Encontro Inesperado

Sinto meu Coração batendo a mil por horas. B**e tão forte que é bem capaz de escapar pela boca! Sei que essa missão será muito arriscada e estou consciente desde o momentos que me chamaram. E sim, eu corro o risco de morrer, mas mesmo assim estou seguindo em frente sem olhar para trás.

Talvez não será assim tão difícil como imagino...

— Nervosa? — Enrico quebra o gelo me perguntando.

Viro meu rosto que antes estava voltado para janela do carro, olho em seus olhos cinzentos e vibrantes — Não. — respondo sorrindo de leve.

Nunca deixo transparecer minhas fraquezas, por isso, dificilmente revelo minhas emoções.

— Quando me disseram que tinha que vir buscar um militar escolhido para essa missão, nunca pensei que fosse você, uma mulher... — Ele confessa penetrando seu olhar no meu.

Bufo — Obrigada, seu comentário machista valeu para algo. — Ironizo e viro novamente meu rosto em direcção da janela e fico observando a paisagem. Reparava como essa rua é chique e prestigiada. As casas,melhor dizer, mansões que já passamos, são gigantes e lindas...

— E agora que vejo você — Enrico fica em silêncio antes de continuar — entendo por que a escolheram.

— Por que acha que me escolheram? — Rencosto minha cabeça no banco do carro.

— Antes de enviarem-na a carta, vários militares receberam. E, acredito que várias mulheres também foram convocadas para essa missão. Por ser uma missão de vida ou morte, dá-se o direito a cada um de escolher se aceita ou não. — Franzo a testa — Vários homens responderam que sim, mas nenhum deles mostrou toda sua bravura e coragem. Nenhum deles mostrou estar capacitado para essa missão. Nenhum deles transmitiu confiança ao comandante... — Ele dá uma pausa e solta um suspiro pesado — Desejo boa Sorte. Não morra, ainda vou querer tomar um drinque contigo. — Diz com um sorriso de canto no rosto revelando sua covinha solitária.

— Ainda vai encher a cara comigo! — Falo com um sorriso de canto e ele solta uma gargalhada me fazendo rir também — parece não saber muito, mas pelos vistos sempre soube que a intenção era escolherem uma mulher...

Ficamos em silêncio por mais alguns minutos até ele proferir:

— Ande mais uns dois quarteirões e encontrará a Mansão Guerra. — Assinto e saio do carro carregando minha mochila nas costas.

O vento batia forte em meu rosto e enquanto andava todo meu cabelo bagunçava, sorte a minha ter prendido.

Enquanto ando, rolo meus olhos por toda rua, como havia dito, há várias casas perfeitas por todo canto. Uma mais bela que a outra. Por vezes a fortuna esbanjada por toda essa gente é motivo da pobreza e desgraça de outros... Agora me pergunto, como alguém consegue dormir assim? Com certeza no mundo dessa gente não existe consciência pesada.

Finalmente chego no bendito quarteirão! Encontro uma etiqueta apontando para mansão De Luca Guerra. A casa mais bela e gigante da Rua.

Posto lá, no portão havia dois homens armados. Respiro fundo e visto a minha nova identidade de mulher desempregada, simpática e com fio de esperança para conseguir o emprego.

— Bom dia meus senhores! — Cumprimento sorrindo — Sou Laura Ricci e tenho aqui uma proposta de emprego... Hoje será a entrevista! Será que poderiam chamar a governanta? Ou o responsável? — Falo educadamente.

Os homens de óculos não dizem nada, apenas um deles entra na mansão enquanto o outro continua parado. Com certeza foram avisar a minha chegada...

Fiquei aguardando minutos infernizantes até eles abrirem o portão e finalmente me deixarem entrar — Obrigada! — Agradeço calorosamente e mais uma vez não obtenho quaisquer respostas.

Chegou a hora...

A mansão é esplêndida com toques de uma fazenda moderna, mas sem ofuscar a decoração rústica e clássica. Tinha celeiro, lago, jardim e bem no fundo, havia plantações de campos com relvas. Todo meu caminho será percorrido numa estrada estreita onde nos dois lados há relvas verde brilhando com a luz do sol.

Enquanto andava, entendi porque o guarda demorou tanto para me deixar entrar. Limpo meu suor que escorria pela testa já carecendo de água. Enquanto andava, reparava nos homens que trabalhavam no campo, colhendo frutos e verduras.

Cumprimento aqueles que cruzavam por mim. Nem imagino quantos km faltam para que eu chegue na mansão...

O guarda foi de carro e já demorou tanto. Imagina eu que estou indo andando? Não que esteja reclamando porque já percorri vários quilômetros a pé nos treinamentos, mas hoje com esse sol queimando minha pele não está sendo nenhum pouco fácil caminhar.

Estava ficando com sede e meu corpo perdia forças. E como se tivesse caído dos céus, um homem do campo conduzia um barouche. Havia um cavalo que ele dava chicotadas para que se movesse.

— A Senhora precisa de uma carona? — O homem pergunta sorridente.

Ergo o rosto para olhá-lo, e coloco minha mão na testa para proteger-me dos raios solares — Por favor! Estou indo para mansão. — Falo e ele faz sinal com as mãos para que sente-me ao seu lado. Ele me ajuda a subir e logo o cavalo começa a mover-se.

— Você é nova aqui? — Ele pergunta enquanto dá uma chicotada leve no cavalo.

— Sou! — Olho para o lado onde vejo pessoas trabalhando no campo — Essas famílias trabalham sempre aqui?

— Sim! Eles são os do campo. Encarregados em colher tomates e outros tantos legumes.

A viagem foi silenciosa e agradeci porque estava observando cada canto da fazenda. Vi que há um número elevado de trabalhadores e logo deduzi que o salário é mísero.

— Chegamos! — O homem fala quando a barouche para frente ao celeiro — A Senhorita vai andar mais um pouquinho e se seguir em frente vai encontrar a Mansão. — me indica o caminho.

— Obrigada Senhor! _ Tiro da pasta algumas moedas para entregar pra ele. _ Tome, por favor aceite.

Ele aceita e agradece desejando que Deus me abençoe. Caminho um pouco mais e encontro a Mansão "De Luca". É uma mansão de dois andares, e no centro tem um quarto com uma varanda que disponibilazava vista para todo terreno e mansão...

Sem mais demora subo os degraus das escadas e bato a porta.

Quando uma jovem moça abre a porta digo — Olá, sou Laura Ricci, estou em nome da Senhora Antónia Guerra. Ela foi quem pediu uma funcionária na agência de domésticas.

— Ah, Sou Daniele, filha da Governanta da Casa! _ Ela me dá a mão e aperto cumprimentando-a — Entre, a senhorita Guerra é mãe do Senhor Ettore Guerra.

Entro na mansão e fico reparando por segundos cada canto da casa. Não entrei em nenhuma sala, mas o corredor onde passei, deu para notar que a casa é luxuosa. Havia vários quadros abstractos pendurados na parede pintada de vermelho escuro. Algumas esculturas da antiguidade estavam pousadas em mesas redonda de tamanho médio.

— Quando vir o Senhor Ettori, nunca olhe em seus olhos! — Ela fala sussurrando pra mim e assinto.

E esse Ettore é Vampiro? Façam me favor!

Caminhamos até a cozinha e posto lá respiro que Daniele é uma jovem linda de cabelos castanhos e compridos. Ela é dona de uma beleza incomum e seu rosto tem traços angelical e parece ser muito jovem. — Mamita! Chegou a nova doméstica!

— Ô Dio! Non grite mais assim Ragazza!! — A Dona fala enquanto caminha até nós — sou Anna Gallo! — Ela se apresenta e aperto sua mão cumprimentando-a.

— Sou Laura Ricci. — Falo sorrindo.

— Que nome chique! — Uma das domésticas comenta sorrindo enquanto entra na cozinha. Diferente de Daniele, ela usava um uniforme de doméstica.

Fico observando toda cozinha que também é gigante. Tem um fogão eléctrico de tons escuros e transparente que brilhava como nunca. Dou uma vista de olhos na geladeira de quase dois metros com duas portas, reparo como o balcão de mármore é comprido e larguíssimo...

— Vá fazer Seu trabalho! Ô que pouca vergonha! — Anna ralha a doméstica que a pouco comentou sobre meu nome — Venha! Vou mostrar-lhe a casa e explicar seu serviço!

Assinto.

A casa é gigante. Cada canto que ela me apresentava fazia sentir-me na excursão de um museu da história. Um verdadeiro palácio!

Ela me explicou que meu serviço seria servir os chás. Café da Manhã e o jantar. Era um serviço fácil para alguém que já está habituado a servir!

Apresentou-me o meu quarto e parece que vou dividir com Daniele. O quarto é de um tamanho médio, com duas camas de solteiro e uma cómoda pequena no meio separando-as. Também havia um guarda-fato feito de madeira. Um espelho colado a parede, próximo à mesa de beleza. Reparo a janela pequena com uma cortina azul escura, que cobria a luminosidade que ameaçava entrar...

Estava fazendo um calor dos infernos, então decido me molhar um pouco. Soube que a cachoeira não fica longe daqui. Já que a água é fresca, então vou aproveitar. Ettore não está em casa, então, com muito gosto vou aproveitar relaxar...

Digo a Dona Anna que vou explorar um pouco a fazenda enquanto não chega a hora do jantar e ela diz-me para não demorar.

Quando chego na cachoeira, me agacho e passo a mão lentamente na água fresca...

Sinto a água fresca em minhas mãos e respiro fundo. Meus cabelos bagunçam por causa do vento que cada vez mais se tornava mais fresco e convidativo. Único som que ouvia-se era das árvores balançando e cada vez que o vento batia em meu rosto, eu escutava ruídos das cascatas vindo de longe . E por isso, não resisti e tirei minha blusa ficando de sutiã preto e apenas calça.

Me levanto e coloco primeiro os pés na água da cachoeira. Sempre soube nadar muito bem... É só não ir muito longe...

Antes de mergulhar na água, desfaço o rabo de cavalo curto e balanço os cabelos para que fique solto.

Depois me agacho novamente e atiro-me com um pouco de água em todo corpo. A água fresca e limpa que caía sobre meu corpo era refrescante e fazia-me sentir mais relaxada.

Molho meu cabelo jogando água e sorrio enquanto a água escorria por todo meu corpo.

De repente ouço o ruído de uma madeira sendo pisada. Fico em escuta e preparada para atacar, seja quem fôr essa pessoa. Lentamente, tiro um dos ramos que estavam espalhados no chão e me viro já preparada para atacar esse pervertido, mas perco a rede quando vejo um homem charmoso e lindo em seu cavalo, sua postura era de um príncipe, não! De Rei! E seu olhar de cortar a respiração.

Dono de uma beleza jamais vista por meus olhos. Ele estava com o rosto erguido e com a expressão séria sem demonstrar qualquer tipo de emoção. Seu maxilar estava trincando e seu rosto parecia estar pegando fogo por conta das veias que se viam. Seus cabelos eram de cor preto e seus olhos azuis vibrantes eram tentadores e seu olhar intimidador.

Pisco os olhos tentando entender o que estava a sentir no momento... eu já vi esse homem...

Olho novamente com mais atenção e só depois noto que é ele! Ettore Guerra, o mafioso temido por muitos!

Rapidamente baixo o rosto evitando olhar em seus olhos que não paravam de me encarar... Espero não ter estragado tudo! — penso.

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