Hael já havia visto Lily de vestido várias vezes quando eram mais jovens, mas nada comparado àquele. Ela estava linda e sexy demais — com suas curvas bem acentuadas, fazendo todos os homens do local admirarem-na. Seu sangue ferveu, mas, ao notar o leve desconforto dela, o ciúme desapareceu como névoa.Aquele não era o estilo de Liliam. Ele olhou para Isabella, provavelmente tinha sido ideia dela. Foi até Lily, observando os olhares se desviarem dela, agora mais próxima. Ele notou o colar que lhe deu à mostra em seu pescoço, e um sentimento de emoção passou por ele, enchendo-o de carinho.Isabella se afastou, os deixando sozinhos.— Estou diferente demais, né? — Ela sussurrou, levemente corada e encabulada.— Está linda, querida — comentou ele em um tom carinhoso —, mas sinto que está desconfortável.— Um pouco... Eu só não estou acostumada com isso. Prefiro minhas roupas.— Eu também... — sussurrou ele, olhando para ela.Na verdade, ele estava preferindo vê-la sem roupas, sua memória
Liliam olhou para Hael com descrença, completamente quebrada. Seu coração doía tanto naquele momento. Ela sabia que aquilo poderia acontecer — mesmo não querendo acreditar —, mas vê-lo se abrir para alguém que não fosse ela era devastador.Seu Hael… Não. Ele nunca foi seu. Talvez ele estivesse apaixonado.— Eu não esperava que você fizesse isso com outra pessoa.Hael franziu o cenho, confuso.— O que exatamente? — perguntou.Liliam o encarou, séria. Aquilo parecia tão irrelevante para ele que nem fazia ideia do estrago que acabara de causar. Um nó se formou em sua garganta, mas ela controlou-se ao máximo para não desabar. Chega de fraqueza. Ela já havia se exposto demais.— Estou falando do que você compartilhou comigo.Os olhos de Hael brilharam em compreensão.— Ah, sobre isso... Ela é uma amiga também. Não vi problema em compartilhar meu nome verdadeiro e parte da minha história com ela.Liliam sentiu como se uma faca perfurasse seu peito. Doía mais do que ela poderia suportar. Est
Tudo nela doía, principalmente o coração. Fugiu para o celeiro vazio, sentindo a dor crescer em seu peito. Queria gritar, socar algo, até mesmo atirar, mas não o fez. Aquilo havia acabado. Ela, enfim, se confessara, e a reação dele foi exatamente como esperava: assustado e atônito.Liliam soltou uma risada amarga. Nos sonhos, era diferente. Ela se declarava, ele a beijava com paixão, confessava que também a amava e os dois faziam amor desesperadamente. Mas a realidade era cruel, um choque doloroso.Estava quase certa de que seu amor por Hael nunca passaria. Era por isso que precisava se afastar depois daquela missão. Se ele continuasse em sua vida, nunca conseguiria seguir em frente. Ficaria presa naquele sentimento, sonhando com ele cada vez mais.E, pelo amor de Deus, ela queria uma vida real, queria filhos, queria um relacionamento verdadeiro. Mesmo agora, enquanto tentava se afastar, sua mente vagava, imaginando-se casada, feliz e com crianças correndo ao seu redor.— Arranque iss
Hael continuava parado no mesmo lugar desde que Liliam o deixou. Sentiu seus olhos arderem e as lágrimas descerem lentamente. Ela havia dito que o amava, não como uma irmã, mas como mulher. Deus... Todos o avisaram sobre o olhar diferente dela, mas, teimoso como era, ele se recusou a enxergar. Agora, tudo estava claro, e o jeito que ela o olhou... Ele a estava fazendo sofrer, e a última coisa que queria era machucá-la. Ela, não.Passou as mãos no peito, tentando aliviar o sufoco que sentia. Todo esse tempo ele fechou os olhos para o que estava bem diante dele. Como não percebeu? Agora... Deus...Com um golpe de raiva, socou a madeira ao seu lado, sentindo a dor latejar na mão, mas sequer se importou. Nada se comparava à dor que apertava seu peito.— Idiota! Burro! Covarde! — murmurou para si mesmo, frustrado.As palavras de Liliam ecoavam em sua mente. Ele não conseguia mais ficar longe dela. Só de pensar nisso, o desespero tomava conta. Passaram anos sem se ver, é verdade, mas às vez
Bella deu graças a Deus por terem parado um pouco. Estava tonta e precisava urgentemente se aliviar. Ainda tinham um dia de viagem até El Paso. Ao retornar para a carroça, percebeu Liliam distante de Billy.Aconteceu alguma coisa entre esses dois...Queria perguntar, mas não se atreveria. Enquanto o bando se reunia para beber água, Lily se aproximou de repente e disse:— O xerife está vivo!Todos pararam imediatamente.— Como? — Bella perguntou, sentindo a respiração acelerar. — Meu pai está vivo?Uma esperança imensa tomou conta dela. Seus olhos arderam e Liliam sorriu de maneira reconfortante.— Sim, querida — respondeu com carinho. — Seu pai está vivo.— Lily, c-como sabe? — Billy perguntou, se aproximando.A pistoleira cruzou os braços e suspirou.— Encontrei Sullivan — revelou.Bella notou a tensão imediata dos homens ao ouvirem o nome. Curiosa, se aproximou de Charlie, que estava mais perto.— Charlie, de quem estão falando? — perguntou baixinho.— Sully é primo da Lily. Tão per
CAPÍTULO 17Liliam estava agindo de acordo com seu apelido: uma gata selvagem. Conseguiu isso com muito esforço. Depois de toda a violência sexual que sofreu, precisou encontrar uma forma de reagir. Criou uma defesa para si mesma, e todos os homens que se aproximavam tinham medo dela. Isso era bom.Ao longo da vida, não passaram muitos homens por ela. No aspecto sexual, teve apenas dois. Se não fosse por seu amor por Hael, tudo teria sido ainda mais complicado. Foi pensando nele que descobriu a diferença entre sentir desejo e apenas dor. Com ele, não havia medo, apenas prazer.Seu primeiro toque também foi pensando nele. Liliam sabia que Hael era o único homem que jamais a machucaria. O carinho com que a tratava, o modo como a olhava e a abraçava traziam conforto e proteção.Então... ela tinha certeza de que fazer amor com ele seria algo perfeito.Mas quando eles se separaram, Lily precisou reunir coragem para deixar Minho partir de vez de sua mente. Ele sempre a veria como irmã. Não
Richard Blame limpava suas armas enquanto esperava. A calma sempre foi uma de suas vantagens. Ele confiou naquele idiota do seu filho para trazer Liliam até ele e sabia que Sullivan era bom, mas, comparado àqueles dois juntos, seria difícil ele voltar vivo.E, caso voltasse... que trouxesse Liliam com ele. Sua ordem foi clara.Ele limpou a arma e soltou um suspiro. Hael teria que morrer de um jeito ou de outro. Não é que não gostasse dele, mas saber que Liliam o queria o deixava puto.Lily era sua... somente sua, desde pequena. Ela poderia ter outros, mas não Hael. Ela pertencia somente a ele. Aquele bastardo não poderia tê-la nunca.Aquela puta é sua!Imagens da morena se entregando para Hael o deixaram irritado. Ele a marcou bem... Será que eles não viam? Se ele soubesse que eles estavam juntos, além de matá-lo, teria que ensinar uma lição para sua Lily.Agora, tinha instrumentos mais precisos para isso. Ela ia gritar de dor, mas pelo menos aprenderia, de uma vez por todas, que não
— Liliam! Liliam! Liliam! — Hael gritava desesperado, abraçando-a com força. — Pelo amor de Deus, acorde! Lily, me ouça, não faça isso comigo, por favor!Tudo ao redor dele não tinha mais importância alguma. A única pessoa que realmente importava no mundo estava desfalecida, quase sem vida, em seus braços.O medo, junto ao desespero, o consumia por inteiro, deixando-o transtornado. Ele nunca havia se sentido assim antes. Antes que pudesse processar, as lágrimas já caíam abundantemente, molhando seu rosto. Segurou o rosto de Lily contra o seu, sem nem se preocupar em ficar tímido.— Querida, não me deixe. — Ele a abraçou com mais força. — Meu amor, não me deixe... ainda temos tanto para viver. Eu não sei viver sem você, Liliam. Eu não vou deixar você morrer, amor.Hael reconhecia aqueles sintomas: envenenamento, uma das piores formas de morrer. Procurou a ferida da flechada e viu duas marcas no braço dela. A pele ao redor estava arroxeada e um líquido preto escorria da ferida.Os tiros