Um dia normal

Quando contei a minha mãe que vou aceitar essa missão, ela quase desmaiou! Realmente ela não contava com isso e muito menos eu, mas pensando bem, será uma grande oportunidade para mostrar a todos homens com grande complexo de superioridade que mulheres também são fortes, corajosas e podem tudo!

Será arriscado e eu sei, estou consciente que vou correr risco de vida,mas eu prefiro morrer tentando. Afinal, não será assim tão difícil se eu usar a cabeça.

Entrarei na mansão do Mafioso para prestar serviços domésticos e farei os possíveis para não levantar suspeitas. E claro, estarei atenta a qualquer ligação que ele tiver,qualquer movimento que ele fizer... A qualquer papel ou evidências que ele deixar cair e qualquer pessoa que pisar aquela mansão...

Esse é o tipo de missão que pode durar meses ou anos para ser concluída. Afinal, tudo será feito em segurança e na maioria, terá que ser feito discretamente.

No fim das contas, minha missão é conseguir recolher o máximo de provas para incriminar Ettore. A polícia precisa ter um motivo, uma prova para começar as investigações rigorosas.

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Ele é um homem muito esperto, cheio de esquemas e influências de gente que estão no poder, por isso até hoje a polícia ainda não encontrou provas que o incriminem. Sempre que a polícia está a um fio de encontrar provas, aparece outro mafiosos assumindo a culpa.

— Figlia, prego, não vá para esse sítio! — Minha mãe diz quase implorando com as mãos unidas.

— Mama, eu já disse que tudo vai correr bem — Falo segurando suas mãos e levo até meus lábios num beijo terno — irei voltar sã e salva, só preciso que confie em mim.

Minha mãe é tudo para mim e ter seu apoio nessa missão, me incentivará a não cometer erros e voltar viva.

— Sabes que te amo muito... — Minha mãe fala chorando e sorrio debilmente. Com meu polegar, limpo suas lágrimas.

— Eu também amo muito a senhora. Muito muito, muito.

Envolvo-a em meus braços, num abraço forte e deposito um beijo em sua testa.

Prometo a você que vou voltar Mama, eu prometo... — penso.

(...)

Não dormi a noite toda porque fiquei pensando novamente nessa proposta. É evidente que os riscos são enormes e estou com muito medo que as coisas não aconteçam como planejo. E se eu falhar na missão?

As pessoas quando olham para mim, me imaginam como uma mulher inabalável, sem pontos fracos, mas bem no fundo também sou como todas mulheres, delicadas e sensíveis, porém, diferentes de mim, mostram seus sentimentos e fraquezas.

Mas aconteça o que acontecer, vou cumprir essa missão! E serei respeitada e vista por todos homens com respeito.

Dia seguinte

— Caralho! — murmuro sonolenta depois de olhar para o relógio pendurado na parede frente a minha cama e ver que estou atrasada!

Ontem adormeci sem ligar o despertador! Levanto da cama em um pulo. Vou correndo até o banheiro e pego desajeitadamente a escova de dentes.

Lavo o rosto rapidamente, ponho o desodorante e depois corro até o quarto, abro o meu closet e visto minha calça jeans larga. Coloco minha camisa de botões e ajeito cada botão rapidamente. Coloco a camisa dentro da calça e à pressas, fecho o cinto.

Prendo o cabelo num rabo de cavalo, ponho meu relógio de pulso, pego meu celular e saio do Quarto.

— Ô Mama! Porquê não me avisou que já era tarde!? — Falo pra minha mãe que estava preparando o Café da manhã.

— Eu fiquei aqui preparando o Café e não olhei às horas! — Ela se justifica vindo até mim. Beijo sua testa apressada e me despeço dela.

Saio de casa em passos largos e aciono o botão da chave para abrir o carro. Entro no carro, coloco a chave na ignição e dou o arranque. Enquanto conduzo olho para o relógio do carro e noto que estou uma hora atrasada! Ô que M****a!

"Bonito, a chefe do departamento chega uma hora atrasada e ainda gritou com a gente ontem" - É o que eles dirão quando me virem a chegar tarde

Quando chego na delegacia, subo os degraus correndo e entro na delegacia mostrando o meu passe no guarda.

Caminho pelo corredor em passos largos, quase correndo. Vejo os meu colegas a trabalharem e quando notam minha presença eles param de fazer o que estavam fazendo para me cumprimentar.

— Bom dia a todos, Por favor, voltem ao trabalho — Falo ofegante.

Luca caminha até mim e fala num tom de voz baixo — O Comandante quer falar com a chefe!

Franzo a testa e sigo até minha sala. Antes de entrar, respiro fundo e quando entro encontro o Comandante Enzo sentado na minha cadeira... ele é assim! Ousado!

Ele faz sinal para que eu me sente frente a ele, na cadeira de um simples funcionário ou convidado. Como sempre, ele gosta e sente prazer quando está no controle.

O Comandante Enzo nunca gostou da minha presença nos serviços militares porque sou uma mulher e acredito que ele influenciou para que fosse afastada.

Me mantenho parada com o rosto erguido, pernas abertas e postura militar. Mordo minha bochecha interna enquanto aguardo o pronunciamento do comandante Enzo.

— Disponha! Estou bem em pé! — digo

— Vejo que continua em forma... — Ele comenta se levantando da cadeira e ignoro seu comentário me mantendo calada — Quando me disseram que você foi a Agente escolhida para essa missão, fiquei muito surpreendido. — fica em silêncio por alguns segundos e solta um suspiro alto — Por isso estou aqui para impedir que aconteça uma tragédia... — Ele caminha em silêncio até mim e se põe frente a mim. — Poupe sua vida Martina, você não merece morrer tão jovem...

Ergo mais ainda meu rosto e falo com firmeza sem fixar meu olhar no seu — Meu nome é Martina Luigi, filha de Geordana Luigi com o falecido Henrico Luige, que descanse em paz. Se fôr esperto, vai entender que no significado do meu nome não entra Covarde, e sim Guerra. Por isso, vou mostrar a todos o quanto estudei e estou capacitada para enfrentar qualquer tipo de inimigo.

Senhor Enzo ri-se e olha para mim com deboche.

— Seja durona ou não, Maria rapaz ou mais delicada e sensível, mulheres serão sempre Complicadas e teimosas! Todas nascem para infernizarem a vida dos homens!

Ignoro seu comentário e fixando meu olhar no seu pergunto — De certo, qual será a minha missão Comandante? — Pergunto serena.

Suspira — Será recolher o máximo de provas para conseguir incriminar Ettore Guerra e finalmente botamos ele atrás da cadeia! O lugar onde todo criminoso pertence.

Eu já sei sobre isso, mas também sei que os militares sempre escondem algo de seus espiões e eu vou saber qual é a carta que está sendo colocada de lado.

— E por que o senhor acha que eles escondem as provas? Documentos? Não acha que já estão destruídas? — Pergunto desconfiada.

- Não. O militar que esteve lá informou-nos que existem provas que podem incriminar Ettore Guerra... — Respira fundo exausto — mas infelizmente não conseguiu dizer o lugar porque foi descoberto e morto. Porém, temos certeza que está escondido algures da sua casa. Por isso, depois de 4 meses mudamos a estratégia e decidimos colocar uma mulher para distrair as suspeitas de Ettore quanto a um novo espião. _ Ele olha para mim com malícia e ergo uma sombrancelha.

— Então você acha que a minha beleza é capaz de enganar um mafioso? — pergunto e movo meu rosto de um lado para o outro. — Pode haver um espião entre nós... Tudo.é.possível — falo me afastando dele e caminho até minha mesa. Dou a volta e sento-me na minha cadeira.

— Se fôr esperta, conseguirá sair daí viva e com as provas... É só não se desviar. E é impossível haver espiões da máfia infiltrado na nossa equipe, e mais do que ninguém, você sabe que nossa equipe é bem treinada e confiável.

— Já ouviu falar em corrupção? — movo minha cadeira para frente e tiro uma pasta com documentos importantes do novo caso que estamos investigando — Porém, quanto a mim, não há problemas porque não haverá nada que me desviará da missão... _ Falo calma fixando meu olhar no dele.

Enzo engole a seco — Veremos... Veremos — Ele fala sorrindo de canto — Mas apesar de tudo, eu confio em você. — É tudo que ele diz antes de sair da minha sala. Respiro fundo quando ele passa pela porta e fecha a mesma.

(...)

Eu estava curtindo o meu silêncio, descansando meu crânio no encosto da minha poltrona, até...

— Senhora, já conversamos com a diretora da escola e ela deu-nos permissão para falarmos com os alunos. — Luca me informa profissionalmente e fecha a porta empurrando com o pé — Hoje mesmo vamos!

— Então não vamos perder tempo... — Digo exausta e levanto-me em um pulo. Tiro meu celular e minha carteira pousada na mesa e saímos da sala rumo ao parque de estacionamento da delegacia.

(...)

— Como ela estava na última vez que a viu? — Pergunto a garota que dizem ser a melhor amiga da menina desaparecida.

— Ela estava bem! — Ela responde um pouco nervosa e fico reparando com muito cuidado em seus movimentos.

Pingava suor de sua testa e num ritmo contínuo, batia suas pernas no chão — E-Eu acho que o sequestrador é uma pessoa desconhecida.

— Será que ela não falou com você sobre uma pessoa desconhecida que conheceu? Ou um amiguinho?— Pergunto séria semicerrando os olhos.

Ela morde o lábio inferior com força e fixa seus olhos nos pés — Não... Eu gostaria muito poder ajudar, mas não sei sobre nada. — ela fala nervosa proferindo as palavras rápido demais.

— Está bem. — por fim respondo tomando nota do seu comportamento no meu bloco de notas.

Essa garota deve saber de alguma coisa, ou apenas estava nervosa por ser interrogada. Já falei com outros colegas e entre todos ela é que parece estar mais nervosa. Não está só abalada.! Mas nervosa, como se soubesse de algo que não queira falar. Precisamos ficar atentos em seus passos.

* Figlia, prego - filha, por favor.

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