos geladas e soando muito, um sinal claro do meu alto teor de nervosismo e estresse. O coração está quase
Jonathan Alguns anos depois... — Anda logo, Mick! — rosno descendo do carro em frente à loja Tiffany, uma das joalherias mais conceituadas do país. — Calma, Jonathan! A loja não vai fugir, sabia? — Sabia, mas temos pouco tempo. — Não seja exagerado, meu amigo, temos praticamente o dia todo. As mulheres estão no tal SPA. Vão ficar longe da gente o dia todo. E é só um anel. — Ele resmunga. Eu reviro os olhos. — Não é só um anel, Mikael Serrano, é o anel! — retruco, adentrando na loja e logo uma atendente vem nos atender. — Bom dia, Senhores! Eu sou a Emily, a atendente de vocês. Em que posso ajudá-los? — Bom dia, Emily! Eu me chamo Jonathan Alcântara e esse é o meu amigo Mikael Serrano. Estou interessado em ver alguns anéis de noivado. — Ah, eu tenho algumas novidades que acabaram de chegar, Senhor Alcantara. Por favor me acompanhe. — A estonteante mulher segue elegante a nossa frente, nos levando para uma sala reservada e logo nos acomodamos em a pequena mesa. Emily traz algun
Alguns meses...— Anda, Jasmine ou vamos nos atrasar! — Meu namorado grita lá de dentro do quarto. Estou dentro do banheiro, mas propriamente de frente para o enorme balcão de mármore, onde tem um enorme espelho retangular e estou sorrindo para a imagem da garota do outro lado. Agora com dezoito anos de idade. E embora tenha passado por tanta coisa, estou feliz. Ai meu deus, ainda não acredito que estou de malas prontas, de viagem marcada para os Estados Unidos e indo para uma das melhores faculdades estudar publicidade e propaganda. O meu sonho é abrir o meu próprio negócio, me tornar uma ótima empresária no ramo de marketing, me casar com o homem da minha vida, formar uma linda família e ser muito, muito feliz. — Bonitinha?! — Ele me chama impaciente e eu abro um largo sorriso, saindo do cômodo em seguida. O encontro em pé de frente para a porta e ele parece ansioso. E após avaliar a minha face, ele abre aquele sorriso lindo que eu amo. — Você está linda, Bonitinha! — diz todo meigo
CristalDe olhos fechados sinto a maciez do pincel largo e cheio deslizando pela minha face, fazendo o seu trabalho. O corpo relaxado depois de um dia cheio de cuidados especiais com massagens e banhos perfumados. Sinto o toque experiente nos meus cabelos. Cachos e mais cachos caem soltos pelos meus ombros. Logo eles perdem a liberdade e pequenos grampos com pedrinhas brilhantes os mantém fixos no topo da minha cabeça, formando um leque de flores com tons escuros. Contudo, algumas mechas caracoladas caem nas laterais. O batom cremoso de um tom de vermelho claro desliza pelos meus lábios. Eu os pressiono, espalhando a sua textura macia entre eles. Olho para o alto e logo os meus cílios negros estão sendo alongados. O pó se espalha pelas minhas bochechas, dando um leve tom rosado a elas. Eles se afastam e eu olho o resultado no reflexo do espelho.Sorrio gostando do que vejo.— Perfeito! — digo e Marlene sorri para o meu comentário.Ainda não acabou. Penso, saindo da cadeira confortável
Cristal— Espalhem a calda do vestido. — Regina, a organizadora pede assim que paramos bem na frente da igreja. Ela deixa algumas instruções e através das brechas da porta consigo ver noivo balbuciar algo para o meu irmão que está do seu lado. Ele passa o lenço branco na testa e respira fundo. Parece nervoso e eu só consigo pensar: calma amor, eu já estou indo ao seu encontro. O som de um piano começa a preencher a nave da igreja e as portas finalmente se abrem para mim. Meu coração dispara como um louco quando nossos convidados se levantam, mas sorrio ao ver Isabelly e Daniel em pé no altar. Ela está grávida de cinco meses e céus, com está linda! A nossa frente está o Cristopher Ávila, um belo rapazinho de quase dez anos entrando com as nossas alianças. A Victória sua irmã de quatro anos entra logo em seguida lançando pétalas de rosas brancas pelo comprido tapete vermelho, abrindo caminho para mim.— Nervosa? — Papai inquire, enquanto cumprimenta sutilmente os convidados, a medida qu
MickMeses depois...— Desculpe, senhores, mas não posso permitir que entrem todos de uma só vez na sala. — A enfermeira avisa, olhando para a multidão de parentes que insiste em participar do ultrassom que revelará o sexo do nosso bebê.— Que absurdo! — Senhor Alcântara resmunga contrariado. — Eu sou o avô e tenho direito de assistir o ultrassom.— Eu também sou o avô e tenho o mesmo direito! — Papai rebate um tanto chateado. Puxo a respiração e olho para a minha esposa, que parece se divertir com essa confusão.— Ok! — digo chamando a atenção de todos para mim. — Entraremos apenas a Cristal e eu. Eu prometo pedir um CD do exame para cada um de vocês, pode ser? — Jogo uma sugestão na esperança de acalmar os ânimos, porém, a confusão recomeça. Luís, Armando, Edgar, Ana, Rose e Lisa, todos falando ao mesmo tempo. A enfermeira se ver louca com o barulho de todos e impaciente rolo os olhos. — Já chega! — esbravejo e o silêncio toma conta do lugar. Respiro fundo e seguro a mão da minha es
JonathanSe tem um lugar que eu amo de paixão e que adotei como meu cantinho, é o monumento do Cristo Redentor. Mas vocês já sabem disso. Aqui me sinto livre e ponho as minhas ideias no lugar. Me sinto calmo, forte e abençoado. Mas não é a qualquer momento ou em qualquer tempo e ainda a qualquer hora do dia. O efeito maior é quando vejo os primeiros raios de sol surgirem no horizonte. Aí vem os pássaros cantando na alvorada e as cores brincando no céu quase iluminado. Como ver, tem todo um ritual para isso acontecer. Respiro o ar frio da madrugada que me envolve nesse momento. Isso mesmo. É aqui que eu estou nesse exato momento, no Cristo Redentor. Contudo, dessa vez não estou sozinho, a minha família está aqui comigo. Não todos, na verdade. Apenas os mais íntimos, se é que isso é possível. Olho para o meu relógio. Estou ansioso, muito mesmo. Quando pedi Jasmine em casamento a dois anos atrás e ela me disse aquele sim emocionado, passei a sonhar com esse dia desde então. Quem disse qu