Jonathan Alguns anos depois... — Anda logo, Mick! — rosno descendo do carro em frente à loja Tiffany, uma das joalherias mais conceituadas do país. — Calma, Jonathan! A loja não vai fugir, sabia? — Sabia, mas temos pouco tempo. — Não seja exagerado, meu amigo, temos praticamente o dia todo. As mulheres estão no tal SPA. Vão ficar longe da gente o dia todo. E é só um anel. — Ele resmunga. Eu reviro os olhos. — Não é só um anel, Mikael Serrano, é o anel! — retruco, adentrando na loja e logo uma atendente vem nos atender. — Bom dia, Senhores! Eu sou a Emily, a atendente de vocês. Em que posso ajudá-los? — Bom dia, Emily! Eu me chamo Jonathan Alcântara e esse é o meu amigo Mikael Serrano. Estou interessado em ver alguns anéis de noivado. — Ah, eu tenho algumas novidades que acabaram de chegar, Senhor Alcantara. Por favor me acompanhe. — A estonteante mulher segue elegante a nossa frente, nos levando para uma sala reservada e logo nos acomodamos em a pequena mesa. Emily traz algun
Alguns meses...— Anda, Jasmine ou vamos nos atrasar! — Meu namorado grita lá de dentro do quarto. Estou dentro do banheiro, mas propriamente de frente para o enorme balcão de mármore, onde tem um enorme espelho retangular e estou sorrindo para a imagem da garota do outro lado. Agora com dezoito anos de idade. E embora tenha passado por tanta coisa, estou feliz. Ai meu deus, ainda não acredito que estou de malas prontas, de viagem marcada para os Estados Unidos e indo para uma das melhores faculdades estudar publicidade e propaganda. O meu sonho é abrir o meu próprio negócio, me tornar uma ótima empresária no ramo de marketing, me casar com o homem da minha vida, formar uma linda família e ser muito, muito feliz. — Bonitinha?! — Ele me chama impaciente e eu abro um largo sorriso, saindo do cômodo em seguida. O encontro em pé de frente para a porta e ele parece ansioso. E após avaliar a minha face, ele abre aquele sorriso lindo que eu amo. — Você está linda, Bonitinha! — diz todo meigo
CristalDe olhos fechados sinto a maciez do pincel largo e cheio deslizando pela minha face, fazendo o seu trabalho. O corpo relaxado depois de um dia cheio de cuidados especiais com massagens e banhos perfumados. Sinto o toque experiente nos meus cabelos. Cachos e mais cachos caem soltos pelos meus ombros. Logo eles perdem a liberdade e pequenos grampos com pedrinhas brilhantes os mantém fixos no topo da minha cabeça, formando um leque de flores com tons escuros. Contudo, algumas mechas caracoladas caem nas laterais. O batom cremoso de um tom de vermelho claro desliza pelos meus lábios. Eu os pressiono, espalhando a sua textura macia entre eles. Olho para o alto e logo os meus cílios negros estão sendo alongados. O pó se espalha pelas minhas bochechas, dando um leve tom rosado a elas. Eles se afastam e eu olho o resultado no reflexo do espelho.Sorrio gostando do que vejo.— Perfeito! — digo e Marlene sorri para o meu comentário.Ainda não acabou. Penso, saindo da cadeira confortável
Cristal— Espalhem a calda do vestido. — Regina, a organizadora pede assim que paramos bem na frente da igreja. Ela deixa algumas instruções e através das brechas da porta consigo ver noivo balbuciar algo para o meu irmão que está do seu lado. Ele passa o lenço branco na testa e respira fundo. Parece nervoso e eu só consigo pensar: calma amor, eu já estou indo ao seu encontro. O som de um piano começa a preencher a nave da igreja e as portas finalmente se abrem para mim. Meu coração dispara como um louco quando nossos convidados se levantam, mas sorrio ao ver Isabelly e Daniel em pé no altar. Ela está grávida de cinco meses e céus, com está linda! A nossa frente está o Cristopher Ávila, um belo rapazinho de quase dez anos entrando com as nossas alianças. A Victória sua irmã de quatro anos entra logo em seguida lançando pétalas de rosas brancas pelo comprido tapete vermelho, abrindo caminho para mim.— Nervosa? — Papai inquire, enquanto cumprimenta sutilmente os convidados, a medida qu
MickMeses depois...— Desculpe, senhores, mas não posso permitir que entrem todos de uma só vez na sala. — A enfermeira avisa, olhando para a multidão de parentes que insiste em participar do ultrassom que revelará o sexo do nosso bebê.— Que absurdo! — Senhor Alcântara resmunga contrariado. — Eu sou o avô e tenho direito de assistir o ultrassom.— Eu também sou o avô e tenho o mesmo direito! — Papai rebate um tanto chateado. Puxo a respiração e olho para a minha esposa, que parece se divertir com essa confusão.— Ok! — digo chamando a atenção de todos para mim. — Entraremos apenas a Cristal e eu. Eu prometo pedir um CD do exame para cada um de vocês, pode ser? — Jogo uma sugestão na esperança de acalmar os ânimos, porém, a confusão recomeça. Luís, Armando, Edgar, Ana, Rose e Lisa, todos falando ao mesmo tempo. A enfermeira se ver louca com o barulho de todos e impaciente rolo os olhos. — Já chega! — esbravejo e o silêncio toma conta do lugar. Respiro fundo e seguro a mão da minha es
JonathanSe tem um lugar que eu amo de paixão e que adotei como meu cantinho, é o monumento do Cristo Redentor. Mas vocês já sabem disso. Aqui me sinto livre e ponho as minhas ideias no lugar. Me sinto calmo, forte e abençoado. Mas não é a qualquer momento ou em qualquer tempo e ainda a qualquer hora do dia. O efeito maior é quando vejo os primeiros raios de sol surgirem no horizonte. Aí vem os pássaros cantando na alvorada e as cores brincando no céu quase iluminado. Como ver, tem todo um ritual para isso acontecer. Respiro o ar frio da madrugada que me envolve nesse momento. Isso mesmo. É aqui que eu estou nesse exato momento, no Cristo Redentor. Contudo, dessa vez não estou sozinho, a minha família está aqui comigo. Não todos, na verdade. Apenas os mais íntimos, se é que isso é possível. Olho para o meu relógio. Estou ansioso, muito mesmo. Quando pedi Jasmine em casamento a dois anos atrás e ela me disse aquele sim emocionado, passei a sonhar com esse dia desde então. Quem disse qu
JasmineMOMENTOS DOS PREPARATIVOS DO CASAMENTO...Você já fez um acordo com alguém e não conseguiu levar a diante? Eu fiz... A dois anos atrás, quando chegamos ao Brasil eu e o Jonathan resolvemos não voltar mais para a casa dos seus pais. Alugamos um apartamento e de cara abrimos as nossas empresas. Algo pequeno, singelo, de acordo com os nossos esforços. Acredite, tio Luís quis e muito envolver o seu dinheiro e nos favorecer, mas tanto eu quanto o meu tínhamos um objetivo: seguir os nossos sonhos juntos e tínhamos muitas estradas para trilhar, acredite. De fato, nós conseguimos e com o lucro das empresas saímos do aluguel e compramos a nossa casa em um dos bairros mais nobres do estado. Ipanema. Mais um sonho realizado. Esse pensamento sempre me faz sorrir. Me lembro do dia que ele sem mais nem menos se sentou ao meu lado na cama e falou: vamos marcar a data do nosso casamento? Sim, fui pega de surpresa, porém, eu estava mais do que pronta para esse momento. Oficializar o que já tín
Um mês depois... — Jonathan Alcântara, não se atreva! — ralho e corro para longe dele como uma desesperada pela areia branca e fina da praia. Meu marido vem logo atrás de mim, com uma rapidez impressionante e me agarra, se desequilibrando, e cai me levando junto consigo. Não consigo conter a sonora gargalhada. Contudo, ele prende os meus punhos e leva as minhas mãos acima da minha cabeça, montando-me no mesmo instante, inclinando-se só um pouco e o seu rosto fica perto demais do meu. Fecho os meus olhos, livrando-me da intensidade dos seus e me preparo para mais um beijo arrebatador. Contudo, ele não vem e curiosa, volto a abri-los. Sorrio quando encontro o seu sorriso. Ele está me olhando e a sua intensidade continua ali, me mantendo cativa.— Fala — Ele pede e eu finjo confusão.— Falar o que? — Divirto-me com a sua curiosidade.— Você sabe que eu não vou aguentar até de tarde, Bonitinha. Não seja uma garota má —resmunga e o meu sorriso se amplia.— Eu não sei do que está falando,